The Attraction Of Imperfection 》 Mark Tuan

5. Strawberry Oreo

Não muito longe dali eu avistei a cafeteria, respirei fundo e enchi o peito de ar. Adentrei no local e meus olhos caçaram a mesa do time da basquete, então a encontrei. Os garotos estavam reunidos não muito longe de mim, rindo alto e conversando no mesmo volume, como sempre.

Que Deus me proteja. Fiz o sinal da cruz e cruzei a cafeteria com passos logos e confiantes, me aproximando da mesa dos garotos. Assim que fiquei próxima o suficiente, capturando a atenção dos cujos ditos, chamei por Mark.

— Tuan. - Falei e o silêncio na mesa se fez presente, assim como no resto da cafeteria, que obviamente observava meu ato com curiosidade nos olhos. Mark se levantou do banco e se virou se deparando comigo, então sorriu. Estendi a bola e continuei. — Você esqueceu sua bola de basquete no ginásio.

— Oh, muito obrigado, Jane. - Ele pegou a bola ainda sorrindo. — Eu estava procurando por ela, é a minha favori-

— Isso é Oreo de morango?! - Uma voz interrompeu Mark e logo seu dono se levantou da mesa.

Desviei meus olhos de Mark e vi o garoto, sua pele era morena e ele tinha cabelos acizentados, apontava para o biscoito em minhas mãos, olhei o cujo dito e assenti fraco mostrando à ele a embalagem.

— Aha! Eu falei que não era o único que gostava desse sabor! - O garoto comemorou recebendo olhares de repreensão do resto do time.

— Continua sendo ruim, aceite Bambam, o Oreo de morango foi a pior invenção da marca. - Um menino de olhos finos falou com desgosto. Eu não tive certeza se ele os revirou em seguida, porque eu não consegui enxergar direito, eram muito pequenos e eu sou muito míope.

O garoto recém descoberto por mim, nominado Bambam, rebateu o argumento começando uma discussão com o menino com cara de desgosto. O resto da mesa apenas os ignorava como se já fosse algo do cotidiano, então ouvi Mark chamar meu nome.

— Desculpa por eles. - Ele correu a mão pelos cabelos e olhou para os dois garotos que ainda discutiam sobre o maldito sabor do Oreo. — Essas crianças não sabem se comportar na presença de uma garota!

Ele chamou a atenção dos dois, os encarando. Ambos se silenciaram olhando para Mark, então se sentaram de volta em seus lugares.

— É melhor que o sabor original... - Bambam sussurrou semicerrando os olhos para o garoto.

— Concordo. - Falei abrindo um sorriso pequeno e chamando a atenção do defensor dos direitos do Oreo de morango. Então estendi o biscoito e coloquei-o na mesa enfrente à ele. — Pode ficar com o meu.

— Sério? Obrigado, menina do Oreo! - Ele disse animado indo com as mãos até a embalagem e tirando um biscoito lá de dentro. — Eu gostei bastante dela!

— O nome dela é Jane. - Mark falou e Bambam sorriu.

— Gostei bastante de você, Jane. Por que não se senta conosco? - Com aquela frase, ele recebeu olhares assustados dos outros garotos.

— Bambam, essa mesa é só do time, lembra? - Um moreno comentou.

— Ah, vocês são muito conservadores, deixem a menina se sentar conosco, ela me deu biscoito, e Mark parece gostar da presença dela. - Bambam olhou de soslaio para mim e piscou. Tá, isso sim é estranho.

— O que você quer dizer com isso?! - Mark ergueu uma sobrancelha e eu suspirei ajeitando meus cabelos. Chega disso.

— Não se preocupem! - Tranquilizei-os acabando com aquela confusão. — Eu vim aqui apenas para entregar a bola à você, Tuan. Agradeço pelo convite, mas terei que recusa-lo, foi ótimo falar com vocês, mas agora eu tenho que ir.

— Espera, onde você quer me encontrar na hora da saída? - Ele perguntou e os garotos se entreolharam.

Na hora da saída? Se encontrar? Cerrei cenho, mas logo lembrei, hoje é terça. Ah droga.

— Enfrente ao portão principal. - Falei e ele assentiu.

— Ok, então, te vejo lá. - Ele sorriu e eu assenti acenando para ele e o resto do grupo.

Ignorei os olhares cruzados que recebi durante o caminho é apressei meu passo até a saída da cafeteria. Onde eu finalmente pude respirar direito, soltei um longo suspiro. Mas mal consegui respirar tranquilamente por muito tempo, porque logo senti meu pulso ser puxado. De novo não...

— Você falou com os garotos do time de basquete! - A voz animada de Victoria invadiu meus tímpanos e eu me virei erguendo o cenho.

— Você não tava na diret-

— Me conta, como foi? - Ela pediu me cortando e eu respirei fundo ignorando a pergunta e começando a fazer meu caminho até a sala de aula. — Ya, Jane Lewis!

— Ótimo, maravilhoso, perfeito! Um deles é engraçadinho, o outro tem cara de desgosto, Mark é um príncipe, o resto eu não prestei atenção. - Parei de andar dizendo tudo na forma mais irônica possível. — O relatório está bom, chefe?

Me virei e segui meu caminho para a sala de aula. Me sentei em minha cadeira e busquei meus fones de ouvido perdidos na minha mochila. Coloquei ambos e me desliguei do mundo, como de costume.

•     •     •

Era hora da saída, o sinal tocou e todos começaram a arrumar seus materiais. Me despedi de Victoria já na porta da sala e fiz meu caminho até o portão do colégio. Pus meus fones e escolhi uma música e fechei mus olhos sentindo os raios de sol, que transcendiam as folhas da árvore sobre mim, esquentarem meu rosto enquanto esperava Mark aparecer...

If you feel your sinking I'd jump right over into cold, cold water for you.

— Jane? - Abri meus olhos ainda um pouco perdida na melodia que ecoava pelos meus fones. — Menina do Oreo?

Uma risada gostosa fez me acordar do meu estado de espírito melódico. Virei meu rosto para a esquerda e vi Mark sorrindo apoiado na mesma parede onde eu me encontrava encostada. Esse menino tem algum problema com sorrisos? Ele não pode fechar aqueles lábios por um segundo?

— Tuan. - Falei enrolando meus fones em meu celular e o guardando em minha mochila.

— Não gosta do meu nome? - Ele perguntou bagunçando os cabelos castanhos com um olhar curioso e triste sobre mim. — Você só se refere à mim por Tuan ou por Mark Tuan...

— Não tenho nada contra seu nome, só tenho costume de chamar apenas as meus amigos íntimos pelo nome, desculpe. - Dei de ombros e ele fez biquinho me arrancando um riso anasalado.

— Não se preocupe, menina do Oreo, nós seremos amigos o suficiente para que você possa me chamar de Mark. - Ele sorriu confiante e eu ri virando meu rosto para o outro lado. — Vamos para minha casa?

Assenti e começamos o trajeto até a casa dele. E foi naquela tarde de terça feira em que Jane Lewis realizou o sonho de uma boa parte das garotas do seu colégio, ela visitou a casa de Mark Tuan.