32. Attraction

8.3K 1.1K 992
                                    

Por que ele tinha que fazer aquilo? Por que ele tinha que me beijar? Mark é comprometido e sabe muito bem disso, por mais que eu não goste de Bettany, ela não merece ser traída. Ele sabe que eu sinto algo por ele e por isso estou tentando evitar qualquer ação que passe das fronteiras da amizade, por que continua brincando comigo?

Eu andava em círculos na saída da arena, perto de uma lanchonete e do estacionamento, sentindo um nó em minha garganta e tentando pensar corretamente. Eu mal ouvia os gritos dos torcedores lá dentro e a voz dos locutores, pois meus pensamentos consumiam meus sentidos.

Jane, por favor. - Eu ouvi a voz de Mark atrás de mim e sua respiração rápida pela corrida que fez da arena até a saída. — Me ouça.

— Você gosta de brincar com outras garotas, enquanto sua namorada confia em você? - Perguntei cruzando meus braços por culpa do vento frio que arrepiava-os, mesmo que cobertos pela blusa de mangas compridas.

— Não é do jeito que você pensa. - Ele disse e suspirou tentando buscar palavras para se explicar.

— Então é o que? - Perguntei me virando para ele e o encarando, tentando decifrar o que ele tanto escondia sob aqueles olhos castanhos intensos.

— Você me atrai, Jane, você me atrai de uma forma indescritível, eu não consigo ficar sem te tocar, eu não consigo ficar sem pensar em você, meu coração acelera quando você sorri e você me deixa tímido como nenhuma garota antes me deixou. - Ele soltou fechando os olhos e deixando a cabeça cair para trás. — Eu não sei o que sinto por você, mas eu garanto que não é uma brincadeira.

Então, Mark roubou as palavras da minha boca, eu parei por um instante e meu coração acelerou drasticamente, eu quase conseguia ouvi-lo, em meio àquele som que vinha de dentro da arena. Eu encarava Mark, observando sua expressão preocupada, como se soubesse que dizer tudo aquilo era um erro, era um risco a se correr. Seus olhos me encaravam pedindo uma resposta.

— Não, não, Mark... - Eu senti o nó em minha garganta se apertar deixando minha voz falha e fraca. — Pare, por favor...

Eu me virei tentando me afastar, mas ele me seguiu contornando meu corpo e parando na minha frente com os olhos preocupados e a respiração acelerada.

— Sim, sim, Jane. - Ele respirou fundo tentando me entender. — Por que não acredita em mim? Acha que eu estou mentindo só para brincar com seus sentimentos?

— Não é isso. - Falei tentando outra vez escapar, mas ele bloqueou meu caminho.

— Então o que é? - Ele perguntou encarando meu rosto que se mantinha baixo evitando contato visual com Mark. — Não acha que é capaz de provocar isso em mim? É isso?

— Mark-

Eu pus minhas mãos em seu peitoral e tentei o afastar, mas ele foi rápido ao envolver meus pulsos segurando-as ali.

— Não. - Ele me cortou enquanto eu sentia minha respiração e coração aceleraram gradualmente. Mark apertou minha mão contra seu peitoral, que subia e descia depressa. — É por sua causa, você provoca essas sensações em mim, eu posso mentir na linguagem verbal, mas na corporal... Jane, eu não posso.

Senti seu coração bater forte e veloz sob meu toque, ergui meu olhar e Mark me encarava com as sobrancelhas meio cerradas, com um olhar sério, mas carregado em sentimentalismo.

— E você também não. - Ele disse e puxou meu pulso fazendo com que meu peitoral colidisse contra o dele, eliminando toda forma de espaço existencial entre nós. A respiração pesada de Mark batia contra meus lábios quando eu engoli seco. — Seu coração está mais rápido que o meu.

As mãos de Mark serpentearam, envolvendo minha cintura e apertando nossos corpos ainda mais, me fazendo soltar um curto suspiro.

— Mark, não faça isso, por favor... - Ele firmou seus braços envolta de mim trazendo meus lábios mais para perto dos seus.

Não vai doer, eu prometo.

Ele terminou a frase já com os lábios encaixados aos meus. Não foi um beijo com urgência como o anterior, foi um beijo calmo, com movimentos leves, gentis e zelosos. Mark ia devagar tentando encontrar meu ponto fraco e explora-lo. Então, o fez. Encontrou meu lábio inferior e chupou-o de forma delicada, sem machucar, sem deixar marcas. Pediu permissão para avançar e eu concedi agarrando o tecido de seu suéter...

Ele se afastou levemente, deixando nossas testas coladas ainda enquanto seus lábios ainda hesitavam em roçar nos meus. Suas mãos ainda continuavam em minha cintura e as minhas ainda em sua  nuca.

— Eu gosto de você. - Ele sussurrou e eu fechei os olhos com força tendo aquela sensação de angústia no estômago, cuja qual você sente quando sabe que o que está fazendo é errado, mas continua fazendo mesmo assim. — Eu não estou brincando com você, é sério, eu gosto muito de você, Jane.

— Você sente o mesmo por Bettany. - Abaixei meu olhar, sentindo minha garganta latejar por dizer aquelas palavras letais.

Mark forçou o maxilar sabendo que uma hora ou outra eu tocaria no nome dela, ele teria que lidar com aquilo. Eu sabia que sentia algo por ele, e descobrira que ele sentia o mesmo, mas se eu não seria a única, então, no quero ser nenhuma. Eu não quero apenas um pouco de seu coração, eu o quero por completo.

— Não... Não sinto. - Ele confessou, me fazendo olhá-lo em tom de surpresa, mas também preocupação. — Não sinto nada por ela.

Meus olhos se arregalaram e eu engoli seco.

— Por que a ilude, então? - Perguntei encarando seus olhos e ele abaixou a cabeça tentando encontrar uma forma de se expressar. — Mark, por que não simplesmente a deixa?

— Eu não posso. - Ele disse baixo. Cerrei o cenho e afastei-me de seu toque, empurrando seu peitoral levemente e o encarando com reprovação. — Jane-

— Já entendi... - O cortei colocando uma mecha para trás de minha orelha e sentindo falta do corpo morno de Mark contra o meu, por culpa da brisa fria que me arrepiava. — Você ainda sente algo por ela...

Dei as costas à ele pronta para ir embora, com aquela angústia em meu estômago, que se misturava com as delicadas borboletas azuis que ali se encontravam gradeadas, necessitando sair em forma de calorosas palavras, e pousar no coração de Mark. Entretanto, eu não podia me render, não podia ceder, meus sentimentos por ele eram grandes, mas meu orgulho, maior.

Quando seu coração estiver decidido, me procure.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora