Infelicidade

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Hailee sabia que estava louca ao ter aceitado trabalhar com Thompson, mas não conseguia evitar. Ela poderia conseguir o dinheiro para o primeiro ano de sua faculdade e conhecer melhor o homem que tanto a instigava. Porém seu estomago sempre embrulhava ao se recordar de seu pai. A qualquer momento ele poderia descobrir e acabar com tudo, forçando-a a se afastar.

Meneou a cabeça para espantar tais pensamentos ao respirar fundo antes de se dirigir a recepção mais uma vez da Harrison. Enfim iria começar a trabalhar e a desculpa que usara para o seu pai fora tão tola que a deixou impressionada por ele ter aceitado. Ela afirmara que iria começar um grupo de estudos após a aula.

Assim que se identificou recebeu o seu crachá, o que lhe deixou contente e apreensiva, pois ficara mais fácil o seu pai descobrir sobre aquilo. Ela se sentia uma tola por temer alguém como Hugo Harrison, mas aprendera da pior forma que ele poderia utilizar qualquer subterfugio para mante-la afastada dele e de sua própria família.

Abaixou a cabeça, como se habituara a fazer sempre ao entrar no elevador. Esperou ansiosa que as portas se abrissem em seu andar rapidamente, e daquela vez o seu pedido foi atendido. Assim que as postas se abriram, Hailee avistou a secretária curiosa de Thompson.

— Boa tarde – Hailee a saudou sorrindo, não recebendo nenhuma palavra em retorno. Olhou a mulher pegar o telefone e no segundo seguinte seus olhos focaram-se no homem que a intrigava. Ivan Thompson sorria ao olhar para ela. Hailee não conseguiu evitar que seus olhos permanecessem no homem a sua frente por longos minutos até escutar a secretária tossir, lhe despertando assim.

— Venha- Ivan disse animado ao retornar para a sua sala. Hailee se viu seguindo-o como um cachorro faria. Animada e intrigada. Ao passar pela soleira da porta o viu se encostar em sua mesa – Está pronta para o trabalho?

— Sim – Assentiu tentando segurar o sorriso que teimava em enfeitar a sua face – O que posso fazer?

Ivan sorriu malicioso ao se aproximar dela e tocar o seu rosto com delicadeza.

—Posso imaginar incontáveis coisas – Sorriu antes de afastar a sua mão dela – Imagino que já tenha contado ao seu pai – A viu negar desajeitada – Deseja que eu conte? – Ela negou novamente sem lhe dar maiores explicações – De qualquer forma posso ajuda-la, se assim desejar.

— Eu agradeço – A sua voz denotava o nervosismo em seu interior. Ivan sabia que havia conseguido mexer com ela.

— Pode começar organizando alguns documentos – Falou com a expressão Séria – Posso leva-la para casa hoje.

Hailee o olhou sem saber como responder. Ela não poderia ser tola para negar que havia aceitado aquele emprego apenas para descobrir mais sobre ele. Ele a fascinava.

— Eu aceitarei – Sorriu.

Ivan pigarreou fingindo desconforto quando se sentia inebriado pelo comportamento dela, pois facilitaria tudo.

***
Elisa não conseguia disfarçar o seu desconforto ao olhar para Hailee, a qual trabalhava sorridente e sempre ao passar por ela lhe cumprimentava. A raiva transparecia através do olhar gélido que Elisa teimava em lançar para a jovem.

— Elisa, pode vir até a minha sala? – A voz de Ivan fez com que a mulher se assustasse e o seguisse cabisbaixa até a sua sala. Assim que entrou escutou a porta ser fechada – Vai me contar o motivo de sua raiva? – Ivan perguntou calmo ao abraça-la.

Elisa sentiu o calor do corpo de Ivan e por um instante se viu esquecendo de tudo que os levou a aquele momento.

— Seja gentil com ela – Murmurou em seu ouvido – É meu pedido a você. Pode fazer isso? – Elisa concordou contra a sua vontade e não demorou para ele se afastar dela – Pode retornar ao seu trabalho – A face de Elisa transmitia a sua insatisfação. Ela ainda ansiava por senti-lo próximo ao seu corpo.

A Besta [concluida]Onde histórias criam vida. Descubra agora