Prazer, Alicia Carter

Apaixonada?

Não é nada que eu esperava, não imaginei dessa maneira, até porque não tem lógica eles estar sentados, calmos, bebendo e conversando, como se fossem velhos amigos. Quando eu chego perto, Robert está falando.

—Tem uma possibilidade de você está falando a verdade. —Diz ele ao passar a mão na cabeça —Quando estávamos em Confins, tinha uma comunidade de bandidos que entravam pra roubar o Hotel. Quando eu peguei um deles, no casado, tinha um símbolo, um desenho de fogo, escrito em baixo, MFire.

—Então, eles não te sequestraram porque sabia que você estava com a Alicia, e sim porque você foi atrás deles—Diz Nate.

—E por que, eles não fizeram nada com o Robert?—Digo, intrigada.

Nate para, e olha atentamente para os quantos de casa, eu, meu pai e Robert acompanhamos seu olhar.

—Colocaram câmeras pela casa. Merda. —Diz Nate

—Colocaram?—Digo, assustada.

—É—Diz Nate olhando para todos os quantos.

—Tipo câmeras?—Meus olhos estão arregalados—No banheiro também?

—Acho que não— Diz Robert, rindo —Não seria má ideia—Completa ele com um sorriso no rosto.

Meu pai faz uma cara nada agradável, e isso faz com que Robert desmanche o sorriso no mesmo segundo. Nate o olha também, de novo, com uma cara nada agradável.

—Ei, mais respeito cara, que isso—Diz Nate, parece irritado.

—Sem ciúmes, "Cara"— Diz Robert, fazendo sinal de aspas com os dedos.

—Dá para os dois calar a boca?—Diz meu pai—Vamos ter que dar um jeito de desativar essas câmeras.

—Tá olhando para o melhor—Diz Nate, piscando um olho pra mim, fico sem jeito, e ele percebo, e dá uma risadinha.—Onde fica a sala de registro?

—Lá em baixo, eu vou com você—Digo.

—Eu vou —Diz Robert me corrigindo.

Posso estar errada, mas acho que está acontecendo uma disputa, em que o prêmio seria eu, é isso?

—Saiba que não gosto dá sua companhia—Diz Nate, seguindo Robert, que desaparece dá nossa visão.

Subo, para meu quarto ignorando o olhar do meu pai para mim, devo imaginar em que ele está pensando, eu não gostaria de imaginar, porque assim eu não teria dúvidas de mim mesma. Se ele está percebendo o clima, deve ser porque tem um clima. Estou realmente apaixonada por Nathaniel Vandewol? "Não, não não" Repito para mim mesma, isso não pode acontecer, de jeito nenhum. Eu posso estar exagerando, eu não estou apaixonada por ele, só acho ele muito atraente, apenas, isso acontece direto. Tenho que me convencer disso, porque a outra opção não é nada boa.
Deito um pouco, coloco meu fone que está conectado em meu celular. Entro no YouTube, e o aplicativo me recomenda uma música, que por sinal, eu amo. Abro o clipe, a música é
Fallin' Da Alicia Keys. Começo a ouvi-lá, cantando baixinho junto, quando me lembro de sua tradução.

Ah, só pode ser brincadeira, desligo imediatamente, jogando meu fone no chão. Desço até a cozinha, para tomar uma água, ou sei lá.
Como acho que não pode piorar, Nate está na cozinha, debruçado no balcão, escrevendo em um pedaço de papel. Ele percebe a minha presença e levanta os olhos para mim.

—Não conseguiu dormir?—Diz ele parando de escrever.

—Tudo certo com as câmeras?—Digo ignorando sua pergunta, e pegando um copo de água.

—Nada de BBB por enquanto—Ele ri.

—Que bom então, nossas vidas não serão uma reality show—Digo, rindo.

—E num reality seríamos o que? O casal que todos queriam ver juntos?

Ignoro sua pergunta, e tomo dois goles de água em seguida.

—Você é medrosa—Diz eles, com os olhos apertados.

—Eu sou o que?—Acho que entendi o que ele quis dizer. Mas mesmo assim, não gosto de ser chamada de medrosa.

Ele se levanta, coloco o copo na pia, e estamos quase colados, ele coloca as mãos nas costas, deixando as cruzadas, como se fosse um condenado, entende?

—Medrosa—Ele sussurra com os lábios quase colados nos meus.

—Como é sínico. —É a última coisa que digo.

Dou um beijo nele, colocando minhas mãos ao redor de seu pescoço, e empurro ele contra o balcão, nossos lábios estão juntos, sinto sua respiração colada em mim. Ele tira as mãos de trás das costas, e coloca na minha cintura, segundos depois abaixa ela, deslizando na minha bunda, não ligo, e continuo o beijando. Paramos quando ficamos sem ar, é meio difícil descrever como foi esse beijo, porque não tem como, foi muito sentimento envolvido, e eu não estava preocupada com que estava sentindo, estava mais interessada com o motivo do que eu estava sentindo.

—E você tem muita falta de atitude, só pra você saber. —Digo, saindo achando a situação engraçada, mas não posso negar que estou adorando.

Subo para meu quarto, onde me deito, pego novamente meu fone, e continua ouvir a música, fecho os olhos, e aquela cena se repete várias vezes na minha cabeça. É não posso negar, se Nate é só uma atração, é a mais forte que já tive.