—Eu sinto que ela esconde algo, você não?.
—Nã.. Não Ali, o que ela poderia esconder?—Responde Nate, de uma forma estranha.
—Eu não sei, mas se estiver, vou descobrir.
Aflita penso em uma maneira de arrancar algo de Mary, ou descobri algo. Mas perco as esperanças ao saber como ela é uma pessoa fria e a mesma, um ser humano horrível.
Porém, de uma coisa eu tenho absoluta certeza, eu quero vingar a morte do meu pai! Poderia fazer por igual, o que me impede de matar essa mulher, é o sangue que corre em minhas veias, que infelizmente, é o mesmo.
Deixando meus pensamentos de lado, desço as escadas, ao encontro da minha "adorável" mãe. Nate me segue.—Até quando esse teatro vai ser feito? Tenho negócios a tratar, e ambos sabemos que você não irá fazer nada contra mim, querendo ou não, sou tua mãe, e o remorso que ficará dentro de você, será enorme. E você sabe.—Logo diz Mary, assim que chego ao porão.
—Não é que é verdade? Dessa vez você teve razão, não posso fazer nada com você.. Nada que envolva sua vida, é claro—Solto um riso de lado, irônico. —Você é a parente mais próxima que me sobrou, veja só, não podia ser pior não? Mas n.. —Sou interrompida por Mary, quando a mesma diz:
—Ah eu não acredito, você não contou a ela? Ou não vai?—Mary olha pra Nate balançado a cabeça negativamente.
—Cala a boca!—Responde Nate, com a voz alterada, me fazendo dar um pulo.
—Do que você está falando?—Pergunto a Mary, me aproximando mais dela.
—Ela só está tentando te confundir, vamos subir, ela sempre será uma perda de tempo—Diz Nate puxando meu braço.
—Alicia é uma menina inteligente, eu e você sabemos disso Nathaniel, não tente engana-lá. Já você é um tanto burro, não é mesmo?—Mary me encara ao falar isso.
Nate insiste em puxar meu braço, e eu jogo meu braço a frente, com força o fazendo com que a mão de Nate saia do meu antibraço.
—Que merda ela tá falando Nate?
—Se ele não contar, pode deixar que eu conto querida.
—Você não irá abrir a boca—Diz Nate a Mary, de forma bruta—Ali, vamos subir, por favor.
—Desembucha Mary!—Digo, alto e claro. Ignorando o pedido de Nate.
—Sua árvore genealógica tem mais uma pessoa inclusa—Diz ela, depressa.
Nate coloca as mãos na cabeça, e isso me irrita.
Lágrimas já começam a surgir em meus olhos, imaginando o pior.—Você tem uma pessoa pra dividir a herança. Tua irmã.— Diz Mary, inclinado a cabeça pra frente.
As lágrimas que aviam surgido, caiem rapidamente, meu queixo cai, na mesma hora, e o choque é bastante intenso.
—Como?—Digo, surpresa de conseguir soltar alguma palavra da minha boca.
—É tudo que tenho a dizer, o resto, é com o bonitinho aí.
—Tinhamos um acordo, você sabe o que acontece quando quebra-se um acordo?—Diz Nate, todo arrogante.—Talvez você saiba, mas o que você não sabe, é o que acontece quando quebra-se um acordo comigo.— Completa ele, segundos antes de subir as escadas.
Observo Mary se retorcer ao ouvir isso de Nate. Medo talvez?
Aliás, que diabos de acordo é esse? Subo as escadas rapidamente atrás de Nate.—Ei, que merda toda foi essa? Que acordo você poderia ter com a minha mãe?—Digo ao parar Nate.
Ele suspira fundo e me olha atentamente, logo depois, fazendo um sinal com a mão para que eu me sentasse.
—Eu quero ficar aqui, e quero saber da verdade Nate, agora!—Solto essas palavras gritando.
—Tudo que eu fiz, foi pra te proteger, apenas pra isso. Você se tornou a pessoa mais importante da minha vida, e eu faria...faço de tudo pra te proteger.—Diz ele, deixando notável o nervosismo na voz.
—Por favor Nathaniel, não piore seu lado. Começa a falar.
Ele suspira novamente, levando seus dedos aos seus cabelos. Típico comportamento de uma pessoa nervosa, e com algum tipo de culpa. A pergunta é, culpa do que?
— No momento que sua mãe atirou em seu pai, eu corri atrás dela, para que ela não escapasse, mas teve uma hora que eu perdi de vista. E quando achei, ela estava atrás de uma pilha de tijolos, ela estava falando ao telefone, e eu ouvi as palavras "Minha filha me viu, a filha que eu criei até os 12 anos". Achando estranho o jeito que ela falou no telefone, eu apontei a arma na cabeça dela e exigi que ela falasse, explicasse aquilo, ou atiraria.
Após algumas ameaças, ela cedeu e contou que teve duas filhas.—Ele para por um segundo, e enche o pulmão de ar.
A mais velha e você.
Ela contou que engravidou do seu pai e disse que perdeu a filha, quando na verdade ela escondeu a filha. Ela não podia ter nenhuma distração, por conta.. você sabe.. da máfia, ela já liderava.
Por cima me disse que esperou até 8 meses, e disse que sofreu acidente e teve um aborto espontâneo, forçando um exame, pra teu pai acreditar.
7 anos depois, ela engravidou de você, e não podia perder outra filha, seu pai era inteligente, iria desconfiar. Então ela te teve.
O que eu não tinha notado antes é que ela disse tudo rápido demais, simples demais, aí saquei que ela queria alguma coisa em troca dessa confissão. —Terminou ele, parando em cada palavra que saiu da sua boca.—O que seria? Me diga!—Grito novamente.
—E.. Eu fiz um acordo proposto por ela. Com a morte de seu pai, a história iria se expandir e outras pessoas, amigo seu pai, poderiam saber da sua irmã, você mesma poderia descobrir. Só que por alguma razão ela não quer que essa outra filha seja revelada ao mundo, então ela me fez a seguinte proposta.
"Eu não deixaria você descobrir sobre sua irmã, e iria te convencer a não entregar sua mãe as autoridades, sendo assim, ela não mandaria ninguém atrás da gente, ninguém atrás de você. Isso te manteria a salvo. —Diz ele ao deixar uma lágrima cair de seu rosto, enquanto na minha cai várias.Outra mentira encontrada na minha vida, quantas ainda deve ter?
Eu tenho uma irmã, uma irmã mais velha, que pode ter filhos, uma família. Minha mãe tirou outro pedaço de mim, ela abriu ainda mais a ferida, agora tudo que enxergo na minha frente é raiva.
Raiva dela, raiva do Nate, raiva do mundo! Nate traiu minha confiança, e pra mim, confiança é uma coisa difícil de conquistar e mais difícil ainda reconquistar.—Como você teve coragem?—Digo a Nate, sendo as únicas palavras que consigo dizer.
—Me escuta, eu fiz tudo isso por você. Eu iria te contar, eu juro.
—Faz o favor de sair daqui—Digo cruzando os braços—Agora!—Grito.
Desço as escadas, depois de ver Nate sair pela porta sem dizer uma palavra. Entro no porão e ouço os risos da minha mãe.
—Ouvi os gritos daqui—Diz ela ainda rindo.
—Então ri, ri muito mamãe. Será um prazer inenarrável retirar esse sorriso insolente do seu rosto, você não tem noção. —Digo próxima a ela— Ah, já ia me esquecendo, muito obrigada viu.
—Por que estaria me agradecendo?
—Você me ajudou a achar teu ponto fraco.
—Sobre sua irmã?—Ela ri—Me importo com ela, tanto quando me importo com você. Ou seja, nada.
—Veremos.—Digo após soltar uma gargalhada, percebo tua expressão estranha no rosto, com certeza, ela teve receio.
Existe duas regras importantes, nunca deixe alguém de intimidar, e nunca deixe alguém descobrir seu ponto fraco.
Tenho que ter muito bom coração nesse momento, o que eu planejo fazer, necessita disso para que eu não faça. E nesse momento, não enxergo nenhuma bondade em mim.
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Prazer, Alicia Carter
RandomAlicia é uma mulher de 21 anos que tem uma vida bem agitada. Seu pai é caçador de recompensas, sua mãe desapareceu quando ela tinha apenas 13 anos. Com 16 anos decidiu seguir os passos do pai, quando em uma dessa desventuras ela encara um caso nada...