Capítulo 25

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Eu já tinha perdido a noção de quanto tempo tinha se passado desde que Clara tinha se aconchegado em meu peito e adormecido, eu estava olhando para ela, observando como ela tinha grudado em mim e como sua respiração estava tranquila; ela era linda, isto eu já tinha notado, mas ela estava esplendorosa daquele jeito. Eu não conseguia nem entender o que tinha acontecido, em um minuto estávamos se dirigindo ao hotel para nos secar, e no outro eu estava na melhor foda de minha vida, só de lembrar meu corpo já se animava. Ela tinha sido perfeita. Como aquela garota tímida tinha se transformado naquela mulher devassa eu ainda não entendia. Senhorita Clara estava se mostrando um enigma, dos difíceis. 

Ele sabia que devia terminar isto de forma rápida e fria, mas também sabia que não queria. Estava a tanto tempo focado em sua missão de encontrar Helena, desvendar alguns vestígios da história de sua família e proteger Luna que não se lembrava quando tinha tirado uns dias de folga para fazer o que queria. Sabia que andava estressado ultimamente, sabia também que a calmaria de Alice na SSN estava lhe incomodando, estava tudo muito calmo para ele acreditar e isto o estava levando a uma ansiedade do cão. E logo vinha a situação com Castro, sabia a algum tempo que ele era seu pai, era difícil de acreditar ainda que ele estava vivo, sentia um misto de querer estrangular ele por ter deixado eles passarem por tudo aquilo sozinhos e uma vontade de abraçá-lo, pois era seu pai. Sim, ele estava simplesmente esgotado emocionalmente.

Seu pai era um enigma, a descoberta de que estava vivo e de que era alguém aparentemente bom o confundia. Como alguém que deve ter abandonado sua família poderia ser o mesmo líder que faz a diferença na SSN salvando as pessoas? Por que não escolheu salvar sua própria família? E só ele sabia quantas vezes rezou para alguém vir salvá-los daquele maluco. Quando menino, gostava de sonhar com o dia que seu avô e seus capangas fossem derrotados, seria o dia mais feliz de sua vida. Mas os anos passaram, as coisas se complicaram, sua mãe tinha desaparecido e eles tinham conseguido fugir, e estavam assim desde então. Em Fuga.

Em Fuga, era exatamente assim que Clara parecia estar. Qual seria sua história? O que tinha acontecido para uma menina como ela estar em tal situação? Quando começou a refletir sobre sua vida e em como poderia ajudá-la, foi atingido pelo peso de seus próprios problemas. Deus sabia que não estava em condições de ajudar ninguém, mas ele também sabia que uma força estranha estava impedindo ele de agir como sempre e se afastar dela agora que tinham passado bons momentos juntos. Não tinha nem começado ainda com ela, a prévia que teve foi maravilhosa o suficiente para iniciar o planejamento de uma semana com ela, poderia ajudar ela a chegar até onde queria e, bem, poderiam viver bons momentos, isto era só o que ele tinha para oferecer, estava fechado para qualquer tipo de relacionamento que envolvesse sentimentos.

Clara

Eu acordei assustada quando percebi que estava sendo carregada no colo, levou alguns segundos para lembrar nos braços de quem eu estava.

— Bem-vinda de volta, Anjo — ouvi ele falar, lambendo o lóbulo de minha orelha.

— Lucas — suspirei ao lembrar, aos poucos, o que estávamos fazendo a algumas horas.

— Você fica linda rosada, anjo.

Que ótimo, pelo jeito meu corpo entregou rapidinho o que eu estava pensando. Só eu para estar pensando nisto enquanto estava sendo carregada para um lugar que nem sabia qual era.

— Me coloca no chão, Lucas. Onde estamos indo?

— Você está sem sapatos, estamos indo para uma cabana que fica no final desta trilha.

— Cabana? — eu disse já me debatendo. Cabanas não me pareciam algo bom. Internamente eu sabia que podia confiar nele, mas eu já tinha errado tanto em confiar em pessoas no passado, que não podia ser considerada uma pessoa que não se engava com outra. — Por quê?

— Por que o que?

— A cabana. Você tinha dito hotel — disse estremecendo de frio, a chuva aparentemente tinha passado, mas considerando que estávamos no meio de uma mata, o frio já estava se instalando. Eu também estava apenas com o casaco de Lucas, no maior estilo Pato Donald, de blusa e sem nada por baixo. Senti meu corpo enrubescer ao perceber a minha aparente nudez, o senhor meu corpo sem dúvidas não estava nem aí para o possível perigo que estávamos entrando.

— Porque estávamos no caminho, e me pareceu desnecessário gastar com hotel se podemos ficar em uma confortável e agradável cabana, com contato direto com a natureza. O lugar é lindo, você vai gostar.

— Eu estou em uma viagem Lucas, tenho um destino e preciso chegar o mais breve possível.

— Por quê? — perguntou ele.


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Boa noite Amores!!

Humn será que só eu que acho que ficar em uma cabana com Lucas seria perfeito?!

Por favor comentem e votem :P 

Beijos

Reencontros - Trilogia Em Fuga IIOnde histórias criam vida. Descubra agora