Olha quem está de volta

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Incrível como o rumo dá sua vida muda em segundos, ou o sentimento que você sente por uma pessoa também. Realmente a natureza humana é complicada ao nível extremo.
Ocupar a minha mente pensando em somente salvar a vida do meu pai, e não na vaca da minha mãe, é a coisa mais sensata a fazer.
Robert conseguiu localizar meu pai, através de uma mensagem que meu pai mandou para ele, num outro celular que eles tinham em segredo, dizendo apenas "pasto, pra lá dá avenida". A frase está resumida, e isso me assusta mais, isso significa que ele está em apuros, caso ao contrário ele poderia ter ligado.

—Temos que estar preparados e com os olhos e ouvidos atentos, já imagino o quanto de capanga vai estar lá—Diz Nate, que está dirigindo.

—É irmão, temos que estar afiados—Diz Robert no banco de carona.

Irmão? Homem é um bicho de sete cabeças mesmo, não se davam bem até ontem, e hoje parecem amigos de infância..Vai entender...
Mas eu devo muito a eles. Eles arrumaram as armas, os coletes, os planos, tudo! E a única coisa que eu fiz foi ficar esperando no carro.

—Acham que ela vai matar ele?—Digo, me inclinando, ficando no meio dos bancos.

Eles se olham, como se eu fosse uma criança, que não entenderia uma "conversa adulta", eles estão querendo me privar de certas coisas, o problema é que eu, sou eu, e odeio que alguém fale por mim, ou age por mim.

—Se depender de nós, não.—Diz Nate, olhando pra mim e dando a simpática piscada dele.

—Então vamos—Digo, pegando uma arma no porta malas.

Novamente eles se olham, daquela forma. Aí, que raiva.

—Linda, se quiser pode ficar no carro.—Diz Nate olhando pra mim por um segundo.

—Ok.-Pego outra arma—Não quero.

—É, eu sabia—Diz Nate.

***
Chegamos no local onde a mensagem foi enviada. Na avenida que logo após tem um pasto com alguns gados.
Robert corta a cerca, para podermos entrar no pasto com o carro. Nate dirigi até ver uma construção, paramos longe.
Todos descemos do carro.

—Somos a minoria—Diz Nate.

—É uma missão suicida—Digo olhando pra Nate.

—Já disse que essas são minhas preferidas?—Nate sorri pra mim, e eu faço o mesmo.

Incrível como numa situação dessa, ele me tranquiliza com apenas um sorriso.

—Gente—Diz Robert apontando para o pasto-Percebem como tem arbustos diferente apenas em uma região do pasto?

O pasto é enorme e essa avenida é vazia, quase ninguém utiliza mais aqui. Perfeito para um assassinato sem rastros.

—É artificial—Diz Nate—As folhas são mais brilhantes e mais verde. O jeito que está no chão, dá pra perceber que não é dali, e sim, só colocado por cima.

Atiro nos dois arbustos. Estamos longe, mas consigo acertar. Os arbustos explodem em segundos. Era uma granada. Uma armadilha.

—Hey!—Diz Robert.—Cuidado.

—Não temos todo o tempo do mundo.—Digo revirando os olhos.

—É estranho—Diz Nate observando o local.

—O que é estranho?—Pergunto.

—Por que tinha uma armadilha no arbustos?

Nate anda até eles. O acompanhamos.

—Se nós tivéssemos passado por aqui, estaríamos com o corpo espalho pelo pasto—Diz Nate, ao se agachar e levantar uma linha.

Assim que algum de nós arrebentasse a linha, os arbustos iriam explodir, já estaríamos mortos.
Damos cinco passos pra frente e já começamos a perceber os capangas chegando e iniciando o tiroteio.
Nate e Robert são ótimos, e eu tenho uma boa mira, então, passar por eles será fácil..
Atiro na cabeça de três, seguidos. Nem observo os meninos.
Um tiro passa de raspão no meu braço, fazendo um pequeno corte na minha pele. Atiro em todos que aparecem na minha frente, sem contar o total de corpos.
Na minha opinião, para uma máfia perigosa a "segurança" está muito fraca. O tiroteio acaba.
Falei, cedo demais.. Avistamos pelo menos uns trinta caras vindo em nossa direção. Corremos atrás de um monte de tijolos.

Prazer, Alicia CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora