44. Stay

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3:40 AM

A chuva não parava de cair, os raios traçavam riscos luminosos nos céus, os trovões não paravam de ecoar, como se estivessem conectados ao meu coração, cujos batimentos, estavam em desordem, ora calmos, ora descontrolados.

Os raios caíam lá fora e iluminavam meu rosto, deixando o brilho das minhas lagrimas sob meus olhos, aparente. Quanto mais eu tento me afastar de você, mais você me puxa para si, Mark. Senti uma lágrima pingar sobre o travesseiro. Eu estou entrando em desespero, estou a ponto de aceitar a pequena parte do seu coração, que você está disposto me dar. Fechei os olhos com força. Preciso de você de volta, nem que isso me custe ser seu segredo.

Os céus trovejaram outra vez e eu apertei o lençol que me cobria, descobri meu corpo e me levantei da cama. Caminhei em silêncio pelo quarto a fim de não acordar Bambam, que dormia ao meu lado. Sai do quarto e me aproximei da porta do quarto de Mark.

Recostei minha testa sobre a superfície branca, recentemente marcada pelo meu punho e fechei os olhos, hesitando um pouco antes de dar três batidas leves na madeira. Umedeci meus lábios e não obtive resposta, desci minha mão até a maçaneta e a girei me certificando de que a porta estava trancada.

— Mark... - Eu disse tocando na superfície lisa com minha mão enfaixada. — Eu sei que você está acordado, sei que assim como eu, não consegue dormir.

O silêncio foi a minha resposta, eu bati outras três vezes fechando os olhos com força e tentando buscar as palavras para me expressar. Eu sabia que ele me ouvia, eu jurava que conseguia ouvir seus batimentos fortes, sabia que ele estava acordado, e sabia que ele estava sendo um covarde por não me encarar.

— Mark, abra essa porta, por favor. - Eu pedi apertando a maçaneta com força. — Não seja um covarde.

Murmurei um xingamento e me afastei da porta com um nó em minha garganta e duas gotas de lágrimas pesadas pingando no chão do mezanino. Corri as mãos pelos meus cabelos e encarei a porta fechada à minha frente.

— Se você não abrir. - Respirei secando uma lágrima em minha bochecha com minha mão enfaixada. — Eu vou socar sua porta outra vez, eu não me importo se eu torcer meu outro pulso.

Eu fechei minha mão esquerda em um punho e semicerrei os olhos para a porta apertando meu punho. Eu hesitei, sabia que não teria coragem de arriscar torcer meu outro pulso e sentir aquela dor infernal outra vez. E ele sabia que eu estava blefando. Então, eu reuni minhas forças e dei uma joelhada na superfície de madeira gemendo de dor em seguida, forçando um choramingo e segurando minha mão esquerda como se eu tivesse ferido-a.

No mesmo instante, eu ouvi a tranca da porta ser puxada rapidamente e a mesma ser aberta me deixando ver a silhueta de Mark com um olhar precoupado. Ele viu minha expressão de dor e sobre minha mão direita e logo arregalou os olhos.

— O que você fez, Jane?! - Ele perguntou tocando em meu pulso esquerdo com cuidado e um olhar de arrependimento presente em seu rosto.

Eu ergui meu olhar e puxei minha mão da sua desvinculando-me de seu toque, mas rapidamente envolvendo seu corpo num abraço caloroso e apertado. Ele respirou fundo aliviado, murmurando um xingamento perto da minha orelha e fechou a porta recostando minhas costas nela.

— Não faça isso nunca mais, está me entendendo? - Ele me repreendeu com uma voz falha e transbordando em preocupação. — Merda, você me assustou...

The Attraction Of Imperfection 》 Mark TuanOnde histórias criam vida. Descubra agora