23. Just Right

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Na hora do intervalo acompanhei – eu fui obrigada á acompanhar – Mark junto de Victoria que parecia se dar muito bem com seu príncipe. Claro que recebemos alguns olhares curiosos, mas nada que eu já não estivesse acostumada, mesmo que eu não engolisse, muito menos entendesse, o motivo daquelas pessoas enaltecerem Mark Tuan daquela maneira.

Nos sentamos na mesa e finalmente eu pude conversar um pouco à sós com Mark, depois de Victoria contar metade da sua vida ao garoto e ter que ir até o balcão da cafeteria para comprar seu lanche.

— Parece que vocês se deram muito bem. - Comentei desejando soar o menos debochada o possível. Mas era impossível, era da minha natureza.

— Sim, sua amiga é divertida, tagarela mais que você, mas é divertida. - Ele falou inocente, não percebendo a transparente ironia em minhas palavras. Divertida? Eu sou divertida, não ela, Victoria chega à ser até chata às vezes.

— Está dizendo que eu não sou tão divertida quanto ela? - Perguntei suspendendo ambas sobrancelhas e ele riu fraco apoiando os cotovelos na mesa.

— Não falei isso, você também é divertida só que é mais reservada. - Ele falou e aparentemente finalmente caíra em si e notara o tom das minhas palavras. — Por que? Está com ciúmes?

— Nunca. - Ri incrédula e senti meu celular vibrar em meu colo, peguei o aparelho e vi que havia uma mensagem de Bambam no ecrã perguntando se Mark havia ido ao colégio.

Bambam ❤️? - Ele questionou espiando o nome registrado em meus contatos com um emoticon de coração vermelho ao lado – eu havia mudado–. — Por que tá com um coração do lado?

— Porque Bambam é meu amigo. - Respondi sem tirar os olhos do celular enquanto respondia à pergunta do tailandês. Então ergui meus olhos e sorri ladina para Mark. — Por que? Está com ciúmes?

— Nunca. - Ele riu e eu deixei meu celular sobre a mesa observando a figura de Victoria se aproximar de volta sorridente para a mesa.

• • •

O último sinal do dia soou pelo colégio fazendo os alunos se levantarem e juntarem seus materiais rumando para fora da sala. Eu e Victoria fizemos o mesmo e quando percebi Mark já havia saído. Suspirei terminando de fechar o zíper da minha mochila, a coloquei em minhas costas encarando a porta aberta, mas logo fui tirado de meus pensamentos pela voz de Victoria.

Durante nosso caminho até o armário, ela falou de Mark e não poupou palavras ao me agradecer por te-lo apresentado formalmente, disse que estava me devendo uma e me paparicou pelo meu feito. Agradeci aos elogios e a incentivei à continuar falando com ele – mesmo que eu não quisesse cem porcento que isso acontecesse –, então me despedi dizendo que precisava chegar em casa cedo pois minha mãe me esperava para o almoço, o que era apenas um álibi para eu ir para casa sem que Victoria me enchesse de assuntos.

Ela acenou e eu sorri acenando do final do corredor para ela. Desci as escadas enquanto colocava em meus fones Idfc para invadir meus pensamentos. Assim que cheguei no bicicletário me aproximei da minha querida bicicleta.

Saí da área reservada às bicicletas e cheguei até à saída do colégio, onde encontrei Mark Tuan encostado no muro externo da instituição escolar com os ambos fones presos em suas orelhas e os olhos quase cerradas de sono.

Ri fraco passando por ele, mas no mesmo momento que ele percebeu que eu estava ali, abriu os olhos puxando os fones para baixo indo de encontro à mim com aquela – adorável – expressão de sono e uma leve espreguiçada.

— Jane. - Ele me chamou e eu me virei vendo-o passar a mão pelo torço. — Posso ir para sua casa hoje?

— Pelo que eu me lembre não temos aula hoje, Mark. - Suspeitei e ele bocejou assentindo.

— Eu sei, mas meu pai me expulsou de casa por hoje pois a empregada está limpando a bagunça que eu e os garotos fizemos na casa ontem. - Ele explicou o motivo um pouco envergonhado. — Posso ficar um pouquinho na sua casa?

Respirei fundo meditando sobre a pergunta. Que mal teria? Seriam só algumas horas, logo ele iria embora.

— Sobe aí. - Falei montando na minha bicicleta, que tinha o apoio de ferro para um passageiro atrás. Ele sorriu e agradeceu.

Então, seguiu minhas ordens rindo um pouco da situação que era supostamente para ser ao contrário. Usei um pouco mais da minha força para poder carregar nós dois, mas Mark não pesava tanto, o que tornou meu esforço menor.

— Não deveria ser o inverso? - Ele perguntou enlaçando minha cintura com suas mãos, fazendo, involuntariamente um arrepio descer pela minha coluna.

— Você não me aguentaria, Mark Tuan. - Ri fraco já no meio do caminho até minha casa.

— Não fale um absurdo desses. - Ele pôs o queixo sobre meu ombro direito. — Ficaria incomodada se eu perguntasse quanto você pesa?

Ri da formalidade e revirei os olhos.

— 70 quilos de pura inteligência. - Brinquei e ele pareceu surpreso com aquela informação.

— Pff! Você chama isso de pesado? Pare a bicicleta, me deixe conduzir. - Ele ordenou, mas meus protestos não adiantaram.

Parei a bicicleta e saí dela junto de Mark que rapidamente assumiu a condução sentado no banco. Entretanto, antes que eu pudesse me sentar na parte de trás para passageiros, ele pegou no meu pulso tirando uma das mãos do guidão e me levando até o ferro da frente.

— Sente aqui e relaxa, deixa comigo. - Ele falou e eu escondi meu rosto, cujas bochechas esquentaram repentinamente, com meus cabelos, seguindo suas ordens de Mark, enquanto ria baixinho.

— Não vai me pagar nem um jantar antes? - Pus ume perna sobre a outra e ele riu entendendo o que eu queria dizer, enquanto usava de sua força para continuar o trajeto.

— Não sou esse tipo de cara. - Ele disse enquanto eu apoiava meus braços no guidão. — Porém, abro exceções.

— Céus, Mark Tuan. Se eu fosse Bettany eu já teria terminado com você há muito tempo. - Ri revirando os olhos e ele fez o mesmo aproximando seu rosto da minha cabeça e deixando ali um singelo beijo.

Se eu fosse ela, também teria terminado comigo. - Ele falou um pouco mais sério dessa vez e eu decidi me calar pelo resto do trajeto até em casa...

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora