Frozen Tongue
Era inverno, eu estava sobre meus casacos grossos e um gorro preto. E lá estava ele.
Com a língua colada em um poste frio.
A sorte dele era que a praça estava vazia.
Mas o azar dele era que eu estava na praça.
Eu tinha um copo com chá quente em uma mão, e na outra mão eu tinha um celular.
Eu devia ir até lá e usar o chá para descolar a língua dele do poste.
Mas é óbvio que eu destravei meu celular, abri a câmera e tirei uma foto daquela cena. Porque afinal, era ele ali.
Quem irá acreditar quando eu disser que justamente ele estava com a lingua presa em um poste congelado? Eu precisava de provas.
Ele era tipo, um dos rapazes mais populares da vizinhança, qual arrancava suspiros de todo mundo e andava por aí com seu nariz empinado.
- Céus, isso é patético - eu finalmente chamei sua atenção.
Ele me olhou com seus olhinhos, agora arregalados, e eu me aproximei. Ao ver de perto, eu não resisti, eu caí na gargalhada, porque ele estava salivando e seu nariz estava muito vermelho.
- Feu iviota - ele me xingou, e eu ri mais alto ainda. - Aaa, mfe avuta!
- Desculpe, eu não entendi - me encostei no poste onde estava grudado.
- M e a v u da - ele falou mais lentamente, com a saliva escorrendo por seu queixo.
- Olha, que coincidência - eu sorri, mostrando-lhe meu copo de chá. - Está quentinho.
- Feu rafo! - ele esticou a mão para tentar pegar o copo, mas eu ergui o braço, e cá entre nós, eu sou bem maior. - Fa poempo!
Tudo bem, haviam gotinhas de lágrimas nos cantinhos de seus olhos, e eu senti pena, mas não o suficiente.
- Ah, meu Deus - eu abri a câmera novamente, e tirei mais fotos. - Isso é bonitinho demais pra não ser registrado.
- Para! - ele pediu, choramingando. - E me avuta!
- Vou te avutar sim - lhe dei um sorriso. - Mas antes... Tenho algumas condições.
- Ah, vai fe foter! - ele bateu a testa no poste.
- Vai querer ajuda? - o ignorei.
Ele demorou pra responder, ele suspirou, rolou os olhos, me olhou de cima à baixo e enfim disse: ofay.
- Assim que eu te livrar do poste - comecei. - Vou querer um beijo.
Eu esperava que ele fosse dizer não e tentar me chutar, como já fizera tantas vezes comigo, mas ele me olhou da cabeça aos pés novamente e sorriu.
Ué.
- Tuto pem - ele disse, e eu tive que me controlar para não pular de alegria.
- Okay, afasta o corpo do poste - eu o orientei, me coloquei atrás dele, e imediatamente adicionei aquele momento à lista de coisas para contar para meus netos. - Cuidado.
Eu derramei o chá, aos pouquinhos, por cima de sua cabeça, sem molhar seu rosto, e sua língua começou a soltar, até estar totalmente despresa do poste.
- Aaaa! - ele gritou, e correu para longe do poste. - Puta merda, como 'tá doendo!
- De nada - sorri.
- Acho que minha língua morreu - eu pude perceber que ele passava a língua pelo interior das bochechas. Eu maliciei. - Me dê esse chá, e pare de me encarar com esses olhos gigantes!
- Você ainda tem que me pagar - me inclinei um pouquinho e fechei os olhos. - Ppoppo.
- Ah - ele gargalhou, e ajeitou o cabelo louro. - Achou mesmo que eu ia te beijar? Eu acabei de me descolar de um poste, pra que eu vou querer me colar em outro poste?
- Era o trato - eu protestei.
- Advinhe. Eu sou um malandrinho. - ele sorriu, e Deus, seu sorriso era a coisa mais linda já vista. - Bye bye, grandão.
Ele se virou, e afundou seus pés na neve, andando na direção oposta à minha.
- Você se esqueceu de uma coisinha - gritei, e ele me olhou por cima do ombro. - As fotos. - eu mostrei meu celular. - Como você vai explicar para todos os seus amigos que sai por aí lambendo postes?
- Aaaa, sua ameba ambulante! - ele grunhiu.
- Advinhe. Eu sou um malandrinho. - sorri, enquanto ele retornava o caminho. - Mas agora, baixinho, eu mudei minhas regras.
- Oh, não! - ele bateu na própria testa.
- Um beijo - apontei para meus lábios. - E um encontro.
- Um encontro? - seus olhos saltaram.
- Sexta-feira às oito - avisei.
- Você é ridículo - ele bufou.
- Bom, não era eu que estava com a língua colada em um poste - assobiei.
- Não comente sobre isso com ninguém - ele agarrou a gola do meu casaco e me puxou pra perto. - Sexta feira então, e eu tenho alergia à frutos do mar, então nem pensar. E é bom você estar bonito, porque eu não sou feio, e...
- Me beija logo - pedi, e ele uniu nossos lábios.
Não foi um beijo de língua, afinal a língua dele devia estar imóvel naquela hora, mas foi o suficiente para eu sentir minhas orelhas pagarem fogo. Era bom demais.
Seus lábios eram macis como marshmallow, e pude sentir suas mãozinhas relaxarem sobre meu peito.
Quando ele me soltou, tudo o que eu queria era voltar à beijá-lo.
Nós ficamos nos olhando por tipo, meio minuto, sob os flocos de neve que começavam a cair.
- Afinal, por que você lambeu o poste, Byun Baekhyun? - perguntei, hipnotizado em seus lábios vermelhos.
- Não é da sua conta - ele fez uma careta, mas acabou sorrindo. - Só deixe eu te beijar de novo, Park Chanyeol.
//oi oi
primeira 1s sem ser do bangtan aqui!!!! eu amo chanbaek, puta vida!!
gostaram? foi simpleszinha, mas foi de coração
votem e comentem se gostaram, e recomendem a no panic para as amiguinhas c: //
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No Panic {one shots}
FanfictionUm tiro basta para gerar o caos. especial one shots bangtan/kpop/yaoi/yuri/+18