Grande plano: Parte 1

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Tentar entender o rumo que minha vida tomou nos últimos meses, é totalmente inútil. O fato é que o amanhã não é prometido, tudo pode mudar num piscar de olhos. As coisas ruins acontecem inevitavelmente, mas cabe a você diminuir as possibilidades. Quando você sentiu que tudo está saindo do controle, do seu controle, agarra em tudo que é bom pra você, e tenta raciocinar. Pense sempre: Se você está numa situação ruim, tem uma pessoa no mundo que está pior que você. Nunca pense que o futuro é certo, pois ele sempre pode mudar, e vai. Tenha certeza disso. Em casos até o passado muda. O meu por exemplo.

—Você está bem?—Pergunta Lilly me balançando e me trazendo de volta a terra.

—Ta difícil ficar bem nesses últimos dias. A gente tenta. —Digo, tentando forçar um sorriso.

—Imagina que você se perdeu em uma floresta, achou uma casa, e lá, só tinha plantação de espinafre. —Lily diz me deixando confusa com suas palavras.

—Deus me livre, eu odeio espinafre. —Digo rindo.—Não entendi o que quis dizer, é alguma metáfora?

—Você se perdeu, e achou uma casa, sem nenhuma comida de diferente, só espinafre. Você comeu espinafre pra sobreviver por 20 dias. Até que a polícia te acha, graças ao helicóptero que sobreveava ali. Você foi resgatada e você comeu arroz e feijão novamente, e aquela foi a primeira vez que você comeu arroz e feijão com tanta vontade, e achou naquele momento, a melhor coisa que você já comeu. Você sabe por que?—Diz ela, esperando uma resposta.

—Porque eu passei um período comendo uma coisa que eu odeio, e quando veio o arroz e feijão, eu senti que aquilo era bom e a fase ruim, já tinha passado?

—Você passou por um momento horrível, mas um dia, foi o dia, de sua vida voltar como era antes, e você pode saborear as coisas normalmente. —Ela sorri— Foi uma fase, uma fase ruim, que logo passou quando a boa chegou.

Lily sempre sendo a melhor pessoa.

—Alicia. —Chama Nate, quando faz um sinal e eu caminho até ele.

—Se acontecer alguma coisa comigo, só quero que saiba...

—Eu sei. Eu também. —Digo, interrompendo sua fala.

—Precisamos que alguém vá lá na frente, ver com quantos estamos lidando. —Diz Robert, olhando ao redor.

—Eu vou. —Afirmo.

—Nem fodendo. —Retruca Nate.

—Como?—Digo, encolhendo as sobrancelhas.

—Você não vai. Nem sair do meu lado você vai.—Diz Nathaniel cruzando os braços. E fechando a cara. Quase não fico irritada com ele por causa da coisa linda que ele fica quando fecha a cara.

—É ruim hein.—Solto um começo de riso.—Robert eu vou. A onde precisa de mim?

—Eu vou cara. —Diz Nate a Robert. Fazendo que eu fique mais irritada. Denovo o lance de "proteção"?.

—É só pra ver quantos carros estão lá fora, e porque eles não atacam primeiro. Tá estranho esse comportamento. —Diz Robert explicando.

—Ta, eu vou. —Digo, afirmando novamente.

Nate me encara, um pouco irritado, dou de ombros..Ah essas rugas que surgem no rosto dele quando ele se estressa, me faz quase perder o controle..

Coloca um colete, leva uma arma.—Diz Nate, me entregando a arma.

—Ali, você corre mais ou menos uns três metros, creio que eles estejam na entrada. Você vê o que está acontecendo, e passa tudo pra gente. Seja rápida e discreta.—Diz Robert.—Se esconda atrás do muro baixo, aquele ali.—Aponta ele, me mostrando o muro baixo.

Vê o que está acontecendo, ser rápida, ser discreta e relatar tudo. Entendi, simples. Ah por favor, já fiz coisa pior e com mais risco.

—Toma cuidado, e volta assim que ver algum movimento. —Diz Nate— "Dona do próprio nariz"— Completa ele, me provocando.

Saio da casa, corro em direção ao muro que Robert citou. Olho por cima e, .. ah não, tem muitos, muitos deles, estão carregados de armas, e estão apontando para a casa, com o que parece ser um mapa. É uma planta, planta da casa, certeza.

—Robert?. Câmbio.

—Tô ouvindo

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—Tô ouvindo.

—São muitos deles, e estão com a planta da casa. Não entendo. Câmbio.

—Tem noção de quantos?

—Umas 70, 90 pessoas. Câmbio.

—Ok. Volta.

Corro de volta, agachada.

—Pensaram que viriam quantos?—Diz Mary, quando me vê entrar na casa novamente. E sendo ignorada por todos, pelo seu comentário.

—Os polícias estão na avenida, só esperando meu sinal. —Diz Bobby.

—Pediu para eles vir sem a sirene?—Diz Nate.

—Alertei eles. —Responde Bobby— Alicia, assim que Lily te dar um sinal, você vai para o porão com Amélia e Julieta. E as protege, não sai de lá.

Digo que sim com a cabeça. Acho que estou começando a entender o porque que eles estavam com a planta da casa. Eles vão entrar pelo porão. Vão tentar né. A pergunta que não quer calar "Como eles conseguiram?"

—Julieta e Amélia, coloquem os coletes. Alicia não saia da frente delas.—Diz Lily entregando os coletes a elas.

Lily me puxa no canto, na intenção de me falar algo em particular.

—Nossas estátiticas é que pelo menos dois, não passam de três, vão ir até o porão. Achamos que eles vão entrar por trás tentando achar sua mãe. Na verdade, é possível que eles já estejam tentando entrar. —Diz ela.—Esconde elas atrás daquele velho armário que tem lá. Você consegue sozinha?—Completa Lily.

—Eu consigo.—Abraço Lily—Cuidado e não deixe nada acontecer com os nossos garotos.

Mary já está com a boca e olhos vendados, a impedindo de falar ou ter algum contato visual com os "membros". Bobby sai na frente e dá o tal sinal aos policiais, eles irão chegar no mínimo daqui a 5 ou 10 minutos. Robert sai em seguida junto com Lily eu faz um sinal com a cabeça antes de sair, e Nate caminha até mim e me dá um beijo na testa. Sem dizer nada, ele sai e guia Mary até lá fora. Juli e Amélia correm até o porão e eu vou atrás. E tudo isso aconteceu em 8 segundos. Apenas 8 segundos. Todos que estavam aqui correu contra o tempo. E agora, é fazer de tudo, darmos tudo de nós.

—Se escondem atrás do armário.—Digo a elas.

Ouço alguém vir em direção a mim, ergo e miro minha arma. Olho no chão e vejo algemas. Já entendi o recado de Nate, que essas algemas servem para eu prende-los. E assim que possam ser presos, e pegar muitos anos de prisão.
Ergo os olhos. São dois homens.

—Ah garotos, brincar com armas é tão feio. No chão, ou eu terei que brincar com a minha. —Digo, dando no final, o famoso sorriso irônico.

Prazer, Alicia CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora