Capítulo 33

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Eu sabia que era uma pergunta ampla, sabia que provavelmente ninguém além de Castro tinha alguma noção de como ele estava, afinal meu chefe sempre foi perito em esconder os sentimentos, mas mesmo assim eu precisava perguntar. Castro era mais que o meu chefe, eu sempre o admirei desde moleque, quando era muito novo para entrar em qualquer equipe sempre falava que iria entrar para a sua equipe, ele foi um modelo para mim. Sempre calado, mas pronto para ajudar a quem fosse preciso, quando falava era sempre assertivo, não era apenas um soldado imbatível, era também um estrategista fantástico e sempre, sempre protegia sua equipe. Conseguir fazer parte da equipe dele tinha sido um dos meus maiores orgulhos.

- Diferente.

- Diferente como?

- Você vai ver.

E pelo jeito eu não teria muito mais do que isto, diferente era uma palavra ampla tão ampla como a pergunta que fiz.

Fazia quase 40 minutos que eu estava treinando no ginásio, uma pequena camada de suor já começava a se formar no meu corpo. Durante os últimos meses eu tinha parado com o meu treinamento intenso diário para algumas corridas pelas montanhas durante a semana, apesar de visivelmente ser imperceptível a minha mudança corporal a minha resistência tinha reduzido. Se Castro notasse o quanto mole eu estava, ele seria no mínimo cruel com o meu treinamento, na minha profissão você estar fora de forma pode significar a morte.

Para ajudar os meus pensamentos estavam tão em polvorosa, por mais que tentasse me concentrar não conseguia.

Eu vi pelo canto do olho quando Castro estrou no ambiente, vestido com roupa de treino e com o semblante indiferente. Eu sabia que ele tinha me visto, mas diferente dos outros já sabia que não podia esperar um "Hey tudo bem?", seria um pouco mais complicado que isto.

Ele chegou e foi para o local onde ficava a barra, começou a fazer seu treino e eu sabia que era eu que deveria chegar até ele caso quisesse tirar este elefante que estava dentro da sala. Se aproximado dele respirando fundo iniciei a conversa.

- Castro, precisamos conversar.

Ele se virou me fitou e sem demonstrar emoção nenhuma me fala:

- Há quanto tempo você está sem treinar?

- Eu estava correndo e...

- Treinar Henry. Suponho que ainda lembra o que compõe um treino de um agente.

- Dois meses senhor.

- Então, vamos conversar depois que você treinar no mínimo pelas próximas horas, você está horrível e eu não aceito agente assim na minha equipe. - ele parou e me observou esperando que eu lhe dissesse algo. Eu não tinha nada a dizer além de:

- Sim, senhor.

Quatros horas depois e eu estava morto, Castro tinha me detonado no tatame, depois me massacrou no ringue, meus músculos estavam queimando como fogo e eu tinha levado no mínimo 3 socos no rosto. Eu era uma poça de suor, sangue e determinação. Eu tinha falhado com ele, e estava mais que determinado a conseguir meu espaço de volta. Eu ainda não conseguia acreditar que Castro tinha me aceito, mesmo ele colocando cada grama de fúria no treinamento morte que estava tendo, era pouco pelo que poderia ser.

No que eu acreditava ser os últimos segundo no ringue, já que eu estava prevendo que perderia a consciência em breve, minha boca estava cheia de sangue e minha visão turva, eu notei que os meus irmãos tinham chego ao ginásio e estavam observando nossa luta. Diferente de mim Castro estava em total forma, eu tinha conseguido atingir alguns golpes nele, mas nada que tenha feito ele realmente sentir, pelo jeito Castro treinou durantes estes meses, inferno se ele não estava colocando toda a sua frustração da minha saída no ringue.

Reencontros - Trilogia Em Fuga IIOnde histórias criam vida. Descubra agora