Capítulo 13

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– Oi garota, que bom te ver por aqui – falou Moura, brincando, enquanto se aproximava da cama de Luna.

– Isto é alguma piada? – perguntei.

– É sim, não foi uma das melhores, né? – disse ele já abrindo um sorriso. 

 – Não, não foi – concluiu ela. – Ainda bem que você é militar...

– Engraçadinha, podia ser várias outras coisas de babá a cozinheiro, mas daí não teria ninguém para salvar você nas nossas missões.

– Sim, sem dúvidas Rambo – disse ela esboçando um sorriso pequeno.

– Boa, eu deveria usar uma facha vermelha na cabeça, né? Iria ficar um gato – acrescentou ele, sorrindo.

– Oh my God, você não está me perguntando isto, né?

Ambos começaram a rir mediante a visão da cena de Moura de Rambo.

– Aí, sabia que você ainda conseguia – disse ele satisfeito consigo mesmo.

– Conseguia o quê? Tirar com você? – perguntou divertida.

– Sorrir, Luna. Você não tem feito isto muito, ultimamente.

– Não tenho tido muitos motivos né – disse tristemente.

– Sim e não – afirmou ele

– Hã? Como assim? – questionou não entendendo o seu ponto de vista. Não tinha nenhum motivo para ficar feliz, era claro isto.

– Não, você não tem motivos, considerando que está em uma cama de hospital e que, bem, algumas pessoas não agiram conforme você pensava – disse ele me fitando com a expressão "não tente negar que sei que este é um dos motivos". – Mas, em contrapartida, sim, você tem motivos para sorrir já que sobreviveu de uma caçada e de um grande acidente. Ou seja, você tem motivos para comemorar já que está nesta cama viva.

– Ual! Isto foi profundo – disse ela afetada com a sua lógica simples. Realmente, até então ela não tinha pensando por este lado.

– Pode ser, mas você sabe que é verdade – disse ele, carinhosamente, acariciando seu cabelo. As pessoas estavam com este costume agora, e no fundo eu gostava daquele gesto de carinho.

– É sim – disse ela derrubando as lágrimas que estava duramente segurando. 

– É que é tudo tão complicado, tão difícil... – desabafei para ele.

– Sim, eu imagino querida, mas você sempre foi tão forte – disse ele enxugando uma das lágrimas do meu rosto. – Precisamos que você saiba que não está sozinha nesta situação, Luna, toda a equipe está aqui para passarmos por isto juntos.

– Eu sei que estão aqui, mas não deveriam estar, entende? Não quero atrapalhar o andamento da equipe, não quero complicar as coisas para a SSN tirando de campo uma equipe toda...

– Querida, você faz parte de uma equipe, quando vai perceber que tudo isto faz parte? Se fosse eu nesta cama, você iria virar as costas para mim e seguir sua vida? – questionou ele.

Luna ficou pensativa, nunca tinha pensado desta forma. Lógico que se fosse com qualquer outro membro da sua equipe ela faria de tudo para ajudar, se ele estivesse em perigo, ela garantiria estar sempre por perto e...

– Você sabe que tenho razão, né teimosa? – disse presunçoso, ele sabia que estava certo.

– É que ...

– Não tem mais nem menos mais Luna, se fosse ao contrário você estaria aqui na mesma posição que eu, eu confio a minha vida a isto. Não negue.

– Não vou negar, mas você é merecedor disto e ...

– E você não é? Eu não sei quem diabos fez você achar que não é merecedora de apoio, de carinho, mas eu juro que se um dia eu descobrir, eu vou enviar para debaixo da terra esta pessoa.

Ele falou de uma forma tão verdadeira, tão real que ela se sentiu aquecida por ter a lealdade daquele homem tão bom e de toda a equipe, ao mesmo tempo que sabia que ele não era leviano em afirmar matar quem lhe causou sofrimento. Luna só conseguia agora agradecer todo este carinho que a sua equipe estava lhe atribuindo, todos, com exceção de Henry.

– Ei, o que está passando por esta cabeça agora? – indagou ele franzindo a testa.

– Nada. Obrigada Moura, nem sei como agradecer tanta lealdade e carinho.

– Ah, pois eu sei... Fique boa Luna, volta a sorrir e me pague uma cerveja no bar com o resto da equipe, enquanto tiramos sarro do desespero de Castro em te fazer feliz.

– Haha... Você é fogo... Ele está preocupado mesmo, né?

– Preocupado eu acho pouco para falar, nunca vimos Castro agir assim com ninguém em nenhuma situação. Ponto para você, garota, parece que você conquistou a proteção vitalícia de Castro. Aliás, eu nem acredito que o seu marido ainda está vivo, digamos que ele já chegou bem perto de ser engolido por um Castro protetor de Luna.

– Oh céus, eles andam discutindo muito? – indaguei surpresa. Como eu não tinha pensado nisto ainda? A convivência de Lucas com minha equipe deveria estar difícil, e até agora eu não tinha nem me preocupado com isto.

– Sim, eu diria que o suficiente para deixar a segurança do hospital ouriçada – disse Moura levemente, sorrindo de canto.

– Lucas é um bom homem – sussurrou Luna.

– Talvez seja, mas também é turrão e atrevido, o que, bem, não deixa de ser uma característica de todos nós. E Luna, está história de você ser casada... Bom, não precisa falar nada, não quero te incomodar agora, mas eu não engoli está história não – disse ele baixinho para ela.

– Moura, eu...

Foi interrompida por uma enfermeira que adentrou o ambiente já questionando como Luna estava; neste momento Moura pegou a brecha e se despediu dela com um beijo na testa.

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Boa noite Amores! 

Espero que estejam gostando do livro <3 

Beijos e ótima semana!! 

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