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- THIA -

Eu era oficialmente procurada.

E não procurada.

Tudo ao mesmo tempo.

Niall não ia me deixar ir. Ir para casa, para Jessep e confessar o que eu tinha feito ao delegado, isso não era mais uma opção. A manchete era tão condenável.

Eles ainda acreditariam em mim se eu lhes dissesse a verdade? Eu enfrentaria acusações mesmo que acreditassem em mim?

Eu não podia fazer nada, mas eu queria fazer algo que iria tirar o caroço se formando na minha garganta e peito, lentamente me sufocando a cada respiração.

Inspire, expire.

Expire, mais.

Inspire, expire.

Expire, ainda mais.

Eu gostaria de poder dizer que me senti desanimada. Era pior do que isso, e eu ansiava por isso. Eu ansiava pela indiferença e desapego, porque agora, eu estava como um trem desgovernado, correndo para frente a toda velocidade em direção ao fim dos trilhos e criaria um acidente, que eu podia ver claramente na minha frente como se já tivesse acontecido.

A luta em mim desapareceu tão rapidamente como tinha se construído.

Eu estava presa.

Nesse lugar.

Nesta vida horrível.

O amanhã havia chegado muito rápido.


- NIALL - 


Thia estava sentada na beira da cama, olhando para a parede com uma expressão indecifrável no rosto. O mesmo lugar que ela tinha estado desde que pendurou sua cabeça em derrota e silenciosamente me seguiu de volta para a garagem.

Ray veio e trouxe algumas roupas frescas e uma escova de dentes para ela que agradeceu e desapareceu no banheiro, mas quando ela voltou, tanto Ray quanto eu notamos imediatamente que, embora nós tínhamos ouvido o chuveiro e pia, ela ainda estava vestindo a mesma bermuda. Encaramos um ao outro, o mesmo olhar confuso. 

— Ummm, a enfermeira que te checou quando você chegou aqui, o nome dela é Sally, — disse Ray. — Você não deixou que ela olhasse todos os lugares. Ela ligou mais cedo e ela está preocupada e quer saber se você quer que ela venha e dê uma olhada para se certificar de que está tudo bem, — Ray ofereceu.

— Eu estou bem, mas obrigada. — Thia balançou a cabeça, oferecendo a Ray um pequeno sorriso que mal podia ser chamado de um sorriso. Ela tinha estado na mesma posição, olhando para o nada desde então.

Segui Ray, deixando Thia no quarto. — Desculpe a porta. Eu vou cuidar disso antes de eu ir, — eu disse, pegando a espada e a  maçaneta da porta do tapete. Eu tinha esquecido como era pesada a espada, Thia deve ter estado realmente determinada a sair se ela foi capaz de não só levantá-la, mas balançá-la com força suficiente para cortar a porra da maçaneta.

Ray cruzou os braços.. 

— Qual é o seu plano com ela?

— Nem sei. Ela quer ir. Eu disse a ela que o clube estava atrás dela. Mostrei a ela o artigo do jornal do caralho. Ela vai morrer de uma forma ou de outra, mas ela ainda quer ir, então quem diabos sou eu para mantê-la aqui?

— Você é um cara que sabe um pouco do que ela está se sentindo.

— Como você sabe disso?

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