Capítulo 16

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Chegando ao cinema, Gustavo, como sempre, continuou me ajudando até que eu estivesse já sentada na poltrona. Gustavo pôs-se rapidamente ao meu lado e Felipe do outro. Felipe se sentou no canto da fileira enquanto Gustavo se sentou ao lado de Angel que estava também ao lado de Sheyla e Samuel. O filme demorou começar, pois estávamos um pouco adiantados afinal, mas enquanto não começava, não fiz questão de conversar, mas fiquei concentrada em meu celular esperando mensagens de Lucas, pois ele também tinha saído com seus amigos e de vez em quando ficava me atualizando do que estava acontecendo por lá e eu retribuía  o contando o que estava acontecendo por aqui, mesmo que não tivesse  muito o que contar.

Enfim o filme começou. Era um filme de ação, portanto antes dele passaram longos, mas não tão cansativos, trailers. Eu, já focada na tela, tento comer o mais lento possível o balde de pipoca que estava em meu colo, até que ouço Angel sussurrando:

  - Gustavo, pode trocar de lugar com Samuel? Por que eu tenho uma coisa que preciso falar com ele.

Gustavo, relutante assentiu que sim, e trocaram então de lugar.

Samuel estava também com um balde  de pipoca, e Felipe, que estava no canto, não tinha. Quando notei, o encarei esperando que ele percebesse e olhasse de volta, e quando ele o fez, sem dizer nada estendi o balde de pipoca rumo às suas mãos. Ele, numa reação lenta, estendeu a mão para com ela pegar as pipocas de dentro do balde enquanto olhava serenamente em meus olhos esboçando um sorrisinho engraçado mas muito foto, porém antes que ele o pudesse alcançar, o estendi mais, desta vez depositando-o em seu colo.

  - Você não vai comer? - disse Felipe num sussurro.

  - Como do seu colo e do de Samuel. - disse igualmente baixo.

Estava olhando para a tela, mas mesmo assim, tive a impressão de perceber um sorriso com uma risadinha abafada vindo dele, mas só ignorei.

O filme foi se passando e percebi que havia um silêncio entre Angel e Samuel. Estranhei, já que ela insistiu que ele e Gustavo trocassem de lugar, mas afinal, como sempre, só deixei quieto. Faço o máximo que posso para não me meter em problemas. São muito cansativos.

  - Hey. 

Atendendo ao chamado, olhei para o lado e percebi Samuel me olhando.

  - Você não está comendo pipoca.

Foi então que percebi que esqueci da pipoca. Dei um sorrisinho e estendi a mão para enchê-la com as pipocas do balde em seu colo, e digo:

  - Valeu.

  - Nada, só coma mais. Estou preocupado que não consiga dar conta desse balde sozinho. - Dá uma risadinha engraçada ja olhando para a tela.

Dou risada de volta.

  - Essa foi a desculpa ais engaçada que eu já ouvi. Ou foi ironia mesmo e eu não percebi?

  -  Claro que não! É verdade. - Ele faz uma cara consideravelmente séria, desta vez com ironia estampada em seu rosto. - tenho esse tamanho mas meu estômago e meu apetite são muito frágeis você não sabia??

  - Ohh, claro. Me desculpe por não perceber antes. - Dou uma risada consideravelmente baixa porém com gosto - deve ter sido até um insulto eu não notar isto.

  - Foi mesmo. - Ele responde ainda com grande ironia.

  - Com certeza eu vou te ajudar com o seu balde de sofrimento, não se preocupe.

Quando fecho os olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora