69. The Truth

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J A N E

Eram sete e meia da noite, eu me encontrava sentada no chão do meu quarto, recostada na parede, logo abaixo da minha janela. Minha cabeça baixa, testa nos joelhos e braços envolvendo minhas pernas. E se eu não aparecer? Pensei, cerrando o cenho e sentindo uma angústia iminente em meu estômago. Será o nosso fim? Minha visão embaçou e eu ergui a cabeça tentando fazer com que as lágrimas regressassem, recostei minha cabeça na parede e fechei os olhos, falhando e sentindo duas grossas lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.

À quem eu estou querendo enganar? Estou tão cansada de chorar, tão cansada de me manter separada dele, tão desgastada. E a verdade é, eu quero te-lo de volta, essa ausência só está me machucando cada vez mais. Sim, eu me envolvi à ele, me acorrentei àquele garoto, e manter-me separada dele é como querer que um viciado se mantenha longe das drogas. Ri nasalado secando outro par de lágrimas que escorria. Mark é uma droga, daquelas que te leva ao êxtase em poucos segundos. Me levantei caminhando até meu armário e pegando um casaco, então suspirando. E me desculpe, eu sou uma viciada, e não quero uma reabilitação.

Saí do meu quarto e desci as escadas notando a mera ausência dos meus pais, que haviam me avisado que sairiam para comemorar o doados namorados juntos, depois do trabalho. Abri a porta de casa e enterrei minhas mãos nos bolsos do casaco sentindo uma brisa fria passar pelos meu rosto. Caminhei até a quadra, não muito distante dali e me sentei no chão de cimento recostando minhas costas na base de ferro da cesta.

Assim que ouvi passos sobre o cimento, ergui meus olhos e vi o semblante de Mark caminhando sobre a quadra. Me levantei rapidamente e nossos olhares se cruzaram, ele se aproximou e tirou o capuz bagunçando os cabelos e sorrindo fraco ao ver-me parada enfrente à ele. Abaixei meu olhar e senti seu toque em minha bochecha.

— Então, você sente minha falta. - Ele disse baixo e eu assenti fraco. — Bom, eu também sinto, e muita.

— Não quero continuar assim, Mark. - Falei rápido e ele desceu o toque até meu queixo erguendo meu rosto, fazendo-me olhar em seus olhos. — Não suporto sua ausência, sinto falta de nós, sinto falta de tudo o que fazíamos, sinto falta do seu beijo, dos seus toques...

— Faço das suas palavras as minhas. - Ele examinou meus olhos.

— Mas você me machuca, diz que me ama e faz amor com a outra, Mark, eu preciso que você seja honesto comigo. - Segurei em suas mãos e encarei seus olhos. — Por que? Por que eu tenho de ser o seu segredo? Por que você se relacionou com Bettany? Por que você não me conta a verdade?

Ele suspirou, fechando os olhos assentiu, entrelaçando seus dedos nos meus. Abriu os olhos dizendo:

— Tudo bem, está na hora de você saber. - Ele respirou fundo e começou. — Meu pai tem um chefe na empresa dele, a filha dele é Bettany. Eu e ela nos conhecemos em uma das reuniões de trabalho que os dois tiveram, ela se apaixonou profundamente por mim e contou ao pai. Minha madrasta tem relações com ele, e descobriu isso, como ela nunca gostou de mim e Bettany é a princesinha do papai, os dois decidiram que o sentimento que Bettany sentia por mim devia ser recíproco, então disseram que eu deveria amá-la, caso contrario meu pai perderia o emprego na empresa.

Eu processava toda a informação que Mark havia acabado de dizer, e encarava-o com lábios entreabertos é uma expressão de pura incredulidade e surpresa em meu rosto. Como isso é possível? Pisquei rápido e ele umedeceu os lábios colocando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

— Eu sabia que não devia ficar com você, mas eu não admito que minha madrasta me tire o direito de me apaixonar. E eu tinha ciência que você se machucava por sermos um segredo, e eu me condenava por isso, mas foi a única forma de ficar com você. - Ele abaixou a cabeça. — Me desculpe por ter mentido, e quanto ao que aconteceu com Bettany, ordens da minha madrasta.

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora