weird: taehyung+yoongi

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Weird

Um garoto me pediu em namoro.

Ele é louco.

Ele chegou até mim na hora do lanche, me deu uma flor lilás (que ele arrancou do jardim) e perguntou: Você quer ser meu namorado?

Você quer ser meu namorado?

A única coisa que eu sabia sobre ele, era o nome.

Eu nem sabia que dois meninos podiam namorar.

- Por quê? - eu perguntei, enquanto ele me encarava com seus olhos brilhantes.

Eu sou do oitavo ano e ele do sexto, não podemos ficar juntos. Eu sou mais velho e soberano à ele.

- Porque eu gosto do seu sorriso - foi o que ele me respondeu.

Minha amiga riu, abobalhada, enquanto me dava tapinhas no ombro, antes de sair e me dar uma piscadinha. Ela não esperava que eu aceitasse namorar o garoto, não é?

- Só por isso? - eu perguntei, ainda confuso.

- Porque eu gosto do seu sorriso - ele repetiu. - Porque você não sorri muito e eu quero ver seu sorriso.

Eu fitei seus olhos, e depois reparei nas suas orelhas saltadas, também na pintinha no seu nariz.

Eu sorri. Porque ele é lindinho.

- Mas o que isso tem a ver? - insisti, rodando sua florzinha lilás em meus dedos.

- Eu quero te fazer sorrir - ele apoiou o cotovelo na mesa do refeitório, e me deu um sorriso enorme. - Você tem o sorriso mais bonito de Daegu, as pessoas precisam ver. Eu preciso ver.

Eu desmanchei meu sorriso.

- Eu não tenho motivos para sorrir - abaixei a cabeça, acariciando as pétalas da flor.

- Eu quero te dar um motivo - ele disse, e então, me deu um beijo na bochecha.

Eu arregalei meus olhos e o empurrei, ele apenas riu e roubou uma batata frita do meu prato.

- Nunca te beijaram? - ele perguntou, com seu sorriso, naturalmente, exagerado.

- Nunca te beijaram também - dei de ombros. - Você é uma criança.

- Eu já beijei - ele riu, e eu senti minhas bochechas ficarem quentes. - Eu não sou uma criança, eu tenho treze anos!

- Eu tenho catorze - eu disse à ele. - Sou muito mais grande.

- Mas nunca beijou - ele me disse. - O que faz eu ser mais grande.

- Não mesmo - insisti, aborrecido.

- Eu tenho mais altura que você - ele disse, se sentindo o máximo.

- Isso não significa nada - rolei os olhos.

Queria ser alto.

Nós ficamos em silêncio, enquanto ele me encarava, sem vergonha alguma, e eu focava na flor em minhas mãos.

- Como você faz pra ter coragem? - perguntei, sem olhar para ele.

- Eu só tenho medo de perder algo valioso - ele me respondeu, e soltou um risinho. - Algo que possa valer a pena.

- Mas não tem medo de apanhar? - o perguntei, arriscando levantar a cabeça.

- Por quê? - ele me olhou com atenção, mais sério que das outras vezes. - Você tem medo de apanhar?

Eu abaixei o olhar, envergonhado, e respirei fundo.

- Toda vez que eu e minha mãe pedimos algo pro meu pai - senti uma vontade de me esconder. - Ele machuca a gente.

No Panic {one shots}Onde histórias criam vida. Descubra agora