- Que cena linda. - Uma voz atrás de nós nos faz virar bruscamente, porém no momento em que vou me virar Lucas me puxa para trás dele, trampando um pouco minha visão. - Os lindos irmãosinhos se encontram e vivem felizes para sempre. Aonde foi que eu já li isso? - Tento erguer meu olhar por cima do ombro de Lucas, que permanece imóvel ainda segurando meu braço para que eu não saia de trás dele. Ficando na ponta do pé, vejo a réplica perfeita de meu irmão de pé, em cima da parede de blocos desgastados, revestida de ramos e folhas. A imagem é estritamente minunciosa com cada detalhe físico que ele adquiriu com o tempo, porém qualquer pessoa poderia facilmente dizer apenas de olhar que eles são pessoas completamente diferentes. - Bom, não importa em que conto de fadas eu li isso, essa história sou eu quem escrevo, e eu vou fazê-la muito diferente. - Ele termina sua frase com uma expressão medonha. Ele não se importava de estampar nitidamente a loucura que o consumia em suas feições.
- Quem é você? - Lucas pergunta sem parecer intimidado.
O falso desce num pulo suave de mais de três metros de altura como se não fossem nada, quem quer que fosse tinha um ótimo controle desse mundo.
- Quem eu sou, você pergunta? - Ele diz enquanto da uma risada macabra, mas que combinava muito bem com seus olhos. - Eu sou o que você está pisando, o que você está respirando, eu nasci da mente de uma criança que não entendia o seu lugar e queria fugir. - Ele me encara com um olhar ameaçador, o que faz Lucas me puxa para mais atrás dele. - Eu fui o brinquedinho De vocês dois por algum bom e longo tempo, ou não - Ele para e coloca a mao no queixo pensativo - na verdade, eu disse algo errado, me perdoem, - ele ri - vocês dois foram os meus brinquedinhos por algum longo e bom tempo. - Ele vem vindo em nossa direção, e Lucas se afasta me afastando junto com ele com passos calculados.- Nada do que você falou até agora faz algum sentido! - Lucas grita parecendo ansioso. - Quem você é?
Ele ri novamente. Ele esta obviamente se divertindo com nosso desespero. De repente a figura de um falso Lucas se transforma em-
- Tudo o que você precisa saber querido, - a imagem vai se transfigurando de baixo para cima, até se mostrar com outro rosto, mesmo que um rosto muito conhecido - é que eu sou quem eu quiser. Mesmo que eu ainda seja parte dela. - Agora a imagem aponta para mim, porém o que eu vejo chega a me dar arrepios. É como se eu olhasse para um espelho.- Era você! - Lucas grita e sua voz, de tão desesperada, chega a falhar, talvez com o susto que ele toma quando ele vê que agora há duas de mim, diferente de quando era ele quem se via mas ainda pôde manter a postura, agora ele age como se visse um fantasma. Seu rosto de empalidece de tal forma que não vejo mais nele o bronzeado que o destacava. - Era você quem estava fingindo ser ela.
Me calo. Posso apenas notar o sorrisinho que se dirige a meu irmão.
- Sim querido, era eu. - ela diz se aproximando. - inclusive foi muito divertido saber que ou eu sou uma otima atriz, ou você que é muito ridículo por não ter percebido que era eu. - Me sobe uma enorme fúria de sua risada sarcástica. - E pensar que a pobre Alice te idolatra tanto. O irmão maravilhoso, melhor amigo, que sabe tudo sobre ela e ela dele. Pena que não é reciproco não é querida? - Ela diz se aproximando de mim. Não sei por que tanto nojo me vêm de olhar para seu rosto, se o que vejo na verdade sou eu mesma.
- Não se aproxime dela! - Ele grita dando outro passo para trás.
- Não se preocupe, com ela eu vou ser mais minunciosa, afinal se eu matar ela não vou poder te matar.
Como assim se eu morrer ela não pode o matar?
- Você não vai chegar perto de nenhum de nós dois! Esqueça!
Talvez, essa seja a resposta.
- Eu já estou muito mais perto do que você imagina.
- Então é isso. - Sorrio e a atenção de ambos é voltada para mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando fecho os olhos
FantasyAlice com inúmeros problemas acumulados, certo dia decide fechar os olhos e imaginar uma realidade diferente, onde tudo era perfeito, porém deixou de ser imaginação, e se tornou uma realidade alternativa. Ela podia viver a vida que quisesse simplesm...