29. Sweet Dreams

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M A R K

03:26 AM

Jane, ela estava deitada ao meu lado, na minha cama dormindo como um anjo, enquanto eu me revirava na cama, me culpando por deixar que inúmeros desejos passarem pela minha mente naquele instante. Era difícil, era tão difícil resistir àquela garota. Ela só tornava as coisas piores pra mim, e depois de eu ter passado horas no telefone com sua mãe, implorando para que deixasse sua filha dormir aqui, eu esperava que algo acontecesse essa noite.

Merda, não me culpe. Eu sei que é errado esperar algo assim da minha melhor amiga, que está dormindo inocentemente ao meu lado, mas eu não sou o cara perfeito. Eu tenho meus desejos, e infelizmente, Jane se envolve na maioria deles.

Fechei os olhos com força tentando esquecer a presença da garota ao meu lado e me virei para o lado oposto, ficando de costas para ela. Respirei fundo e implorei para que o sono me chegasse logo, mesmo que eu soubesse que seria uma longa noite.

Mark... - Ouvi a voz dela baixa e falha, cerrei o cenho estranhando aquele tom de voz. — Mark, uhum...

Engoli seco prestando atenção na respiração pesada de Jane. Não diga que você está sonhando com isso, meu Deus. Passei a língua entre meus lábios aflito. Jane gemeu baixo contra o travesseiro e eu senti minha respiração descompassar.

Não se vire, não se vire, Mark Tuan. Mordi meu lábio inferior com força lutando contra minha vontade. Era uma questão de ética, eu não devia me virar, mas ouvi-la pedir por mais, era golpe baixo.

Jane se encontrava de olhos fechados e cabelos bagunçados sobre o travesseiro, alguns poucos fios de sua franja se colavam à sua testa por culpa da fina camada de suor sobre sua pele. As sobrancelhas franzidas e os lábios, úmidos e entreabertos, deixando alguns grunhidos e suspiros escaparem. Ela aprecia completamente imersa ao sonho que estava tendo.

Enquanto ela se remexia levemente sobre o colchão bagunçando o lençol que lhe cobria, meu nome escapava-lhe dos seus lábios, denunciando sua fantasia.

Mark, por favor... - Eu fechei os olhos com força tentando bloquear meus ouvidos e impedi-los de ouvir aqueles gemidos. — Rápido...

Era oficial, eu estava duro. Merda, Jane Lewis. Ergui o cobertor por um momento e encarei minhas calças de moletom, com um volume evidente na parte da frente. Xinguei baixo encarando o teto e correndo minha mão direita pelos cabelos tentando encontrar alguma saída para aquela situação.

No entanto, interrompendo meus pensamentos, senti o braço de Jane encontrar meu peitoral enquanto sua perna se posicionava sobre meu abdômen, me abraçando como se eu fosse um ursinho de pelúcia.

Ela arfava deixando sua respiração bater contra a pele do meu pescoço, refrescando-a da pequena camada de suor ali contida. A respiração dela ia se acalmando aos poucos, assim como seu coração que batia contra meu peitoral. Eu permaneci imóvel, com receio desfazer qualquer movimento, acorda-la e ter de lidar com uma situação como essas.

Confesso que espiei por cima de seu corpo uma vez para ver sua roupa íntima – cinza e rendada –, por curiosidade. Fora isso, eu não tinha culpa em nada, a culpa era dela, as fantasias eram dela, os desejos eram dela. Entretanto, mesmo assim, eu me sentia culpado, por mais que ela fosse culpada daquelas ações, era completamente inocente.

— Ah, Jane Lewis... - Eu falei fechando os olhos e entrelaçando meus dedos em seus cabelos castanhos, fazendo-a um carinho até que seu corpo se acalmasse de vez.

• • •

J A N E

Senti um raio de sol iluminar meus olhos, gemi baixo pelo incomodo me aconchegando e tentando escapar do sol. Entretanto, senti batimentos cardíacos leves abaixo da superfície na qual eu estava deitada, cerrei o cenho e levantei minha cabeça tomando um tempo ainda pra limpar meus olhos.

Quando percebi onde eu me encontrava arregalei os olhos na mesma hora, me sentei na cama vendo Mark se mover um pouco sobre o colchão, cobri minha boca com as mãos e desci meu olhar para minha calcinha completamente desinibida.

Que porra é essa?! Eu dormi no peitoral dele? Ah, eu não acredito! Isso não é bom, não é nada bom, fizemos mais alguma coisa? Não, eu teria me lembrado. Chacoalhei minha cabeça tentando afastar aquelas possibilidades da minha cabeça.

Me levantei rapidamente da cama encarando por um momento Mark ainda dormindo na cama, busquei pelos meus shorts  na mesinha de cabeceira e os subi pelas minhas pernas. No momento em que eu estava prestes a abotoá-lo, a porta do quarto se abriu.

— Mark, acorda, seu vagabun... Jane? - Jackson anunciava sua chegada em alto e bom tom, até que percebeu minha presença no quarto o encarando com certo espanto. — O que você tá fazendo aqui? Dormiu com o Mark?

Arregalei os olhos pela segunda vez em menos de dez minutos e neguei veemente com a cabeça fazendo o mesmo movimento com as mãos tentando me explicar. Até que ele olhou para meu short ainda desabotoado e cobriu a boca surpreso.

— Não! Não, claro que não! Jackson-

— Meu Deus, vocês transaram! - Jackson exclamou correndo as mãos pelos cabelos. — Por que não me convidaram? Aah!

— Jackson! Você não entendeu nada! - Eu falei alto, tentando não me enrolar nas palavras.

Jackson, você não entendeu nada. - Mark grunhiu contra o travesseiro chamando ambas nossas atenções, virei meu rosto para Mark, que se sentava sobre o colchão. — Por que tanta gritaria logo de manhã?

— Mark, vocês fizeram alguma coisa noite passada? Você pode contar pra mim, eu sou seu melhor amigo. - Jackson se sentou na borda da cama pegando na mão de Mark, que rapidamente te rejeitou o contato do garoto por culpa do clássico mal humor matinal.

— Não fizemos nada, você está assustando-a. - Ele coçou a nuca correndo as mãos pelos cabelos, bocejou, então se espreguiçou abrindo completamente os olhos e mirando-os em mim. — E se tivéssemos feito, não seria da sua conta.

— Aí! Essa doeu, eu vim todo feliz chamar você para irmos à praia, mas tudo bem, já que você prefere sua nova melhor "amiga". - Ele fez aspas na palavra citada e Mark riu fraco notando o claro ciúme nas palavras de Jackson.

— Kayee, você é meu melhor amigo, mas eu não tive uma boa noite de sono, não to disposto a ir à praia hoje. - Mark suspirou bagunçando os cabelos e olhando para Jackson. — Obrigado pelo convite, mas terei que recusar.

— Boa noite de sono, hmm... sei. - Jackson olhou de soslaio para minha pessoa que continuava com um olhar envergonhado pela  situação. — Certo, Markipoo, te libero de hoje, mas a próxima você vem conosco, mesmo que eu tenha que te arrastar pelos cabelos.

Mark riu baixo junto de Jane pelo apelido dado à ele por Jackson, e se despediu do garoto que deixou um beijo na bochecha de Jane e saiu do quarto. Jane respirou fundo soltando uma risadinha.

— O que foi? - Mark perguntou e ela cobriu a boca escondendo o sorriso.

— Nada, Markipoo.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora