Capítulo 47

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Eu vi a expressão de Lúcio passar de confusão a negação em instantes.

– Você não sabe o que diz.

– Pode falar, Lúcio, eu sou forte o suficiente.

– Mulher, você não sabe o que diz – disse, se levantando e pondo as mãos no cabelo nervosamente.

– Oh, eu sei, e bem, você está certo, eu não tenho tempo a perder com os meus sentimentos.

– Helena.

Ele veio até a mim e pegou as minhas mãos nas suas – Você está enganada, completamente enganada.

– Eu estou vendo, Lúcio, como ele me trata, como me olha, como faz de tudo para não ficar sozinho comigo em um ambiente - eu sentia as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Droga, eu deveria ser mais forte que isto, eu sou muito mais forte – Lúcio, eu vejo o desconforto dele perto de mim, isto para você é amor? Eu sei, eu fui idiota de não ter imaginado que ele seguiria a sua vida, e que o aparecimento de uma ex-esposa morta depois de quase 20 anos seria um problema ao invés de uma alegria, e...

– Para!

– O que?

– Para de falar besteira, minha amiga. Meu Deus, não é possível que você não veja o que está acontecendo aqui. Se coloca no lugar dele, Helena, ele ficou de luto os últimos malditos anos, ele sofreu o pão que o diabo amassou e de repente tudo mudou, você está viva, ele não sabe de nada do que aconteceu com você, isto seria o suficiente para enlouquecer qualquer ser humano, minha amiga. No entanto, ele está aqui, conferindo a cada trinta minutos como você está, enchendo o saco de Caio para saber se você está reagindo à medicação, zelando você enquanto dorme. Diabos, Helena, eu que sou teu amigo estou com vontade de te sacudir para perguntar onde diabos você estava nos últimos malditos anos, imagina o teu marido?! Ele só está garantindo que você fique bem, porque cada um lida com o problema de uma forma, Castro não está acostumado a não ter controle das coisas e você entende que nesta história ele não tem controle de malditamente nada, eu só posso imaginar o quanto isto o está enlouquecendo.

– Ele não perguntou nenhuma vez ainda de nossos filhos – disse, chorosa.

– Ele está seguido as ordens de Caio, por mais difícil que isto seja, de não te atormentar.

– Mas, Helena, não seja injusta, não teve um dia nestes anos que se passaram que Castro não pensou em vocês e nas crianças, nenhum! Isto eu posso te assegurar.

Será? Estaria eu enganada sobre o comportamento de meu marido? Tudo era tão confuso, eu precisava falar para ele tudo de uma vez, eu precisava saber se em sua vida ainda tinha um espaço para mim. Com muita ansiedade e uma dor no coração lasciva, eu perguntei uma das coisas que estavam tirando o meu sono.

– Lúcio, ele casou novamente? Gustavo tem outra família? - Perguntei baixinho, já sentindo a lágrima escorrer pelo rosto.

– Oh Meu Deus, Leninha, vocês precisam conversar, sério. - E falando isto ele saiu, me deixando ali louca tentando interpretar se aquilo era um sim ou um não.

Castro

– Você precisa falar com ela. - Ordenou Lúcio, entrando na sala. Minha equipe estava espalhada pelo cômodo, Burk e Henry estavam vendo o que parecia ser um jogo de futebol americano junto com a equipe de Lúcio, e Moura estava lendo, concentrado, mas todos prestaram atenção no que Lúcio chegou dizendo, diabos.

– O que? - Rosnei para ele.

– Eu disse que você precisa falar com ela.

– Ela está precisando de algo? – Falei, já me levantando, eu tinha conferido ela nos últimos 20 minutos e tudo parecia ok.

Reencontros - Trilogia Em Fuga IIOnde histórias criam vida. Descubra agora