Gustavo parou a bicicleta próxima a rua movimentada mais próxima. Olhou para atrás de soslaio e a viu sorrir assim que olhou a sua volta. Ela parecia estar feliz.
— Tem algum lugar em mente ou devo deixa-la aqui? – Perguntou curioso.
— Aqui está ótimo – Hailee desceu desengonçada da bicicleta acarretando em um sorriso caloroso do jovem – Como eu deveria lhe agradecer? – sorriu largamente ao tocar em seus cabelos.
—O seu telefone. Iria adorar falar com você mais tarde e sairmos algum dia desses.
Hailee assentiu ao informar um número que poucas pessoas conheciam, e nenhuma delas era de sua família. O benefício de morar distante de sua família era possuir liberdade para frivolidades como conseguir um celular pré-pago registrado no nome de outra pessoa. Um celular que seus pais jamais imaginariam que estaria com ela.
— Irei te ligar – Prometeu sorrindo antes de começar a pedalar para longe de Hailee.
E o que farei agora? Como me divertir?
Olhou para os lados sorrindo. A situação se tornara extremamente excitante para a jovem que mal conseguira respirar nos últimos dias. Caminhou sem rumo até perceber um parque próximo. Deu de ombros ao seguir até ele, ficando surpresa com a quantidade de pessoas. Se sentou em um banco próximo a uma fonte sentindo-se preenchida pelo calor do sol.
***
— Onde ela está? – Hugo controlava-se para manter a sua voz em um tom aceitável ao olhar para o chefe de segurança. Por mais que tentasse indagar como ela havia escapado sem ninguém ver, não conseguia obter resposta – É tão difícil encontrar uma adolescente a pé? – O tom usado fez com que o chefe de segurança reprimisse um xingamento. –Diga-me Clark Partinson, como uma garota consegue fugir de uma empresa de segurança conhecida em todo o mundo? Seus empregados são ex-oficiais do exército, todos bem treinados e nem por isso conseguiram encontra-la ainda. Já faz quase uma hora.Clark Partinson possuía cabelos negros cortados rentes, olhos firmes e um rosto forte. Qualquer um que olhasse para o seu rosto, não se esqueceria dele tão cedo.
—Senhor Harrison, com todo o respeito, não é nossa obrigação ser babá. No momento em que sua filha fugiu, as câmeras foram desligadas devido a uma falha.
— Vocês são pagos para serem uteis. Pouco me importa se isso significa que vocês sejam babás ou empregados domésticos.
Clark rosnou algo inaudível. Ele repudiava homens como Hugo, mas sua empresa de segurança dependia de clientes como ele.
— Falarei com alguns amigos policiais e devemos encontra-la o quanto antes – Clark o assegurou com o semblante sério.
Odeio ricos.
Pensou ao sair da mansão dos Harrison. Ele tinha muito o que fazer para conseguir encontrar a jovem fugitiva.
—Qual o motivo de uma adolescente fugir de uma casa dessas? É uma imbecil. – Falou a si mesmo ao entrar em seu carro e começar as inúmeras ligações.
***
Hailee percebeu que sua paz havia acabado no exato momento em que avistou dois policiais e quatro homens vestidos de preto com óculos escuros. Um sorriso triste se formou ao se levantar do banco e ir em sua direção.—Já podem me levar – Falou atraindo a atenção deles. Em questão de instantes, ela retornara para a sua prisão. O seu pai já a esperava com o mesmo semblante austero.
— Está louca? – Gritou enfurecido ao olhar para a sua esposa em seguida, a qual mantinha alheia ao que acontecia – Sua filha é um desastre.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Besta [concluida]
RomanceUma besta sanguinária e doentia. Ivan H. Thompson não possuía princípios ou sanidade mental. Conhecido por todos como a besta, ele estava disposto a tudo para fazer com que todos pagassem pela morte de seus pais, vinte e três anos atrás. Nada mais...