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- THIA -

— Eu posso ir para a cidade sozinha, — eu disse, sentando no banco do motorista do velho Ford do meu pai.

Niall tinha pegado para mim algumas roupas secas da casa, mas não conseguiu encontrar as chaves. Depois de alguns minutos puxando os fios sob o volante, ele conseguiu ligar depois juntar alguns fios. — Apenas me diga o que você precisa e eu vou buscar. — eu fui fechar a porta, mas Niall estendeu a mão e parou.

— Eu não vou deixar você ir sozinha, — ele disse. — Temos tempo antes do clube descobrir que Tank e Cash não estão mais neste mundo. O telefone de Tank quebrou, mas eu mandei algumas mensagens de Cash para Chop antes deles irem nadar. Isso nos deu algum tempo.

— Ok, então temos tempo. Isso significa que é seguro. Você não tem que vir comigo, — eu argumentei, novamente tentando puxar a porta e novamente ele me parou.

— Você tem medo de ser vista comigo ou algo assim? Com medo de que as pessoas da cidade vão pensar? — ele brincou.

— Não, não é isso.

— Ah, então você acha que o motoqueiro mal vai assustar os nativos, — Niall disse, dando um passo para dentro da caminhonete. Eu não tinha escolha a não ser fugir para o lado do passageiro para evitar ser esmagada debaixo dele.

A verdade era que eu não conseguia pensar quando estava perto dele. Poucos minutos para mim poderia ser capaz de limpar um pouco da neblina induzida por ele que estava me seguindo por aí, mas não havia nenhuma maneira no inferno que eu estava prestes a dizer a Niall isso, então eu vim com algo que ainda era verdade, embora um pouco menos importante na minha escala de razões para não levá-lo para a cidade comigo.

Eu joguei minhas mãos no ar, deixando a minha frustração aparecer. — Você não tem uma camisa e Emma May da loja do posto vai dar uma olhada em você e ter o terceiro ataque do coração.

O canto da boca do Niall virou para cima em um sorriso torto que fez pequenas linhas aparecerem no canto de seus olhos. Ele lentamente se inclinou sobre mim, cada vez mais perto. Me inclinei para longe, me apertando contra o assento como se eu estivesse tentando me forçar a me unir ao banco. 

— Você acha que eu estou gostoso, Ti? — sua respiração vibrou contra o meu pescoço. — Você está com ciúmes? Com medo que eu vá  deixar a calcinha de uma senhora tão molhada como eu faço com a sua?

— O que... o que você está fazendo? — eu perguntei sem fôlego quando ele chegou em meu colo.

— Eu dirijo um pouco... selvagem, — Niall disse, puxando o cinto velho em minha cintura e clicando sobre ele na fivela enferrujada.

Eu soltei um suspiro de alívio e decepção quando ele se sentou ereto e começou a subir na caminhonete. Ele se levantou do assento e tirou algo que tinha estado pendurado na parte de trás de um de seus bolsos.

Uma camisa. Ele a puxou sobre sua cabeça.

— Viu? Você estava errada, eu possuo uma camisa, — Niall disse com uma piscadela. Com um braço do outro lado da parte de trás do banco, seus dedos tocaram meu ombro quando ele virou a caminhonete e se dirigiu até a estrada.

— Como se isso ajudasse, — eu murmurei.

— Não entendi, — disse Niall, embora eu tenha tido a sensação de que ele tinha entendido.

— Eu sou perfeitamente capaz de dirigir, — eu disse.

— Tenho certeza que você é, mas você está comigo agora, e enquanto você está comigo, eu dirijo.

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