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- NIALL -

A dormência que havia sido bom para mim ao longo dos últimos meses tinha sido substituído com a raiva familiar que me acompanhou toda a minha vida. A raiva que me permitiu tirar vidas. A raiva que me permitiu odiar meus inimigos que eu nunca conheci. No entanto, este novo tipo de raiva borbulhando dentro de mim era para um homem e um homem só.

Meu pai. Bobby.

Eu ainda estava meio bêbado. Era difícil não estar. Se eu quisesse estar completamente sóbrio levaria meses para limpar o meu sistema. Talvez anos.

As linhas tortas da rodovia se misturavam em uma longa sequência de branco e amarelo enquanto eu pressionava o pedal do acelerador da caminhonete, e o motor gritava e gemia em protesto. A linha vermelha do velocímetro pulsava, subindo mais e mais enquanto eu empurrava a caminhonete velha ao seu limite.

Eu tinha dado o anel para a menina como uma fodida brincadeira. Uma maneira de acalmá-la, fazê-la se sentir bem para não ligar para a polícia do caralho. Eu nunca esperava que ela aparecesse no maldito clube. Sobre o que ela poderia ter precisado da minha ajuda de qualquer maneira? Eu honestamente pensei que ela iria esquecer tudo sobre o anel e a falsa estória por trás dele.

Eu estava tão fodidamente errado.

Só porque era essa mesma menina na imagem que Harry me enviou não queria dizer que isso tudo não era uma armadilha elaborada por Bobby para me fazer voltar ao clube.

Meu velho era um filho da puta, mas ele era um filho com uma puta inteligente. Ele não queria vir atrás de mim em público, e com toda a vigilância na casa de Harry, ele com certeza estava tão longe o quanto possível de ser visto.

Mas e a menina?

Ela poderia ser contratada dos Bastards pelo que eu sabia. Tudo o que ela precisava fazer era ir para um lugar tranquilo, sem vigilância para que os Bastards pudessem me levar de volta para o clube e me enforcar no meio do pátio para que eles pudessem jogar latas de cerveja no meu corpo até que eu começasse a cheirar mal.

Mas e se ela realmente foi para o clube porque ela precisava da minha ajuda? Precisava de mim para cumprir uma promessa que eu não tinha intenção de cumprir.

Na foto ela estava segurando o maldito anel como se fosse à coisa mais preciosa do mundo para ela. Eu senti um puxão do fundo do meu fodido intestino, mas como todas as emoções indesejáveis caindo pelo meu cérebro, eu empurrei essa merda para longe.

Minha piada estúpida acabou na porta de Harry. O plano era chegar la e silenciosamente limpar a bagunça que eu fiz. Então eu iria enviar à menina em seu caminho e dar o fora.

Cada solavanco na estrada me fez olhar para cima e olhar para o espelho retrovisor. As janelas traseiras estavam escuras e pareciam quase tão inúteis como um monge com um pau de vinte e três centímetros. A minha moto estava amarrada à traseira da caminhonete ligada por ganchos no chão.

Uma besta mecânica amarrada enquanto ela foi concebida para estar voando pela estrada.

Como eu.

Eu tinha alugado a caminhonete dizendo que eu era dono de um depósito fodido que operava exclusivamente com bilhetes de papel, e assim não poderia ser achado por nenhum sistema de computador de qualquer tipo. Eu não estava me escondendo do clube. Eu não era um covarde, mas eu não queria anunciar a minha chegada e colocar a família de Harry em risco também.

Eu não estava me escondendo, eu só precisava de tempo. Tempo para quê, eu não tinha fodida certeza.

Ao longo dos últimos meses, a única coisa que eu estava fazendo era beber e comer bucet** feito um rodo e logo que eu concluísse esse problema, eu iria voltar para isso.

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