66. Coward Romeo

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M A R K

Ela não estava lá. Sua carteira estava vazia, e parte de mim sentia-se aliviado, por não ter que lidar com a presença dela. Outra parte de mim, sentia-se pior, como se eu sentisse que ela evitava-me, que ela também tinha medo de lidar comigo. Minha cabeça estava pesada e acumulada de preocupações, raiva, magoa, decepção e resquícios de álcool. E tudo o que eu queria naquele momento era abrir os olhos e descobrir que era tudo um grande pesadelo.

— Cara, você tá acabado. - Jackson comentou sentando-se na carteira ao meu lado enquanto eu recostava minha cabeça na parede, com um olhar baixo e uma baita dor de cabeça.

— Eu sei disso, Jackson. - Grunhi ainda de olhos fechados sentindo minha cabeça latejar. — Não preciso de um lembrete.

— Isso que dá beber até altas horas de um domingo, Mark. Um domingo! - Youngjae exclamou e eu cerrei o cenho sentindo a voz alta dele atingir minha cabeça como um soco.

— Quando chegamos no bar para te levar para casa, só haviam velhos alcoólatras e uma mulher chorando no balcão. - Jaebum completou.

— Aposto que ela estava chorando pelo mesmo motivo que ele estava bebendo, não o julguem, deixem-no descansar. - Jinyoung disse baixo, e eu agradeci-o mentalmente por manter seu tom de voz baixo como um anjo.

— Falando nisso, alguém sabe onde Jane está? - Jaebum perguntou cruzando os braços.

— Ela está na enfermaria, disse que estava passando mal, algo relacionado a dor de cabeça. - Victoria respondeu se intrometendo na conversa momentaneamente antes de se levantar da cadeira e caminhar até a saída da sala, assenti processando aquela informação e suspirei abrindo os olhos.

— Vocês dois são interligados mentalmente, até mesmo a dor de cabeça é compartilhada. - Jackson comentou rindo, mas recebeu uma cotovelada de Youngjae.

— Mark, você ouviu as fofocas? - Jaebum perguntou com certa delicadeza, mas um explícito tom de eu te avisei presente na frase.

— É claro que sim, metade do colégio veio perguntar se eu estava bem, o que eu faria em relação à Jane. Tive vontade de socar todos, mas não tive forças.

— Mas, então, afinal... vocês realmente se beijaram?

— Jackson! - Youngjae repreendeu o amigo que o olhou com incredulidade. — Você pode parar?

— O que foi?! Quero saber se os rumores são verdade, oras! Você beijou Jane, ou não? - Jackson se defendeu cerrando o cenho e eu revirei os olhos com lentidão.

— Mark? - Youngjae pediu por uma permissão e eu assenti debruçando sobre a mesa e abaixando minha cabeça. — Sim, Jackson, ele a beijou, satisfeito?

— Sim! Muito obrigado, Youngjae. - Ele disse sarcástico e Youngjae suspirou.

— Então, você realmente traiu Bettany, dessa vez sem vergonha nenhuma. - Jaebum riu incrédulo, correndo as mãos pelos cabelos. — Ridículo.

— Jaebum, do que você tá falando?! Se o que tem a dizer, não for ajudar, fique calado. - Youngjae cerrou o cenho para o garoto, que forçou o maxilar e desviou o olhar para o chão, enquanto eu erguia minha cabeça.

— Deixe, Youngjae. Todos vocês já sabem disso, Jaebum querer me expor não é novidade para ninguém. - Me levantei recebendo um olhar desconfiado de Jaebum.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora