Caminhos Destrutivos

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Ivan sabia que tudo aquilo era a sua vingança.

Uma vingança que ele havia planejado com extremo cuidado durante anos, e mesmo assim não conseguiu sentir prazer ao ver Hailee sentada no banco com os olhos perdidos.

Ele deveria estar feliz por ela ter sucumbido a mais uma etapa de seu plano, mas não se viu assim. Ivan se sentiu culpado e vazio.

Havia decidido ir atrás dela, mas ao se aproximar da casa a viu subir na bicicleta de Gustavo, o jovem que Elisa havia contratado. Seus planos não eram dela se envolver com drogas aquele dia, e Ivan reconheceu a intromissão de sua amiga. Os seguiu ciente que deveria se afastar, pois apesar de ser mais cedo do que esperava era uma ação necessária para controlar Hailee.

Olhou para Gustavo com frieza ao se aproximar deles, não pensou quando segurou no braço de Hailee, forçando-a a se levantar.

— Estou fazendo o que me pediu – Gustavo se defendeu ao avistar o olhar gélido de Ivan. Ele havia sido contratado por Elisa para se aproximar de Hailee e quando chegar o momento a inserir no mundo das drogas.

— E fez o seu papel muito bem – A voz de desgosto deixou Gustavo sentindo-se constrangido. Ivan apoiou o corpo de Hailee, a sentiu cada vez mais languida. O riso fácil não saia de sua face, seus olhos estavam avermelhados – O que deu a ela?

— Maconha e ecstasy. – Deu de ombros – Não é como se ela fosse ficar viciada na primeira vez. Irei dar drogas mais pesadas com o tempo, e em um mês, talvez dois, ela esteja viciada.

— Fique longe dela – Disse sério ao se afastar com ela em seus braços – Eu deveria estar lhe destruindo, e não a salvando – Sussurrou para si mesmo.

***
O que desconcertou a jovem ao acordar foi a extrema sede que sentiu. A sua garganta assemelhava-se ao deserto de seca. Seus olhos ardiam e seu estomago roncava ao abrir os olhos. Hailee levou a mão a cabeça de forma instantânea como se isso pudesse lhe ajudar a entender o que acontecia ao seu redor.

Ela não reconhecia onde estava.

Um barulho chamou a sua atenção no quarto extremamente escuro. Ela se virou e viu a porta ser aberta e em seguida viu o homem que a levou a aquilo.

Ivan a olhava sem expressão.

— Estou em sua casa – Ela constatou diante do olhar frio do homem a metros de si – O que estou fazendo aqui?

— Não deveria perguntar o que houve com você primeiro? – Hailee olhou para si mesmo tentando se recordar de algo e não demorou para as imagens passarem pela sua mente. Ela havia se drogado. – Vejo que se lembra – Suspirou ao se aproximar dela parando próximo a cama – O que pensa estar fazendo com a sua vida? Tem uma vida pela frente e se comporta dessa forma. Se eu não tivesse a encontrado, o que poderia ter acontecido? A essa hora poderia ter sido violentada naquele parque ou poderia estar morta. Pense mais em si mesma, Hailee.

E a jovem fez algo que detestava. Chorou mostrando fraqueza.

Ivan sabia que deveria consolá-la. Ele queria fazer isso, percebeu ao sentar na cama e puxar o corpo dela de encontro ao seu. Apoiou a sua cabeça em seu ombro, acariciou os seus cabelos enquanto sentia as lagrimas dela.

— Eu não sei o que estava fazendo – Hailee murmurou sentindo-se protegida. Continuou chorando até se dar conta de algo – Como me encontrou? – Afastou o seu rosto do ombro dele e o encarou através da pouca luz – Eu não lhe disse onde estaria.

— Fui até a sua casa. Queria conversar com você – Ao ver o olhar que ela lhe lançava, deu de ombros – Elisa me contou que a viu.

— E queria me dizer o que eu já sabia – Sorriu sem graça ao se levantar da cama – Sei que possuem um caso.

A Besta [concluida]Onde histórias criam vida. Descubra agora