30. Golden Ticket

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Naquela manhã eu tive de me despedir de Mark e voltar para casa cedo, pois eu sabia que ouviria bastante da minha mãe. Mark não protestou e me levou até a porta. Lá nos despedimos e eu pude finalmente respirar tranquila.

Mark não me deixava nervosa, não, não era isso. Era um sentimento estranho no meu estômago, ainda mais quando estávamos no mesmo ambiente, no mesmo móvel, sob o mesmo cobertor. Certo, certo, chega. Já basta o sonho de ontem.

Apertei meus braços balançando a cabeça negativamente, tentando afastar as imagens fantasiosas que minha mente me fizera ver noite passada. Eu não devia ter sonhado com aquilo, imoral, completamente imoral.

Não posso negar que eu havia gostado, e que meu corpo teve a reação esperada. Senti um arrepio descer pela minha espinha e suspirei. Entretanto, não vai acontecer novamente, irei me certificar de ver um episódio de My Little Pony toda noite antes de dormir.

Cheguei em casa por volta das onze, o sol já esquentava a rua da minha casa. Abri a porta sem dificuldades, pois a mesma estava destrancada, dei passos lentos percebendo a ausência dos meus dois progenitores, dei um suspiro, pelo menos eu não os encontraria naquele momento. Até que eu ouço a voz da minha mãe.

— Onde a senhorita acha que vai? - Ela me pegou já subindo no primeiro degrau da escada. Mordi meu lábio inferior e me virei lentamente vendo-a parada na porta da cozinha com um pano de prato em mãos. — Vamos, volte aqui, nós precisamos conversar.

Fiz uma expressão de dor e segui minha mãe até a cozinha, ela deixou o pano de prato sobre o balcão e voltou sua atenção para as loucas dentro da pia, enquanto eu me debruçava sobre o balcão esperando que ela começasse.

— Como foi a noite, na casa dos Tuan? Dormiu bem? - Ela perguntou e eu disse que sim, fazendo círculos sobre o mármore do balcão.

— Dormi no quarto de Mark, ele dormiu na sala. - Menti e ela assentiu se inclinando levemente na minha direção e inspirando forte.

— Claro que dormiu. - Ela completou terminando de secar uma caneca. Umedeci meus lábios, preocupada, será que eu estou cheirando à perfume masculino? — Seu pai não queria deixar você dormir na casa de Mark, eu que tive de convencê-lo, estava muito tarde pra você voltar.

— Sim, me desculpa, eu prometi voltar cedo, mas acabei cochilando e perdi a hora. - Olhei para o chão um pouco envergonhada e ela fechou a torneira da pia.

— Sem problemas, só não quero que se repita. - Ela secou as mãos no pano de prato e tocou minhas bochechas deixando um selar na minha testa. — Daqui a pouco vou fazer o almoço, vá para cima e tome um banho antes que seu pai chegue do mercado.

Ah. Assenti e fiz meu caminho até o quarto, lá deixando minhas roupas e partindo para o banheiro, tomei um banho demorado em que eu pude refletir sobre a noite passada, e tentar entender como eu lidaria com a minha situação com Mark, antes que fosse tarde de mais.

Eu tinha que colocar na minha mente, estampar no meu coração que nos nuca teríamos nada, ele podia querer, eu podia querer, mas na realidade que vivemos era impossível para nós. Apenas amizade, nos conhecemos no intuito de permanecer apenas na amizade, pra quê complicar as coisas? Grunhi enxaguando meu cabelo.

Terminei meu banho e me sequei vestindo uma roupa confortável, daquela vez cheirando à um perfume feminino. Desci as escadas e encontrei meu pai deixando as compras na cozinha, me sentei no sofá e liguei a televisão.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora