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- NIALL -

Eu não estava arruinado.

Eu estava além de arruinado.

A nova palavra precisava ser inventada para o nível de fodido que eu estava.

Torcendo o cabelo escuro na minha mão, eu puxei duramente, arrancando um gemido do que quer que seja o nome da garota que estava lambendo minhas bolas. Sua amiga, que tinha a mesma cor de cabelo, apenas mais baixa, rolou um preservativo no meu pau e se afundou nele.

O quarto do motel estava escuro, as cortinas tão grossas que poderia ser meio-dia e eu não saberia.

Dia e noite. Tudo tinha se misturado.

O lugar cheirava a porra, suor e maconha. Nem é necessário dizer o que vinha acontecendo nos últimos muitos dias que eu estava lá.

Dormir era inútil, porque sempre que eu caía no sono não havia nada de reparador sobre isso. Que foi parcialmente devido aos sonhos recorrentes que eu estava tentando evitar, e um monte a ver com a quantidade de pó que eu enfiei em meu nariz.

Eu gozei? Quão triste essa porra é?

Ainda mais triste?

Eu não me importo.

Não importava que houvesse duas delas, poderia ter havido duas mil, todas molhadas e prontas, inclinadas e esperando, isso não teria mudado porra nenhuma.

O que quer que tivesse acontecido, pelo menos tinha acabado.

Eu nem sequer me lembro de onde eu conheci as meninas ou até mesmo quando, e eu não sabia seus nomes porque eu nunca me preocupei em perguntar. Pela aparência delas não, não era a primeira vez. Elas podem não ser prostitutas de clube, mas eu poderia perceber de longe, e essas meninas tinham piranhas escrito na testa.

Eu tive a súbita vontade de ser deixado sozinho.

Agora.

Acendi mais um cigarro de maconha e joguei a mais leve para a mesa de cabeceira, observando-a girar ao redor até que ela caiu. — Dê o fora! — eu lati, acenando com a mão na direção da porta, apertando os olhos para me certificar de que estava acenando para a saída, e não o banheiro.

Sim. Saída.

Acertou em cheio.

Correndo ao redor do quarto como uma barata tonta, a de cabelos curtos procurou por suas roupas e sapatos. Uma vez que ela encontrou o que estava procurando, ela puxou o ombro da outra menina que ainda estava na cama, nua e deitada em seu estômago. — Clarissa, temos que ir, porra. — ela olhou para mim e minha expressão permaneceu dura. — Agora, Clarissa, temos que ir, AGORA!

Clarissa gemeu e se virou para o lado dela, apertando os lençóis para seu peito, — Eu estou dormindo, Julie. Me deixe em paz. Vovó não vai nos chamar para ir para igreja até o meio dia. Eu posso dormir hoje.

Julie continuou a tentar acordar sua amiga, sem sorte.

A cada tique do velho relógio na parede, senti meu sangue começar a ferver. Quando se aproximou ao clique número dez, era como um trovão em meus ouvidos.

Peguei um cinzeiro de vidro pesado da mesa e lancei contra a parede, criando um buraco no gesso e um som que explodiu através do espaço silencioso como se um tornado houvesse caído pela janela. Poeira se elevou do buraco na parede, nublando o pequeno espaço com o cheiro de cigarros velhos.

Clarissa pulou da cama, alerta e acordada. Ela pegou sua bolsa, e seu triste vestido do chão ao sair - deixando os sapatos para trás, e abriu a porta. Julie que estava perto dos sapatos os pegou, ambas correndo nas para a luz do dia, que estava tão ofuscante que tudo o que eu podia ver era branco.

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