6. You're Hot

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O trajeto se mantinha silencioso. Mark não dizia nada e eu evitava olhar para ele, mantinha minha visão focada no chão, observando meus tênis desgastados e meus passos firmes na calçada. Era o meio do caminho quando senti a mão de Mark agarrar o meu pulso e me puxar para trás, me assustando no mesmo instante.

Meu corpo foi de encontro com o dele e eu vi um carro cruzar minha visão há poucos centímetro de mim, o que me fez puxar o ar rapidamente para meus pulmões, fazendo meu coração disparar pelo susto.

— Você não olha por onde anda, Jane Lewis?! - Ouvi seu tom de repreensão atrás de mim e ergui o cenho esperando meu coração se acalmar. Mark afrouxou seu toque em meu pulso e eu me virei o encarando.

— Eu tinha visto o carro, tá? - Menti cruzando os braços e ele riu incrédulo.

— Acredito, assim como acredito no meu dez em matemática. - Ele ironizou e eu fechei os olhos respirando fundo. Quantas vezes eu já respirei fundo por culpa de Mark Tuan só essa semana? Se contarem, me digam.

Que seja. - Apertei as alças da minha mochila em minhas costas olhando para frente. — Vamos logo, o sinal fechou.

Fui na frente, mas Mark logo me seguiu dizendo:

— Você é muito esquentadinha. - Olhei para ele já chegando na calçada. — Nunca te vi sorrindo.

— Eu te vejo sorrindo todo dia e não reclamo. - Soltei e ele pôs a mão no peitoral fingindo dor.

— Não gosta do meu sorriso? Essa doeu. - Eu segurei uma risadinha, então parei em sua frente erguendo meu olhar.

— Olha, Mark, eu to pra te falar isso já faz um tempo. - Suspirei e olhei para ele, que esperava de braços cruzados meu comentário. — Seus dentes parecem dentinhos de dinossauro.

E naquele momento, eu juro que nunca senti tanta vergonha alheia na minha vida. Mark desencadeou uma série de gargalhadas altas e intermináveis. Eu olhei envolta escondendo o meu rosto pela vergonha, as pessoas estavam olhando. Ah Mark, pelo amor de Deus, para.

— As pessoas estão olhando, para! - Eu o repreendi, mas ele não conseguia parar de rir. — Mark Tuan! Meu Deus do céu, que vergonha.

Cobri meu rosto por um momento e corri as mãos pelos cabelos tentando tirar paciência do fundo da minha alma para simplesmente não fugir e me trancar em casa pelo resto da minha juventude.

— Você ê uma caixinha de surpresas, Jane Lewis... - Ele limpou as lágrimas que escorriam ali por conta da crise de riso e eu inspirei devagar me virando e seguindo o caminho na frente.

Depois de todas essas aventuras, havíamos finalmente chegado na casa de Mark. Não era muito distante da minha, apenas alguns quarteirões de distância, tinha a decoração externa até parecida com a minha. Ele tirou as chaves do bolso e destrancou a porta da frente me dando espaço para entrar.

O fiz e logo corri meus olhos pela sala, extensa e com uma boa quantidade de prataria, a cozinha era americana o que nos permitia vê-la da sala. A decoração era rústica, mas não tão conservadora e velha, era uma entressafra entre o novo e o antigo.

— Está com fome? Meus pais não estão em casa, mas eu posso preparar algo para você comer. - Ele ofereceu, mas eu neguei agradecendo de todo o modo. — Tudo bem, vamos subir para o meu quarto.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora