Capítulo 7

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– Não vale Alice! – gritou Lucas de longe. – Você está roubando!

– Não estou não, só estou na frente – dizia ela, rindo, enquanto corria para bater na parede e assim ganhar de Lucas no pique esconde. Lucas corria muito mais do que ela, mas ela tinha dado um jeito de sua mãe o chamar, de forma que quando ele fosse atendê-la, ela aproveitaria e bateria na parede, se tornando, então, a campeã do pique esconde.

– Você armou para mim, isto é trapaça! – gritava Lucas atrás dela correndo.

Ela se virou para responder quando caiu no chão, esfolando seus joelhos, a dor a fez começar a chorar, quase que imediatamente Lucas a alcançou e carinhosamente examinou seu joelho.

– Não chora Alice, já vai passar. Isto é só um arranhãozinho.

– Não é não, está doendo muito – disse entre os soluços e lágrimas.

– Ei, vamos lá! Você é mais valente que isto. Vou chamar a mãe para ela colocar um remédio e depois podemos ver aquele filme que você queria ontem – falou tentando animá-la.

– Mano, por que você está me ajudando? – perguntou ela, curiosa.

– Ora, porque você é minha irmã – respondeu ele, achando graça da pergunta.

– Mas eu te enganei... Você deveria ter ganho o jogo primeiro e depois vindo aqui me ajudar.

– Sim, você me enganou, e isto é feio e baixo Alice. Mas você é minha irmã, sempre vou estar aqui por você.

– Sério? – perguntou ela, chocada.

– Lógico sua pirralha, é isto que irmãos mais velhos fazem.

Alice acordou com aquela sensação boa que fica quando você sonha com algo especial, lembrava do sonho perfeitamente, era como se tivesse sido ontem e não há mais de 15 anos.

Era engraçado ver as coisas de trás para frente, por outra perspectiva. Não imaginava naquela época como as palavras de Lucas eram verdadeiras e nem a dimensão que elas abrangiam. Sim, ele sempre estaria aqui por ela. Sempre poderia contar com ele, e isto era recíproco, daria a vida por Lucas se precisasse sem pestanejar. Ele era a última ligação que ela tinha com a família que um dia teve... Com a morte precipitada de seu pai e o desaparecimento de sua mãe, era os dois contra o mundo, mais precisamente contra seu avô, este nunca pertenceu a sua família, aliás era o principal responsável por ela não existir mais.

Seu irmão tinha a protegido desde sempre. Nem sempre conseguia, mas sempre tentava, e isto significava o mundo para Alice. Em uma realidade triste como a que viviam, saber que tinham em que se apoiar, que tinham motivos para serem fortes era a diferença entre continuar lutando e desistir de tudo.

Ambos eram ambos teimosos demais para se deixar desistir e assim machucar um ao outro. Lucas estava sempre lá para recolher os cacos que a vida ironicamente fazia dela. Foi assim quando eles a machucavam, quando sua mãe desapareceu, quando Fernando morreu... enfim, sempre era assim. Alice também estava lá sempre que ele precisava, tentando ser a força que ele precisaria naquele momento. Esteve lá quando o agrediam, quando o sentimento de impotência o dominava, quando Laila foi morta. Enfim, sempre esteve lá. E agora, aqui estava ele, tentando arrumar e proteger ela de tudo novamente. Pena que desta vez ela não conseguiu ficar feliz por ele vir a seu socorro, afinal foi aí que começou a maior confusão de todas.

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Boa noite Amores!!

Desculpa a demora para postar mas estou na correria típica de fim de ano!! 

Espero que gostem <3  Não se esqueçam de votar e comentar! 

Pessoal estou com uma dúvida cruel, estou na metade de Reencontros já mas ainda não me decidi se vou postar o livro em 01° pessoa,  3º pessoa ou misturado ;\ Qual vocês preferem? Ajudaria bastante ouvir a opinião de vocês <3 

Beijos 

Reencontros - Trilogia Em Fuga IIOnde histórias criam vida. Descubra agora