Capítulo 9

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Eu ainda estava abismada com tudo o que eu tinha acabado de ler.

Então era isso. Eu precisava conversar com Will o mais rápido que eu pudesse. Precisava saber se  ele concordaria com a inseminação, afinal, ele tinha sêmen guardado e pela carta ainda estava apto pra ser usado. Com a minha gravidez, talvez pudéssemos recolher células tronco para que assim, Will finalmente voltasse a ser quem ele era antes do acidente.

Mas antes de tudo isso, eu precisava fazê-lo voltar a viver. Se é que me entendem, claro.

Por isso, desliguei o abajur, e àquela altura tinha desligado o notebook.

- aconteceu alguma coisa, Clark? Você está pálida... Quer dizer, mais do que normalmente, né? - ele falou, voltando o rosto diretamente pra mim.

- Não... Eu... Ah, é que eu acabei de ler algumas coisas que Treena mandou pro meu e-mail e... Enfim...É algo sobre a gente... Will, você já pensou em sexo, durante todo esse tempo em que estamos juntos?

Will me encarou como se eu tivesse falado a piada mais sem graça do mundo. Ele estava muito sério.

Suspirou e por fim respondeu:

- Louisa, só se eu fosse louco de não pensar nisso... Você não imagina o quão ruim é ficar assim, impotente, incapaz de sequer dar prazer a uma mulher e eu..

- Não fala mais nada. - O interrompi - Para. Eu não posso deixar que você continue pensando assim, Will. Lembro-me que antes de eu  e Patrick terminarmos, e ele já dava indícios de ciúmes com a gente, ele me questionou se você transava. E eu disse a ele, que você podia muito bem, transar. Obviamente que não igual a todo mundo, mas talvez, se eu ficasse por cima, a gente podia...

- O que você está falando, Louisa Clark? Você está sugerindo o que eu penso que está sugerindo?


- Sim, eu quero muito isso. Tanto quanto você. Não pense que o fato de você ser tetraplégico é um problema, nós podemos passar por cima disso sim... oh, Will, eu farei com que seja especial. Sim. – falei isso, e tornei a deitar em seu pescoço, com ele sentindo o cheiro do meu cabelo, até pelo menos a hora do jantar.

Amanhã. Sim, amanhã eu me entregaria pra ele, teríamos a nossa primeira vez. E eu estava tão empolgada com a ideia, já que o sexo, no meu relacionamento anterior era só um indicativo de que as coisas iam bem.

O jantar na casa dos meus pais seria às 19:30 da noite, então, às 18:30 eu e Will fomos para o banheiro, para que eu pudesse banhá-lo, já que ainda não tínhamos exatamente "aquela" intimidade para o banho a dois. O banhei, fiz sua barba, que crescia a uma velocidade impressionante, e vesti sua roupa que ele mesmo escolhera, como sempre. Um conjunto composto por uma calça preta, uma camisa azul, cor de jeans, de manga longa, a qual dobrei até metade do antebraço, apenas pra dar um charme, se é que Will Traynor poderia ser mais charmoso do que ele já era.

E eu, bem, fui até o closet que eu dividia com ele  e revirei tudo até encontrar um vestido preto, rodado, com tule da mesma cor, e cujo busto era rendado. Um charme. Foi comprado numa liquidação louca no ano passado, e eu tinha usado raríssimas vezes, então talvez essa ocasião, ainda que fosse comum, já que sempre ou quase sempre estávamos na casa dos meus pais, jantando.

Calcei meus sapatos pretos, fiz uma maquiagem discreta, batom rosa, e borrifei um pouco do perfume que tinha ganhado recentemente da Sra Traynor. Estava pronta.

Então peguei minha bolsa, e saí em direção à sala, onde Will me esperava. Olhando para algum lugar, da janela.

- Will? – falei, chamando e tomando toda a sua atenção, fazendo-o virar-se e virar sua cadeira em minha direção.

- Uau, Clark. Vamos ao show do Coldplay e não estou sabendo? Você está divina... se todos os dias você se vestisse assim...

- Will! – o repreendi, tentando não sorrir. – Ok, tudo bem, você ficou espantado, mas acontece que foi a única roupa que ainda não usei para ir jantar lá.

- Mulheres... e suas manias de não repetir roupas.. – Will suspirou, revirando os olhos pra mim, e se aproximando com sua cadeira. – Acho que devemos ir, senão chegaremos atrasados.

- Tudo bem, vou pegar as chaves da van.

Fui até a mesinha de cabeceira do quarto, e as peguei, retornando para a sala logo em seguida.

- Vamos? – falei, me inclinando rapidamente, e depositando um beijo em sua boca.

Ele apenas sorriu, e então saímos. Logo no jardim da mansão, vi George, o motorista da família. O chamei, e entreguei-lhe a chave da van, para que a pegasse na garagem. E ele assim o fez.

Logo, eu estava colocando Will dentro, e prendendo o cinto de segurança. Beijei sua testa e fechei a porta, dando a volta, em seguida para entrar na van.

Acomodada nos assentos do motorista, liguei o carro, olhando por alguns segundos para Will, que sorria pra mim, da parte traseira, adaptado para ele.

E lá fomos nós. Não demorou mais de quinze minutos para chegarmos á casa dos meus pais. Batemos na porta, e pelo visto, éramos os únicos que faltavam, já que Liam, o namorado de Treena já estava lá.

- Oi pessoal – falei, entrando primeiro, seguida por will, que deu um boa noite irresistível, e foi surpreendido em seguida por um Thomas muito animado.

- TIO WILLLL!!!!!! – Tom gritou, subindo em seu colo com cuidado.

- E a[í, garotão, beleza? – Will falou, dando uma leve movimentada na sua cadeira.

- Uhum... - e logo em seguida ele olhou pra mim, levantando-se para me abraçar também.

- Tia LOOOOOU! – O abracei, apertado e sorri.

Logo depois disso, fomos para a sala e cumprimentamos Papai, Mamãe e vovô, além de Treena e Liam.

A música ao fundo, era dos Beatles, banda bastante admirada por papai. Tocava "All You need is love"

There's nothing you can make that can't be made
No one you can save that can't be saved
Nothing you can do but you can learn how to be you in time
It's easy

All you need is love
All you need is love
All you need is love, love
Love is all you need

E assim, naquele clima pacífico, ainda que com um Thomas perguntador, ficamos por alguns minutos até o jantar.




GENTEEE, NÃO DEU Pra colocar a cena da primeira vez nesse, mas no próximo, se preparem!

Muita coisa nesse jantar!

WILL E LOUISA - COMO SERIA SE TUDO TIVESSE SIDO DIFERENTE?Onde histórias criam vida. Descubra agora