KING ③

14

- THIA -

Niall está me beijando.

Saindo do puro choque eu empurrei contra seu peito, rompendo nossa conexão. Parecia frio onde seus lábios tinham estado momentos antes, ainda quente e formigando entre as minhas coxas.

Um beijo real.

— Eu não preciso de sua pena, — eu disse, tocando meus lábios como se eu precisasse ter certeza de que o que acabou de acontecer era real.

Niall se inclinou novamente, desta vez correndo o nariz em toda a minha mandíbula. Fechei os olhos e suas palavras vibravam atrás da minha orelha, direto para um lugar dentro de mim que formigava à vida.

— Isso ainda pode ser o pior momento da sua vida, Ti. Mas quando você se lembrar de toda a merda que aconteceu, você pode se lembrar do seu primeiro beijo também, e talvez isso vai afastar um pouco essa dor. Me deixe fazer isso por você. Me deixe te ajudar. — Niall segurou meu rosto com as mãos e novamente apertou seus lábios contra os meus. Ele agarrou meus pulsos, os colocando ao redor do seu pescoço antes de envolver seus braços em volta da minha cintura, seus dedos apertando os meus quadris.

O beijo foi suave. Calmo. Nada como eu pensei que beijar Niall seria. A sensação de sua pequena barba contra o meu rosto me fez querer estender a mão e puxá-lo pra mim.

Ele era mais suave do que eu pensei que ele seria.

Ele abriu a boca para mim, apenas um pouco, apenas o suficiente para sugar delicadamente meu lábio inferior em sua boca e a sua língua no meu lábio superior. Deixei escapar um gemido involuntário, imediatamente envergonhada pelo barulho. Niall recuou.

— Desculpe, eu não quis... — eu comecei, mas então eu percebi que ele tinha feito isso. O tempo todo ele estava me beijando, apesar de ter sido apenas alguns segundos, eu não tinha pensado sobre o clube ou meus pais.

Foi trinta segundos de felicidade.

Eu queria mais.

— Se você continuar fazendo barulhos como esse, Ti, — Niall gemeu, seu peito subindo e descendo rapidamente. Eu chupei meu lábio inferior em minha própria boca, degustando onde a língua de Niall tinha estado antes. — Eu não posso prometer que isso apenas vai parar em um beijo.

— Você pediu para que se eu te contasse o que aconteceu no clube, então você poderia me fazer esquecer, — eu o lembrei. — Eu quero que você continue, — eu disse, sabendo o que eu queria, mas não tendo certeza se Niall estaria disposto a dar a mim.

— Não, Thia. Eu já te disse...

— Não. — eu o interrompi. — Me faça esquecer assim, — disse eu. Me sentindo ousada, estendi a mão e toquei seus lábios com os dedos. Niall gemeu e me surpreendeu quando ele chupou meus dedos em sua boca. Meus mamilos endureceram como se tivessem sido tocados por uma brisa fria. Niall me puxou contra seu corpo duro e gemeu, a vibração profunda ressonando em partes do meu corpo que eu não sabia que podia sentir essas coisas. — Eu não quero drogas. Eu quero que você seja minha droga. Me faça esquecer, Niall. Por favor. — Eu implorei. — Me faça esquecer tudo.

Niall olhou para baixo e por um minuto eu estava certa de que ele estava prestes a me dizer que ele se arrependeu de me beijar e não poderia fazer o que eu estava pedindo a ele. Ele era um motoqueiro. O que eles faziam não era um segredo na cidade. Eu sei que eles tinham mulheres e prostitutas experientes do clube. Por que ele quer me beijar? — Me diga porque você ainda está usando isso e eu vou te beijar de novo, — disse ele, puxando o cós do meu short.

— Eu não sei como você vai reagir. Tudo parece meio louco, — eu disse honestamente.

— Eu não posso prometer que não vou estar com raiva, mas eu posso te prometer que eu não vou ficar com raiva de você, — disse Niall. — Você entende isso, Ti? — ele procurou meus olhos. — Nada disto é a porra da sua culpa. Você entende isso?