Capítulo 50

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Helena

A sala caiu em maldições e bravatas, mas eu só conseguia fitar Castro, ele não dizia nada, mas as grossas lágrimas que caíam pelo seu rosto me falavam tudo sobre o seu tormento.

– Meu pai rapidamente descobriu que o meu ponto fraco era meus filhos e você.

– Oh meu Deus, minha amiga - disse Lúcio, me puxando para mais um abraço – Você nunca deveria ter passado por tudo isto.

Minutos se passaram, eu ainda estava emocionada por ter relembrando tudo isto, alguns da equipe tinham dado socos nas paredes, outros tinham um olhar mortal, eu podia ver a determinação em todos eles.

– Como Castro era o seu ponto fraco, Helena? - Indagou Caio, que agora segurava um braço de Castro como reforço ao meu marido que ainda estava em choque.

– O ano de 2008 te diz algo?

Caio me fitou.

– 2008, o ano em que eu e a equipe de Castro fomos sequestrados por quase 2 meses – Ele disse, mecanicamente.

– Foi o ano que perdemos Caetano nesta missão – disse Moura, sério. Neste momento eu vi a equipe de Castro tensa, parece que eles estavam revivendo os acontecimentos fatídicos daquela missão.

– Eu lamento - falei olhando para eles, a culpa me consumia. - Então, deixa eu adivinhar: vocês nunca descobriram quem fez aquilo, ou a mando de quem. Nunca entenderam por que em um belo dia foram largados quase mortos em um deserto, com a possibilidade de fuga, sem nenhuma exigência a mais.

– Sim, até hoje não conseguimos descobrir o que aconteceu, a SSN ficou anos e ainda tem o processo aberto para desvendar isto – disse Pedro, sombrio.

– Pois pode fechá-lo, quem raptou e torturou vocês foi uma das várias equipes de Lector, eles não deixam rastros.

– Como você pode afirmar isto?

– Eu estava lá, eu os vi trabalhando em vocês, esta foi a minha punição daquela vez, ver o meu marido e sua equipe sendo torturados, sem piedade, tudo culpa minha por ter tentando fugir.

Mais uma vez a sala foi tomada por xingamentos e revoltas, eu só podia imaginar o que significava para eles finalmente descobrir o que tinha acontecido, ainda mais na missão que custou a vida de um parceiro de equipe.

– Por isto queria que todos ouvissem a história, agora sabem com quem estão lidando, sabem que a culpa por aquela atrocidade foi minha, eu tinha chegado muito perto de conseguir me comunicar com Gustavo. Tentem entender, eu precisava salvar os meus filhos, eu precisava tirar eles de perto daquele monstro, mas Lector descobriu e me castigou desta forma. Eu nunca vou esquecer os gritos que ouvi naqueles dias, então eu entendo se não quiserem se envolver nesta bagunça toda.

– Não, nada disto é tua culpa, Helena – disse Moura, saindo de trás do sofá e pegando as minhas mãos geladas. Nós nunca culparíamos você por algo assim, a culpa é única e exclusivamente de Lector e seus capangas.

– Helena, você já deu motivos para nós irmos atrás deste monstro quando ele colocou a sua vida em risco, com o restante da história só faz a nossa vontade por sangue aumentar. Nós vamos acabar com o império dele e ele nunca vai mais encostar um dedo em vocês – falou Henry.

– É muito perigoso, esta história não segue as leis vigentes, nós não podemos apenas prender Lector, nós temos que matar ele.

– Você é a esposa de nosso líder, indiferente da posição da SSN nós estamos com você.

– A SSN nunca viraria as costas para um dos nossos – rugiu Caio.

Eu sentia os joelhos bambearem, eles estavam do meu lado mesmo sabendo da história toda, do nível de loucura que beirava tudo isto, há muito tempo eu não me sentia querida como agora, uma fagulha de esperança começava a se formar no meu peito.

– Castro? – Eu ouvi Bunk perguntar, chamando a atenção para o meu marido que ainda parecia em choque, as lágrimas tinham parado de cair, mas em seu rosto eu podia ver o tormento que estava passando.

– Eu falhei com vocês – Castro murmurou para mim. – Falhei com a minha menina, com Tiago, com você, Helena. Eu prometi cuidar de vocês, eu falhei...

– Castro, não... - eu disse, desesperada. Eu não queria que ele se sentisse assim, isto tudo era muito pesado para ele assumir a culpa, ele não tinha culpa, ele era uma vítima.

– Falhei... - disse ele, saindo pela porta.

Quandoeu tentei ir atrás dele, Lúcio me segurou e me abraçou forte. Eu não sabia atéaquele momento como eu precisava de um abraço, eu senti o meu choro vindofuriosamente, e segundos depois eu estava soluçando nos braços de Lúcio,enquanto ele me pedia para deixar Castro assimilar as últimas informações. Eusó conseguia pensar em como eu trazia sofrimento para onde eu ia    


Bom dia Amores. 

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Beijos. 

Reencontros - Trilogia Em Fuga IIOnde histórias criam vida. Descubra agora