Capítulo 11

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                        "Maridinho"

  No dia seguinte...

  Hope estava bastante focada em resolver logarítimos, enquanto Calub fitava a bendita foto que ele segurava sob a mesa.

Ele mostraria a ela ou não?

ㅡ Terminei! ㅡ Hope falou e soltou o lápis sobre a mesa.

Calub rapidamente colocou a foto sob um grosso livro que estava na mesa e esboçou um sorriso enquanto analisava os exercícios respondidos.

Hope o observava e balançava suas pernas ansiosamente. Foi quando seus olhos se dirigiram a mesa e observaram um pequeno pedaço exposto da foto. Ela puxou e fitou surpresa:

ㅡ Onde você pegou isso??

Calub abaixou o livro e mordeu o lábio inferior.

ㅡ Como assim?

Hope se levantou apressadamente sem explicações.

ㅡ Aonde você vai?? ㅡ Indagou Calub ao se levantar e segui-la.

Hope parou em seu quarto, agachou-se perto da cama e tirou de lá, uma caixa.

Ela mexeu por alguns instantes e tirou uma fotografia semelhante a que estava em suas mãos. A única diferença era que o garotinho sorria.

ㅡ Você... como assim?

Calub se desescora do portal e caminha em direção a Hope que se levanta e ergue a cabeça para encara-lo.

ㅡ Sim. Sou eu e você. Estranho né? ㅡ Ele pegou a foto. ㅡ Tinhamos três anos nessa foto.

ㅡ Eu sempre pensei que fosse um primo meu.

ㅡ Se for por laços afetivos, somos isso.

ㅡ Laços afetivos? ㅡ Ela perguntou.

ㅡ Sim. Meu pai era como um irmão mais velho para o seu pai.

ㅡ Por quê eu não lembro de você? ㅡ Ela perguntou com desdém.

ㅡ Faço a mesma pergunta.

ㅡ Onde você conseguiu essa foto? ㅡ Hope perguntou enquanto comparava as duas.

ㅡ Com minha mãe. Ela me deu. ㅡ Ele se sentou ao lado dela. ㅡ Você sabe qual era a situação em que tiramos essa foto? ㅡ Ele soltou algumas risadas.

Hope se deixou contagiar pelas risadas de Calub.

ㅡ Não. Qual era? ㅡ Ela respondeu entre risos.

ㅡ Não acho o momento certo de falar agora. ㅡ Ele nega com a cabeça e se levanta, mas Hope insiste.

ㅡ Ah, conta, vai! ㅡ Ela esboçava um sorriso e o puxa novamente.

ㅡ Depois. ㅡ Ele faz menção de se levantar, mas Hope novamente o empata.

ㅡ Estou pedindo. ㅡ Ela diz séria.

ㅡ Ok, ok. Tudo bem. ㅡ Ele faz uma pausa. ㅡ Segundo os relatos de minha mãe, era o nosso casamento.

ㅡ Casamento?! ㅡ Ela fala surpresa, mas não deixa escapar uma gargalhada. ㅡ Óh! Eu não sabia que era casada. ㅡ Ela brinca.

Calub ri constrangido.

ㅡ Então, sou a senhora Turkle. ㅡ Ela começa a circular Calub com o rosto apoiado no queixo, como se o analisasse.

ㅡ Por quê você está levando essa brincadeira adiante? ㅡ Calub pergunta no mínimo desconfortável.

Hope se joga em uma poltrona de maneira divertida.

ㅡ Porque eu quero!

ㅡ Hope, seu avô está aqui. ㅡ Hebe falou com a porta entreaberta.

ㅡ Vovô Bernardo?

ㅡ Minha ursinha!! ㅡ Bernardo entrou no quarto e abraçou Hope em um lindo abraço de urso. ㅡ Eu estava com muitas saudades de você, minha pestinha!

ㅡ Eu também.

Bernardo se desfez do abraço de Hope e caminhou em direção a Calub.

ㅡ E esse jovem? Seu namorado?

Calub corou e negou com a cabeça. Ele estendeu a mão para cumprimenta-lo mas foi interrompido por Hope.

ㅡ É meu marido.

ㅡ Hope! ㅡ Ele repreendeu.

ㅡ Como assim? O que aconteceu que eu não estou sabendo? ㅡ Bernardo perguntou com ar divertido. ㅡ Como se chama, meu jovem?

ㅡ Calub. Calub Turkle.

ㅡ O filho de Simon, papai. ㅡ Caleb surgiu no quarto carregando alguns papéis.

ㅡ Calub? ㅡ Bernardo analisou o rosto do garoto. ㅡ Como não notei tal semelhança?? ㅡ Ele o abraçou.

Calub ficou estático como uma estátua.

ㅡ Você ainda se lembra de mim? Não, né? A última vez que nos vimos você tinha dois anos.

ㅡ É. Realmente eu não tenho muitas lembranças daqui. ㅡ Comentou.

ㅡ Como está sua mãe?

ㅡ Bem. Ela trabalha como enfermeira na ala de pediatria da sede do seu hospital.

ㅡ Caleb, por quê você nunca a chamou para um jantar??

ㅡ Pai, são raras as vezes que eu a vejo. E se vejo, é apenas de vista.

ㅡ Chame sua mãe para jantarmos juntos, filho. ㅡ Ele se dirigiu a Calub.

ㅡ Certo.

ㅡ Como você cresceu! Está muito parecido com o seu pai.

ㅡ Não só fisicamente, mas também mentalmente. ㅡ Comentou Caleb ㅡ Esse garoto é um gênio!

ㅡ Nem tanto. ㅡ Calub disse constrangido.

ㅡ Ele é o melhor aluno do Bochitteli, vovô! Ele ganhou ouro nas olimpíadas de astronomia e aeronáutica mês passado. ㅡ Hope se manifestou.

ㅡ Meus parabéns!! ㅡ Bernardo o parabenizou. ㅡ Seu pai teria muito orgulho de você.

ㅡ Grato!

ㅡ Bem, papai, Hope precisa estudar. ㅡ Interrompeu Caleb.

ㅡ Óh, sim, sim! Até mais, ursinha.

ㅡ Até, vovô!

ㅡ Tchau, Lub. Até mais!

ㅡ Tchau!

Assim que a porta se fechou Calub se prontificou.

ㅡ Ficou doida? Como pode ter tanta intimidade assim comigo??

ㅡ Do que você está falando, maridinho? ㅡ Hope disse manhosamente.

ㅡ Hope. Para!

ㅡ Qual é, Lub?! Nós éramos melhores amigos!

ㅡ Falou certo. Éramos. No passado. Nem lembravamos disso.

ㅡ Por quê você está irritado?

Nem Calub sabia a resposta. Talvez por ele ser um pouco antissocial e não gostar muito da aproximidade das pessoas.

Sim, com Hope ele se sentia muito bem e obrigado, mas ele não entendia o porquê daquilo. Ele gostava e ao mesmo tempo não gostava. Era inexplicável e irritante ao mesmo tempo.

ㅡ Eu não sei. ㅡ Ele respondeu.

ㅡ Não posso te chamar assim?

ㅡ De quê?

ㅡ Maridinho?! Leva como um apelido carinhoso, vai? ㅡ Ela piscou freneticamente. ㅡ Você pode criar um para mim, se quiser.

ㅡ Não. Para, Hope. ㅡ Ele se levantou da cama. ㅡ Não somos um casal. Para com isso!

ㅡ E quem disse que não podemos ser?

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