Capítulo 38

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- Eu ainda não acredito que você fez isto - resmungou Luna na carona do meu carro.

- Você sabe porque eu fiz.

- Tinha outros meios Lucas.

- Tinha, mas não tão seguro quando este, você sabe disto.

Minha irmã mal tinha falado comigo desde que eu decidi sozinho que precisávamos pedir ajuda para Castro. Ela quase tinha morrido, situações emergenciais merecem soluções drásticas. E eu não via um lugar melhor para deixar Luna segura do que o Complexo da SSN. Eu já estava no meu limite com tudo isto.

- Eu discordo.

- Ótimo. - Meus nervos estavam em frangalhos, será que ela acha que eu estaria fazendo isto se não fosse pensando exclusivamente nela? O que era para mim ter que ficar usando este inferno de disfarce na frente do meu pai... pai que palavra complicada no nosso caso. Sem falar ainda do drama Luna e Henry e ainda o da Clara... eu iria ver Clara e ela iria reconhecer o disfarce, já tinha me visto com ele. Naquela época eu achei bonitinho a curiosidade dela com a minha maleta de disfarces, agora ela estava prestes a me ver em um e eu tenho certeza que ela irá lembrar. Eu serei o esposo da Luna, o que irá fazer ela pensar tudo errado. Eu estava em apuros e no meu limite, eu precisava de uma cena, precisava da minha linda comigo, precisava extravasar todos estes problemas.

- Lucas?

Um, dois, três... eu tentava respirar fundo para não perder a paciência com ela, mas estava difícil. Deus como era difícil.

- Eu só acho que...

- Deu Luna, deu! Eu estou cansado de ficar ouvindo você reclamar quando você porra sabe que só estou fazendo isto visando o teu melhor... teu e deste bebê que eu tenho que proteger no meio de uma guerra fodida. Eu não quero saber o que você pensa mais disto, você vai para o complexo e vai ficar quietinha até esta criança nascer, linda e saudável e depois a gente conversa. Será que uma vez na vida a gente pode se concentrar no que eu quero? Que no momento é manter você respirando. - Eu rosnei para ela, com a minha voz de Dom, a voz que não permitia questionamento, a mesma voz que tinha usado para treinar o meu anjo. Vamos ver se seria o suficiente para manter a rebelde da minha irmã em paz.

- Ok.

Seguimos viagem calados.

Eu precisava me livrar deste carro, ele estava cheio de lembranças de Clara, de como ela me enlouqueceu na primeira vez revelando seu corpo, de como eu mordi seus mamilos duros e rosados ou quando eu empalei meu pau em sua boceta até ela não conseguir mais parar de gritar. Diabos, eu ainda conseguia ouvir seus gemidos ou as suas unhas em minha pele quando eu inseri um dedo em seu buraco rosado. Jesus como eu precisava dela, como queria sua boca ao redor do meu pau agora, com aquelas lindas mãozinhas pegando minhas bolas, como eu queria sentir o cheiro de sua boceta molhada e pronta para mim.

Durante a minha vida toda eu nunca consegui me relacionar com uma mulher por muito tempo, não era nem uma questão sentimental era mais o fato de estar em constante fuga. Quando entrei para o exército, alguns amigos apresentaram um clube totalmente seletivo de BDSM, eu me identifiquei com a pratica instantaneamente, me fascinou o desprendimento e a intensidade das cenas, como as pessoas se entregam, a confiança que depositavam era mais que sexo era uma forma de explorar os sentidos e sentimentos, uma forma de encontrar prazer real, sem jogos ou enganações era tudo tão autentico, fazia tanto sentido que logo eu estava em um dos difíceis cursos para me tornar um Dom. E eu fiquei bom, muito bom em tudo isto, eu dava exatamente o que as minhas subs queriam, mas nunca tinha ficado fixo com nenhuma, eu também nunca tinha me aberto para nenhuma, nas cenas eu era o Mestre, eu nunca tinha sido apenas o Lucas, nenhuma mulher que eu fodi além de Clara sabia que eu era o Tiago, meu nome de batismo que a muito foi abandonado.

Com ela foi tudo tão mais intenso, eu me vi perdendo o controle como nunca antes tinha permitido, eu não conseguia me satisfazer dela, ela foi com um vício e cada vez eu queria mais. Rapidamente ela se transformou em tudo que um dia eu sonhei em uma mulher, minha sub no quarto e minha doce, engraçada e danada esposa fora dele. E fazia quase três meses que eu estava longe dela, será que ela ainda pensa em mim? Eu penso que sim, o que vivemos foi forte e marcante demais para ser esquecido em poucos meses. Clara era doce e verdadeira o bastante para eu saber que ela não dava abertura para qualquer um.

Só de imaginar alguém tocando nela eu via vermelho, eu mataria sem piedade o homem que tocasse no que era meu. Minha pura e doce Clara, eu estava a dias de te reencontrar e isto já estava mexendo com o meu psicológico, como reencontra-la e não tranca-la comigo em um quarto pelos próximos meses, como vê-la e não declama-la como minha, como conviver sem deixar claro tudo que ela representa para mim. Eu tinha sido duro com ela em relação a sentimentos, depois tive que deixá-la para garantir sua segurança, mas todo este tempo longe dela e ver o sofrimento de Luna com Henry por mera questão de orgulho e falta de conversa foi mais que suficiente para eu perceber que o único a quem estava enganando era eu mesmo.

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Oi Amores

Sei que este capítulo foi bem pequeno, então para recompensá-las por toda espera vou postar um outro em seguida, estou fazendo os ajustes finais e já publico.   :D


Beijos

Reencontros - Trilogia Em Fuga IIOnde histórias criam vida. Descubra agora