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- NIALL -

O dia que eu conheci Harry foi um dia sangrento...

***

Eu perdi dois dentes e ganhei a cicatriz que atravessa o meu cotovelo esquerdo.

Nós tínhamos iniciado uma briga - eu nem me lembro o porquê. Pelo que quer que seja que as crianças de quinze anos de idade brigam. Bem, as crianças de quinze anos de idade que lidavam com drogas, roubos de carros, desmanche e fugindo da lei.

Nós tínhamos aguentado golpe por golpe até que estávamos tão ensanguentados e machucados que nenhum de nós poderia ver além das fendas dos nossos olhos negros inchados.

Louis, um garoto magricelo que veio junto com Harry, se sentou em cima de um tronco nas proximidades e continuou correndo os dedos ao longo das pregas na frente de suas calças. Ele parecia totalmente imperturbável pelo espancamento mútuo ocorrendo apenas alguns metros de distância.

Na verdade, ele parecia... entediado.

— Vocês idiotas já acabaram? — Louis gritou com um suspiro, soltando seus ombros. — Que luta de cadelas. Quando um de vocês desiste, aposto que é porque tem que ir trocar a porra do seu tampão. — ele balançou a cabeça e revirou os olhos.

Harry era mais pesado que eu, mas eu tinha a velocidade do meu lado. Para cada vez que ele me prendia debaixo dele, eu era rápido para manobrar para fora dele e aterrar mais um golpe em sua caixa torácica.

Isso pareceu durar horas.

Nós brigamos ferozmente, sem piedade. Rolando no chão molhado e macio, tentei cuspir a lama logo que entrou na minha boca para que eu pudesse recuperar o fôlego.

Harry recuou o braço e deu um soco contra o meu rosto, enviando minha cabeça para trás. A dor rolou pela ponte do meu nariz e vibrou contra minhas bochechas. O sangue escorria de minhas narinas na costura dos meus lábios, enviando um sabor de cobre em minha boca.

Era a terceira vez meu nariz tinha sido quebrado.

Um grito alto rasgou através do ar. Harry e eu viramos nossas cabeças em direção do som para ver Louis olhando para sua camisa branca em horror absoluto. Seu rosto já pálido parecia ficar ainda mais pálido.

- Que porra é essa? — ele gritou, saltando do tronco. Ele puxou a alça do suspensório até o cotovelo, revelando um pequeno respingo de lama salpicado diretamente acima de seu bolso no peito.

Eu mal registrei que Harry e eu tínhamos parado de lutar. Suas mãos ainda estavam firmemente em volta do meu pescoço, meu joelho estava fortemente pressionado em seu estômago. Louis lentamente olhou para cima a partir do ponto em sua camisa e de volta para nós. Suas bochechas estavam avermelhadas, os punhos cerrados ao lado do corpo. Antes que eu pudesse registrar o que diabos estava errado com o garoto, ele se lançou no ar com um grito, e parou bem entre o Harry e eu, soprando o vento de meus pulmões, enviando Harry para trás na lama. Louis então começou a se aproxima de nós com tudo o que tinha, mas desde que o garoto era construído apenas com cotovelos e joelhos... Não era muito.

— Seus fodidos! — ele gritou, sua voz rachada sobre as vogais enquanto tentava seu melhor infligir dor em nós por sujar as roupas dele.

Harry e eu caímos na gargalhada e depois Louis que tinha dado toda a luta que ele tinha para dar, ele caiu de costas e riu com a gente. Nós três passamos o resto do dia nos drogando no topo da torre de água da cidade. Essa foi à noite que Louis desenhou um pau gigante na torre de água.

Eu aprendi naquele dia que Louis tinha sido responsável por todos os paus que tinham sido pintados com tinta spray em placas de pare e postes de luz em toda a cidade. — Eu uso tinta especial também. A merda nunca vai sair. Quando eu estiver muito longe, meus lindos grandes paus pretos ainda vão estar em toda parte nesta cidade de merda.

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