Capítulo 23

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  - Como você conseguiu sair daqui, ou para toda aquela tempestade ?

  - Eu não consegui sai, acho que como eu tirei você daqui, tinha que ter alguém para aguentar toda aquela carga. E também não consegui parar a tempestade. - Lucas responde - Eu só deixei que esse mundo liberasse toda a sua fúria, enquanto isso eu fui para o mais longe que pude, construi um abrigo subterrâneo e orei muito para que meus conhecimentos de engenharia me ajudassem.

  - Quanto tempo ?

  - Eu fiquei lá uns 3 dias.

  - Por que a médica me falou que se passaram minutos?

  - Por que eu pedi. Quando eu saí de lá, eu liguei para o hospital e perguntei se você tinha acordado, eles me disseram que não, então eu pedi parachamarem a psiquiatra e expliquei tudo para ela.

  - Tudo o que ?

  - Tudo! Sobre o mundo, sobre suas primeiras vezes indo lá, as minhas e o que tinha acabado de acontecer. Por incrível que pareça ela acreditou, pelo menos foi o que ela me disse, eu pensei na possibilidade de ela ter concordado só por que pensou que eu era louco e não queria contrariar, mas quando eu pedi para ela, ela apenas concordou.

  - O que você pediu ? - olho para ele ansiosa, e ele me devolve outro olhar enquanto se prepara para me responder.

  - Pedi para ela que dissesse para você que você estava acordada a poucos minutos, então as memórias que você iria procurar não existiriam, e você não se lembraria.

  - Você não devia ter me deixado sem lembrar por tanto tempo! - digo quase gritando - Se eu tivesse lembrado antes, nós poderíamos ter resolvido isso antes.

  - E está resolvido agora? - ele me olha irônico.

  - Não, mas nós vamos resolver! - exclamo e fixo meus olhos nos dele o desafiando, enquanto lembro de tudo o que passei para ter essas memórias de volta.

  - Não tem como resolver isso! Eu já tentei quantas vezes eu pude. Você não tem ideia de quanto tempo eu tenho passado nesse lugar.

  -  Eu vou te tirar daqui Lucas, definitivamente! Eu prometo!

Ele me olha sem muitas expectativas e suspira.

  - Vamos voltar. - Lucas diz.

  - Está bem.

Coloco a mão nos olhos e Lucas faz o mesmo, e logo estou na minha cama. Já está quase amanhecendo.

Corro para o quarto do Lucas e abro a porta verazmente, porém quando entro não vejo a imagem que esperava. Lucas está ainda dormindo.

  - Lucas! Lucas acorda!! - digo tentando falar baixo para não acordar meus pais mas em meu tom eu estou quase gritando de tanto desespero. - Lucas por favor acorda!! - me vem a vontade de chorar, mas jogo minhas mãos em meu rosto tão forte que pode ser considerado quase um tapa, e o que era para ser um pensamento acaba saindo alto: 

  - Eu vou te tirar daí não importa o que!

Corro no meu quarto, abro uma porta do guarda roupa e puxo bruscamente uma jaqueta, abro a gaveta do criado mudo e pego minha chave pouco antes de sair correndo.

Vou em direção ao médico que tinha ido antes enquanto vários pensamentos se passam pela minha mente, pensamentos que com certeza não eram para estar lá, mas tento ignora-los o máximo que eu posso. Quando estou chegando no hospital, prestes a entrar pela porta da frete, sinto uma mão me puxando com força e me virando. Estou com tanta pressa que só consigo pensar em empurrar a pessoa com força, e já forçando minhas mãos conta seu peito ouço:

Quando fecho os olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora