Investigação

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Uau! que empresa é essa? janelas e paredes de vidro, piso de porcelana, todas as secretarias bem vestidas, aqui é tudo muito limpo e organizado, chega até dar desespero com esse cheiro de álcool em gel.

—Fico me perguntando, pra que diabos ele trocou uma vida dessa pra ser informante de aluguel, e cometer furtos.—Diz meu pai, com uma cara de indignação.

—Toda história tem dois lados.

O quê? eu defendi ele?
Estamos caminhando em direção ao balcão pra falar com a secretaria, que aliás está me olhando dos pés a cabeça, ela tem algum problema comigo?

—Com licença, você poderia me informar quem é o dono desse estabelecimento, e se possível, podemos conversar com ele?— Tá, eu fui educada.

—Boa dia senhora, o dono desse estabelecimento é Sr.Álvaro Monteiro. Todos os currículos tem que ser entregues a mim, caso esteja procurando emprego.

Currículo? Se essa mulher tem amor a vida é melhor calar a boca.
Meu pai tira um distintivo falso do bolso inclina a cabeça, colocando o distintivo em cima no balcão.

—Não estamos procurando emprego. Agora ao não ser que o Sr.Álvaro esteja em uma reunião importantíssima, precisamos falar com ele.

Meu pai é foda. Ela piscou o olho rapidamente mudando de comportamento.

—Desculpe, só um minuto. —Diz ela gaguejando um pouco. Vadia.

Ela pega no telefone, disca apenas dois números e vem a dizer..

—Emily? É a Issis, diz ao Sr.Álvaro que tem um policial federal querendo falar com ele....Está bem...Ok.

—Uma pergunta. Trabalha aqui a quanto tempo? —Digo, olhando atentamente para o lenço dela no pescoço, que coisa feia, meu Deus.

—Quatro anos.

O telefone toca, e a secretária atende.

—O Sr.Álvaro irá atender vocês.— Diz ela com um sorriso falso—Letícia? Acompanhe eles até a sala do Sr.Álvaro por gentileza.

Letícia está sentada logo atrás dela, mexendo no computador. Ela se levanta, estende o braço.

—Senhores.

Seguimos ela até o terceiro andar, o caminho foi silencioso, chegamos até um porta grande, onde ela bate com um toc, já abrindo.

—Licença senhor, os senhores que estão a sua espera.

—Ah, claro, mande os entrar.

Entramos, a sala é vasta, janela de vidro onde podemos ver uma parte da cidade através dela.

—Como posso ajudar policial? - Diz o Sr.Álvaro, com os braços em cima da mesa.— Sente-se por favor.

Nos sentamos.

—Nos estamos investigando sobre um empregado da sua empresa, temos poucas informações sobre esse homem, e queríamos ver se o senhor tem alguma informação a mais para nós dar. Tem alguma informação sobre Nataniel Vandewol?

Pego minha caderneta, para anotar qualquer informação possível, tiro uma foto que está entre as folhas da caderneta e mostro.

—Nataniel, uns dos melhores que já tive. Tenho uma reunião daqui 10 minutos. Vou pedir para minha secretária tirar copias de tudo que temos sobre ele, e entregar a vocês. Certo?

—Certo. Ótimo, obrigada. - Digo.

—Vocês podem esperar lá em baixo, se quiserem.—Diz ele com uma voz autoritária.

—Esperamos sim, obrigado por toda atenção —Diz meu pai se levantando e dando a mão ao Sr.Álvaro.

Me levanto e faço um sinal com a cabeça que é correspondido.
Descemos e sentamos em um sofá branco e muito macio. Vejo uma moça com um fichário grosso. Oba. Lá vem informações.

—Licença, aqui está o pedido do Sr.Álvaro.

—Obrigada.

Ela faz um sinal com a cabeça se vira, e some da nossa vista subindo as escadas.

—Vamos filha, temos trabalho a fazer —Diz meu pai dando dois tapinha nas minhas costas.

Tem alguma coisa nesse cara, por que ele trocaria uma vida dessa, por uma que ele terá que fugir o resto da vida? Eu quero sabe o por que. Quero saber o que se passa na cabeça de uma pessoa dessa. Estou intrigada, curiosa, até um pouco furiosa, por ele ser tão burro. Eu tenho que descobri, ou meu nome não é Alicia Carter.

Prazer, Alicia CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora