"Maridinho"
No dia seguinte...
Hope estava bastante focada em resolver logarítimos, enquanto Calub fitava a bendita foto que ele segurava sob a mesa.
Ele mostraria a ela ou não?
ㅡ Terminei! ㅡ Hope falou e soltou o lápis sobre a mesa.
Calub rapidamente colocou a foto sob um grosso livro que estava na mesa e esboçou um sorriso enquanto analisava os exercícios respondidos.
Hope o observava e balançava suas pernas ansiosamente. Foi quando seus olhos se dirigiram a mesa e observaram um pequeno pedaço exposto da foto. Ela puxou e fitou surpresa:
ㅡ Onde você pegou isso??
Calub abaixou o livro e mordeu o lábio inferior.
ㅡ Como assim?
Hope se levantou apressadamente sem explicações.
ㅡ Aonde você vai?? ㅡ Indagou Calub ao se levantar e segui-la.
Hope parou em seu quarto, agachou-se perto da cama e tirou de lá, uma caixa.
Ela mexeu por alguns instantes e tirou uma fotografia semelhante a que estava em suas mãos. A única diferença era que o garotinho sorria.
ㅡ Você... como assim?
Calub se desescora do portal e caminha em direção a Hope que se levanta e ergue a cabeça para encara-lo.
ㅡ Sim. Sou eu e você. Estranho né? ㅡ Ele pegou a foto. ㅡ Tinhamos três anos nessa foto.
ㅡ Eu sempre pensei que fosse um primo meu.
ㅡ Se for por laços afetivos, somos isso.
ㅡ Laços afetivos? ㅡ Ela perguntou.
ㅡ Sim. Meu pai era como um irmão mais velho para o seu pai.
ㅡ Por quê eu não lembro de você? ㅡ Ela perguntou com desdém.
ㅡ Faço a mesma pergunta.
ㅡ Onde você conseguiu essa foto? ㅡ Hope perguntou enquanto comparava as duas.
ㅡ Com minha mãe. Ela me deu. ㅡ Ele se sentou ao lado dela. ㅡ Você sabe qual era a situação em que tiramos essa foto? ㅡ Ele soltou algumas risadas.
Hope se deixou contagiar pelas risadas de Calub.
ㅡ Não. Qual era? ㅡ Ela respondeu entre risos.
ㅡ Não acho o momento certo de falar agora. ㅡ Ele nega com a cabeça e se levanta, mas Hope insiste.
ㅡ Ah, conta, vai! ㅡ Ela esboçava um sorriso e o puxa novamente.
ㅡ Depois. ㅡ Ele faz menção de se levantar, mas Hope novamente o empata.
ㅡ Estou pedindo. ㅡ Ela diz séria.
ㅡ Ok, ok. Tudo bem. ㅡ Ele faz uma pausa. ㅡ Segundo os relatos de minha mãe, era o nosso casamento.
ㅡ Casamento?! ㅡ Ela fala surpresa, mas não deixa escapar uma gargalhada. ㅡ Óh! Eu não sabia que era casada. ㅡ Ela brinca.
Calub ri constrangido.
ㅡ Então, sou a senhora Turkle. ㅡ Ela começa a circular Calub com o rosto apoiado no queixo, como se o analisasse.
ㅡ Por quê você está levando essa brincadeira adiante? ㅡ Calub pergunta no mínimo desconfortável.
Hope se joga em uma poltrona de maneira divertida.
ㅡ Porque eu quero!
ㅡ Hope, seu avô está aqui. ㅡ Hebe falou com a porta entreaberta.
ㅡ Vovô Bernardo?
ㅡ Minha ursinha!! ㅡ Bernardo entrou no quarto e abraçou Hope em um lindo abraço de urso. ㅡ Eu estava com muitas saudades de você, minha pestinha!
ㅡ Eu também.
Bernardo se desfez do abraço de Hope e caminhou em direção a Calub.
ㅡ E esse jovem? Seu namorado?
Calub corou e negou com a cabeça. Ele estendeu a mão para cumprimenta-lo mas foi interrompido por Hope.
ㅡ É meu marido.
ㅡ Hope! ㅡ Ele repreendeu.
ㅡ Como assim? O que aconteceu que eu não estou sabendo? ㅡ Bernardo perguntou com ar divertido. ㅡ Como se chama, meu jovem?
ㅡ Calub. Calub Turkle.
ㅡ O filho de Simon, papai. ㅡ Caleb surgiu no quarto carregando alguns papéis.
ㅡ Calub? ㅡ Bernardo analisou o rosto do garoto. ㅡ Como não notei tal semelhança?? ㅡ Ele o abraçou.
Calub ficou estático como uma estátua.
ㅡ Você ainda se lembra de mim? Não, né? A última vez que nos vimos você tinha dois anos.
ㅡ É. Realmente eu não tenho muitas lembranças daqui. ㅡ Comentou.
ㅡ Como está sua mãe?
ㅡ Bem. Ela trabalha como enfermeira na ala de pediatria da sede do seu hospital.
ㅡ Caleb, por quê você nunca a chamou para um jantar??
ㅡ Pai, são raras as vezes que eu a vejo. E se vejo, é apenas de vista.
ㅡ Chame sua mãe para jantarmos juntos, filho. ㅡ Ele se dirigiu a Calub.
ㅡ Certo.
ㅡ Como você cresceu! Está muito parecido com o seu pai.
ㅡ Não só fisicamente, mas também mentalmente. ㅡ Comentou Caleb ㅡ Esse garoto é um gênio!
ㅡ Nem tanto. ㅡ Calub disse constrangido.
ㅡ Ele é o melhor aluno do Bochitteli, vovô! Ele ganhou ouro nas olimpíadas de astronomia e aeronáutica mês passado. ㅡ Hope se manifestou.
ㅡ Meus parabéns!! ㅡ Bernardo o parabenizou. ㅡ Seu pai teria muito orgulho de você.
ㅡ Grato!
ㅡ Bem, papai, Hope precisa estudar. ㅡ Interrompeu Caleb.
ㅡ Óh, sim, sim! Até mais, ursinha.
ㅡ Até, vovô!
ㅡ Tchau, Lub. Até mais!
ㅡ Tchau!
Assim que a porta se fechou Calub se prontificou.
ㅡ Ficou doida? Como pode ter tanta intimidade assim comigo??
ㅡ Do que você está falando, maridinho? ㅡ Hope disse manhosamente.
ㅡ Hope. Para!
ㅡ Qual é, Lub?! Nós éramos melhores amigos!
ㅡ Falou certo. Éramos. No passado. Nem lembravamos disso.
ㅡ Por quê você está irritado?
Nem Calub sabia a resposta. Talvez por ele ser um pouco antissocial e não gostar muito da aproximidade das pessoas.
Sim, com Hope ele se sentia muito bem e obrigado, mas ele não entendia o porquê daquilo. Ele gostava e ao mesmo tempo não gostava. Era inexplicável e irritante ao mesmo tempo.
ㅡ Eu não sei. ㅡ Ele respondeu.
ㅡ Não posso te chamar assim?
ㅡ De quê?
ㅡ Maridinho?! Leva como um apelido carinhoso, vai? ㅡ Ela piscou freneticamente. ㅡ Você pode criar um para mim, se quiser.
ㅡ Não. Para, Hope. ㅡ Ele se levantou da cama. ㅡ Não somos um casal. Para com isso!
ㅡ E quem disse que não podemos ser?

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Charme Geek
Lãng mạnQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...