Capítulo 28

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  ㅡ Você está falando sério?? ㅡ Peene indagou surpreso.

Calub contara a conversa com o diretor ao amigo, que eufórico, mal podia acreditar.

ㅡ Isso é... Demais!! ㅡ Peene comemorou atraindo a atenção de algumas pessoas que passavam pelo corredor.

ㅡ Você podia ser um pouco discreto?

ㅡ Estou contente, oras! Puxa! Isso é tão legal!! ㅡ Peene diz. ㅡ Mas você vai aceitar, não é? É claro que sim!

ㅡ Na verdade... Estou pensando ainda.

ㅡ Pensando? ㅡ Peene argumenta enquanto ambos entram na sala. ㅡ Você é todo cheio de escrúpulos!

ㅡ Ser a voz de todos os estudantes quando se é um cara invisível deve ser muito fácil, não é, Peene? ㅡ Calub põe os livros na carteira e se senta.

ㅡ Invisível? Você recebeu zilhões de convites para o baile e não aceitou nenhum!

ㅡ Foram apenas dezessete.

ㅡ Caramba!! ㅡ Peene se indigna. ㅡ Eu levei três foras e só consegui par pro baile porque você empurrou uma garota em cima de mim.

ㅡ Não pretendo ir a esse baile.

ㅡ Qual é, Calub? É o último ano. ㅡ Peene se senta na frente de Calub. ㅡ Algo me diz que você vai. Não sei o que é mas sinto isso!

Calub estala a língua e sorri.

ㅡ Aham. Ok.

   

    (...)

     Já era noite na mansão DiCaura. O jantar estava sendo servido com toda a família reunida. Não havia clima constrangedor, eram pessoas felizes como comercial de margarina.

ㅡ Contei a novidade? ㅡ Hope se prontificou. ㅡ Irei fazer meu primeiro trabalho na equipe de jornalismo da escola.

ㅡ Meus parabéns, ursinha! ㅡ Bernardo a elogia.

ㅡ Que bom, minha filha. ㅡ Caleb diz e em seguida leva um pedaço de carne a boca.

ㅡ E o onde irá atuar? ㅡ Marta pergunta. ㅡ Redatora? Foi o que me disse, certo?

ㅡ Oh, sim. Mas agora irei substituir a repórter. Parece que ela teve uma pequena cirurgia. Irei entrevistar o novo presidente do grêmio.

Calub, que estava a cortar um pedaço de carne, deixa escapar sobre a mesa após ouvir Hope.

Ela iria entevista-lo. Sim. Ele iria aceitar liderar o movimento estudantil.

Os olhares de toda a família se voltam para ele.

ㅡ Desculpe. A carne está um pouco dura.

ㅡ Está? ㅡ Bernardo pergunta. ㅡ Posso pedir para Hebe trocar.

ㅡ Não! Não. Não é necessário. ㅡ Ele sorri constrangido.

ㅡ Continuando. ㅡ Hope prossegue. ㅡ Houve uma confusão com o provão e expulsaram os garotos que lideravam o movimento estudantil. Parece que eles furtaram a prova.

ㅡ Furtaram a prova? Isso é absurdo! ㅡ Bernardo diz. ㅡ Colar uma vez ou duas é saudável. Mas isso é o limite!

ㅡ Sim, vovô. Agora estão expulsos. ㅡ Hope fala enquanto descansa o copo sobre a mesa.

ㅡ E você Calub? Como foi seu dia? ㅡ Bernardo o pergunta. ㅡ Alguma novidade?

Ele até tinha, mas queria surpreender Hope.

ㅡ Não. Nenhuma. Se me permitirem, irei me retirar. ㅡ O garoto se levanta com cautela. ㅡ Boa noite!

Os adultos respondem e Calub sobe para o seu quarto.

ㅡ E você, Maia? Está tão quietinha. O que você tem? ㅡ Caleb pergunta.

ㅡ Tô pensando, tio. ㅡ Maia responde enquanto brinca com a ervilha do seu prato.

ㅡ O que está pensando, meu amor? ㅡ Sua mãe pergunta.

ㅡ Ah, mamãe. Penso em muitas coisas. ㅡ Ela diz. ㅡ Tio Caleb!! ㅡ A garota o chama e Caleb olha para ela. ㅡ Você é meu pai?

Caleb desmancha o sorriso e olha para Marta que cora de vergonha. Bernardo ri. Com toda certeza foi ele quem colocou isso na cabecinha de Maia durante o chá da tarde.

ㅡ Maia... ㅡ Marta tenta repreende-la mas a garotinha interrompe.

ㅡ O vovô é seu pai e a Hope é minha irmã. Você é meu pai, não é? ㅡ Maia insiste.

Hope e Bernardo seguram-se para não cairem na gargalhada ao observar Caleb DiCaura sem reação na frente de uma garotinha de quatro anos.

ㅡ Olha. Maia... ㅡ Caleb tenta se explicar.

ㅡ Assim... O vovô tem o Lub, eu e a Hope como netos. A mamãe pode ser mãe de nós e você o nosso pai. O que acha?

ㅡ Chega, Maia! Hora de ir pra cama. ㅡ Marta se levanta da cadeira e pega Maia nos braços.

ㅡ Mamãe? ㅡ Maia se assusta.

ㅡ Espera, Marta. ㅡ Caleb diz e olha nos olhos dela. ㅡ Se sua mãe permitir, Maia, eu posso ser.

Maia olha para sua mãe que mantém os olhos presos nos olhos de Caleb.
Maia põe o rosto de Marta entre as suas mãozinhase faz com que ela a olhe.

ㅡ Vai deixar? ㅡ Maia pede.

ㅡ Vamos dormir. Depois decidimos isso. ㅡ Marta vira as costas e sai com Maia nos braços.

(...)

   Era quase de manhã. Os fracos raios de sol batiam na janela denunciando que as estrelas ainda não haviam ido embora. Sem sono, Calub levantou-se para correr enquanto observava o dia chegar devagarinho.

A mansão DiCaura possuia um enorme jardim nos fundos com direito a um pequeno lago. Um balanço de pneu que le localizava na maior árvore do jardim, trouxera uma lembrança a Calub. Não que ele se lembrasse de alguma coisa, entretanto, o sentimento nostálgico o invadiu. Era como a lembrança de um sonho.

Quando os primeiros raios de sol começaram a surgir, apagando o brilho das estrelas, Calub resolveu voltar à mansão.

Péssimo momento.

Ao entrar pela porta da cozinha, deu de cara com Hope e sua minúscula camisola de linho fino.

A garota fechou a geladeira e se assustou com a presença de Calub, que surpreso, permanecia parado na soleira da porta.

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