Prazer, Alicia Carter

Informações valiosas

Sai do banho pensando em toda essa situação, uma pessoa inteligente, boa de vida, não pode fazer uma coisa dessa, tem algo aí, ah se tem... To ficando paranóica, não paro de pensar o motivo dele fazer isso.
Meu pai chegou da lanchonete, tô morta de fome, pra pensar preciso comer.

—Ali, vou resgatar as informações mais valiosas, depois eu mostro —Diz meu pai, pegando as folhas em cima da mesa.

—Ah, ótimo, menos trabalho pra mim então —Abro um sorriso.

Meu pai também lança um sorriso pra mim.
Ta eu to pirando mas não consigo parar de pensar na mudança radical que esse cara fez na vida dele, minha vida não é ruim, eu até gosto dela, mas nem se compara a de Nataniel, moro com meu pai, só tive um namorado na vida, tá eu já me relacionei com vários caras...Enfim, eu não trabalho numa empresa, eu faço faculdade online de psicologia, não tenho muitos amigos, e não sou brilhante como ele. Umas das melhores coisas da minha vida é ter um pai incrivelmente bom no que faz, ele trabalha muito, se esforça e na maioria das vezes pega todos os fugitivos que ta na lista dele, além de dar conta dos casos, cuida das suas quatro oficinas espalhadas pela cidade, claro que tem funcionários, mas ele dá conta de tudo, se não for o melhor, é uns dos melhores pai que existe!
falando em pai, ouço sua voz me chamando, me aproximo e escuto melhor.

—Ali, resgatei as melhores informações que pude, vou ler pra você, escrevi do meu jeito, não me interrompa —Diz ele ao sentar no braço do sofá com a folha um pouco abaixo do queixo — Nome Completo :Nataniel Miller Vandewol, Nascimento: 12/04/1993, Nacionalidade:Brasileiro, com 15 anos mudou-se para EUA  (Chicago)- Motivo: Seus pais receberam uma proposta para trabalhar no Hospital "Seattle Grace" (Localizado no centro mais rico de Chicago). Cursou sua faculdade, voltou para o Brasil, começou a ser estagiário na empresa Cyrus, com cinco meses de emprego subiu de cargo como técnico de computação. Saiu do emprego três meses depois de sua conquista. Nesses oito meses na empresa ele teve quatro prêmios, como tais:
Melhor estagiário
Melhor empregado dedicado
Melhor empregado frequente
Melhor técnico de Computação.
DADOS PESSOAIS: Estado civil: quando trabalhava na empresa teve uma namorada "Lucia Mello". Moradia:Apartamento "VidaBella" em São Francisco do Conde(Nossa cidade, e a cidade onde a Empresa se localiza"). Família: Avô paterno: Ageu Vandewol
Avó paterna: Luzes Vandewol
Avô materno: Clinton Goldorf
Avó materna: Floripa Goldorf
Três tios:
Parte do Pai: Lilia Vandewol- Jason Vandewol
Parte da mãe: Márcia Goldorf
Nataniel é filho único. —Ele para de ler

—Esse cara pagou para não ter tantas informações ao seu respeito—Digo.

—Com certeza pagou, mas agora, vamos atrás de uns dos seu parentes pra ver onde esse filho da mãe se localiza?

—Não, ele é muito inteligente, não envolveria a família.

O telefone toca, já que estou do lado, atendo.

—Alô?

—Alicia Carter, filha de Charlie Carter? —Diz, uma voz grossa, rouca, e linda, nossa..

—Sim, quem deseja?

—Aqui é Nate, parem de buscar informações sobre mim, não tem chances alguma de me encontrar, é sério, não venham atrás de mim, é perigoso.—Ele desliga, meu coração parou, meu queixo está caido.

—Ali, quem era? —Pergunta meu pai, com uma cara de preocupado vendo minha reação.

—Nate. —Digo, mal consigo falar.

—Nataniel Vandewol?—Ele está com uma cara de espantado

—É, pai.

—Como assim? O que ele disse?

—"Alicia Carter, filha  de Charlie Carter?" " Aqui é Nate, parem de buscar informações sobre mim, não tem chances alguma de me encontrar, é sério, não venham atrás de mim, é perigoso"

—Como ele sabe de nós? Quem é esse cara, como soube nosso número?

—Eu não sei, ele é nerd pra caralho, esqueceu?

—Me dê o telefone, vou ver se consigo rastrear o número. —Diz meu pai estendendo a mão.

Dou o telefone, e já vou fazer as malas e preparar tudo para nossa viajem.

21 MINUTOS DEPOIS:
—A ligação vem de Confins, de um telefone público. —Diz meu pai

—Confins, esse cara tá de brincadeira?

—Continue a arrumar nossas malas.

Separando as roupas minhas e do meu pai, não consigo parar de pensar no momento em que eu atendi o telefone, sua voz martela na minha cabeça, acho melhor eu prestar atenção nas bagagens.
30 MINUTOS DEPOIS

—Filha?

—Sim?

—Robert vai conosco, ele vai de moto, um a mais é sempre bom né. Já tranquei a casa, vamos?

Faço que sim com a cabeça
Robert? ahhh não... Ele é doido por mim, e pior, meu pai adoraria ver nós dois juntos, só pra ajudar..
Sai pela porta de casa, Robert está encostado em sua moto, batendo a mão no capacete.

—Oi linda - Diz ele abrindo um sorriso irritante 

Não digo nada, só um sinal com a mão e um sorrisinho totalmente falso.
Entro no carro, bato a porta, e ouço meu pai resmungando. "Vamos pegar esse filho da mãe"

—Te prepara Nate—Digo em voz alta.