detective: taehyung+hoseok

12.7K 1.9K 2.4K
                                    

Detective

Ele acha que é um detetive.

Semana passada ele apareceu vestido de cowboy, e hoje, apareceu em minha porta, com um chapéu, um cachimbo, um sobretudo de seu pai e uma lupa.

O que eu fiz pra merecê-lo?

- Você tem noção de que tem quinze anos, não é? - perguntei, deixando que ele entrasse em minha casa.

- Meu caro amigo - ele fingiu tragar o cachimbo. - Não ignoremos os fatos, temos, claramente, uma cena de crime aqui.

- Vão achar que você está cometendo um crime, se continuar andando por aí com esse cachimbo - rolei os olhos, pronto para me jogar no sofá. - Onde você achou isso?

- Recebi de herança do meu querido avô, há anos atrás - ele suspirou, como se estivesse tendo uma boa memória. - Ele era um homem muito sábio, sinto saudades.

- Você não recebeu isso de herança - eu disse, exausto das brincadeiras dele. - E seu avô só foi pra Tailândia, volta semana que vem.

- Você não compreende - ele me deu um sorriso misterioso. - Você ainda é muito jovem, garoto, mas um dia entenderá.

Qual foi meu pecado, senhor?

- Sou um dois anos mais velho que você - o lembrei.

Por um segundo vi meu amigo ali, rolando seus olhos, sobre a franja castanha. Eu amo quando ele acaba saindo do personagem, me sinto vitorioso.

- Meu jovem - ele se sentou ao meu lado, no sofá. - Temos um caso para resolver. Você será meu ajudante.

- Não serei não - eu peguei meu pacote de batatas no criado mudo e retornei a prestar atenção no desenho, na tv.

- Aaa - ele gemeu, frustrado. Aquele era ele de verdade, sem a influência do personagem. - Por favor, brinca comigo.

- Não - disse, sem o mínimo remorso.

- Por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor - ele pediu e continuou pedindo.

Eu tentei ignorá-lo ao máximo, mas merda, não era possível.

Eu sempre perco pra ele.

- Ta bom! - cedi, atacando meu pacote de batatas no colo dele. - Vamos!

- É assim que se diz, garoto - ele se reergueu. - Teremos que usar nosso cérebro.

- Como se você tivesse um - resmunguei, procurando pelo meu converse.

- A gata da senhora Choa sumiu - ele disse, andando de um lado e para o outro, pensativo. - Aparentemente, a felina, sumiu pela manhã, entre oito e nove da manhã.

Eu só queria saber o que foi que eu fiz na minha vida passada.

Tudo bem, eu até me divertia com as invenções dele, mas era cansativo.

Teve uma vez que conseguiu uma fantasia de vaca, e o desgraçado me fez ajudá-lo a passar uma mangueira pelas tetas da fantasia, e depois me obrigou a passar leite pela mangueira, até que o leite caísse em um balde.

Ele é uma pessoa horrível.

- Sigam-me os bons - ele disse, saindo pela porta.

Eu o segui, mas só porque ele insistiu, e porque eu sabia que, no final, eu ganharia uma recompensa por ajudá-lo.

- A senhora Choa disse que soltou a gata para ela tomar sol, como faz todos os dias - ele disse, tragando o cachimbo vazio. - Ela disse que entrou para passar o café, e quando voltou, a gata havia sumido.

No Panic {one shots}Onde histórias criam vida. Descubra agora