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- NIALL -

Um grito violento disparou pela porta. — Porra!

Eu peguei minha arma da mesa e corri para a porta, abrindo-a, pronto para matar qualquer filho da puta que tenha sido corajoso o suficiente para vir para mim no meio da porra da noite. Thia estava na cama, gritando como se estivesse sendo atacada, mas o quarto estava vazio. Seus olhos estavam fechados e suas costas se curvaram para fora da cama a cada novo grito. A parte de trás de sua cabeça bateu na parede acima do colchão com um baque, mas nem sequer a fez parar.

— Vá se foder! Vá se foder! Eu te odeio! Você não pode fazer isso comigo! Você não pode! Eu não vou deixar, porra! — ela se enfureceu. Eu não sabia o que fazer, mas eu sabia se ela continuasse bater contra a parede ela iria se machucar. Me ajoelhei no colchão e a peguei em meus braços, esmagando-a contra meu peito, mas ela não parou. Ela bateu os punhos fechados contra os lados do meu rosto e no meu peito, uma e outra vez. Ela arranhou suas unhas na pele dos meus ombros.

— Pare! — eu ordenei, segurando seus braços. — Acorde!

— Vá se foder! Vá se foder! Vá se foder! — ela gritou, ainda lamentando, seus punhos mais como uma vibração no meu peito do que uma surra.

— Ti, sou eu, acorde! — eu disse ainda mais alto. — Droga, garota, você vai se machucar. Acorde, porra!

Ela se acalmou, mas eu continuava a segurá-la. Levou vários minutos, mas eu senti o momento que a luta deixou seu corpo quando ela caiu contra mim. Ela não se moveu, não disse uma palavra nesse tempo, e eu pensei que ela poderia ter caído no sono, até que ela falou contra a minha pele, sua respiração roçando meu mamilo. — Eu matei a minha mãe.

— Eu sei, — disse eu, sem saber o que mais eu deveria dizer. — Vem comigo, — eu disse e pela primeira vez ela realmente ouviu, saindo da cama e me seguindo para a noite. Fui até a fogueira, o mesmo lugar onde Eli e seus homens riram enquanto me torturaram. Eu iria levá-la até o cais, mas decidi não fazer, porque se ela me irritasse mais uma vez eu não sabia se eu seria capaz de resistir à minha ameaça de mais cedo e jogar sua bunda lá. Por pelo menos um pouco, enquanto os flashbacks fodidos que me seguiam como um cachorro possuído, essa minha memória teria que ficar para trás da menina com o cabelo vermelho.

— Sente-se, — eu pedi, apontando para uma cadeira de plástico branco. Thia sentou e me observou acender um pequeno pedaço de palha. Quando ele brilhava intensamente, eu gentilmente o coloquei no interior da fogueira e coloquei duas pequenas toras cortadas em cima dela.

Ela perguntou: — Por que o fogo?

— O fogo é para um pouco de luz e... — Thia bateu no braço dela, e quando ela puxou a mão, ela revelou um grande mosquito esmagado.

— E para manter os mosquitos longe. — ela limpou seu braço quando a fumaça começou a ondular no céu a partir da fogueira. — Isso deve ajudar.

Me sentei na beira da fogueira de tijolo, de frente para Thia em sua cadeira. Ela levantou suas pernas para cima na cadeira e sob sua pequena regata branca, esticando o pano sobre os joelhos, matando qualquer chance que eu tinha de ficar olhando para os peitos dela.

Arrumei o baseado e agarrei meu isqueiro. — Veja, — eu disse, quando eu acendi o baseado, mantendo o polegar sobre o buraco até que era hora de inalar toda a fumaça que eu tinha acabado de criar. Exalei e segurei o isqueiro para ela. — Não é muito, mas vai ajudar.

Thia virou o isqueiro em sua mão e examinou o baseado como se fosse um artefato de um museu, correndo os dedos suavemente. Ela tentou acender, mas deixou cair o isqueiro quando a única coisa que ela conseguiu foi queimar as pontas dos dedos. — Aqui, — eu disse, pegando o isqueiro da grama. Eu segurei a chama sobre a ponta e ela fez como eu mostrei a ela, tirando o polegar fora do buraco e dando uma pequena tragada, liberando a fumaça em uma tosse.

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