Esse com certeza é o momento mais intenso que já presenciei, Mary a encarando, com os olhos cheios de lágrimas. Seguro a mão de Amélia.
-Não devia ter feito isso, traga Nathaniel aqui e agora. -Diz Mary se virando pra mim.
-Qual o seu problema? Sua filha está aqui, pode ser um pouco humana só uma vez?-Digo, irritada com sua reação.
Amélia não diz nada, só está ali parada, a olhando, eu imagino a quantidade de coisa que ela gostaria de falar, mas as palavras devem estar entaladas.
-Amélia, você está bem?- Digo.
-John estava certo.-Diz Amélia, ignorando minha pergunta.
-John?- Pergunto, encolhendo as sobrancelhas.
-Meu marido, ele sempre disse que a a história dos meus pais era muito estranha, e que meus pais adotivos mentiam. Chegamos a brigar muito por causa disso. Até que um dia, John começou a investigar, chegou a contratar um detetive particular. -Amélia diz e respira fundo-Quando James o ligou, o detetive, disse que tinha descoberto alguma coisa sobre a minha mãe. Mas naquele dia, meu marido e James foram assassinados.
Percebo a reação de Mary, que abaixa a cabeça, apertando os lábios... Ah não...
-Me diz que não fez isso -Digo, me abaixando diante de Mary.
Ela não diz nada, só me encara, então eu percebo. James descobriu algo sobre Mary, e algo sobre Mary não poderia ser descoberto, assim colocaria a vida de Amélia em perigo, com isso, Mary tirou a vida de John, pra poupar de Amélia.
-Diz que não!-Grito.
-Amélia, seus pais adotivos, eram membros da.. -Mary trava ao falar, e eu fecho os olhos sabendo o que ela vai dizer.-Membros da máfia, e meus amigos.
-Com eles sendo seus amigos, você pediu a eles que matassem John. -Digo, encarando Mary.
-Isso é verdade?-Diz Amélia começando a chorar-Não é possível, meus pais nunca seriam capaz, eles...eles me amam.
-Eu tive que te proteger. E seus pais faziam esse trabalho, agora que eles perceberem que sumiu..-Diz Mary não completando a frase.
-Amélia sobe. -Digo, rápido e em desespero.
Subimos a escada imediatamente.
-Os pais adotivos de Amélia, faziam parte da máfia.-Digo em voz alta na sala, ainda desesperada.
Todos olham pra mim.
-Vou ligar para nossos amigos, precisaremos de reforços.-Diz Robert pegando o celular.
-O que está acontecendo?-Diz Amélia que é interrompida com seu celular tocando. -É a minha mãe.-Ela diz atendendo o telefone.
-Não!-Grito, pego seu celular e jogo no chão, o fazendo quebrar.
-Eles vão nos rastrear-Diz Nate.
***-Fica aí, e não sai por nada nesse mundo. -Digo para Amélia e Juli, as colocando no quarto onde tem uma "porta secreta" era aonde meu pai guardava os arquivos de criminosos.
Corro pra sala, sabendo o que está por vir, vejo carros chegando, são os amigos do meu pai. Nate explica pra eles todo o plano e situação. Bobby está pegando as armas, Lily está ligando os alarmes das portas, assim vamos saber quando alguém entrar.
Nate e Robert se aproximam de mim.-E se a gente prender todos? -Diz Robert.
-Ta pensando em chamar a polícia? -Pergunto, achando a idéia absurda, porque Nate é procurado.
-Tivemos uma ideia-Nate diz, acariciando meu braço-Bobby é ex policial, ele tem contatos lá, a polícia procura esses caras a anos, eles procuram o chefe da quadrilha, que no caso é a sua mãe. Bobby vai dar de bandeja essa máfia, e os policiais irão dizer que foi denúncia anônima.
-Mas a cabana tá no nome do.. Não, tá no nome da minha mãe. A denúncia vai ter um hobby. -Digo, confesso com um pouco empolgação.
-Por isso, eu vou fazer sua mãe de refém, para que podemos segura-los todos aqui. -Diz Robert.
-Isso não vai dar certo, a minha mãe é capaz de querer morrer ao invés de ir presa.
-É que.. talvez, tenhamos um incentivo..- Diz Nate, travando as palavras.
-Incentivo?
-Amélia-Completa Robert.
-Sem chance. -Digo, cruzando os braços.
-Nada vai acontecer com ela, eu te garanto.- Diz Nate, colocando as mãos no meu rosto.
-Mesmo se conseguirmos prender eles. Não será todos os membros.-Digo, tirando as mãos de Nate.
-Eu sei, mas a polícia vai abrir uma investigação, vai colar cartazes, alertar as cidades, eles serão barrados em todas as rodoviárias, aeroporto, eles serão as pessoas mais procuradas do país. E nós não iremos ficar nunca desprotegidos. -Diz Nate, com a intenção de me proteger.
-Eu não vou envolver a Amélia nisso.-Afirmo.
-Eu topo.-Diz Amélia, então eu percebi que ela estava atrás de mim.
-Mary nunca acreditaria que eu colocaria sua vida em risco, ela sabe que eu me importo. -Digo.
-Você sabe que consegue-Diz Robert.
-A gente faz a Mary de refém, é só tampar a boca dela, assim ganhamos tempo pra polícia cercar a área- Digo.
-É arriscado. -Nate diz, balançando a cabeça negativamente.
-Confia em mim.-Digo e do um beijo em sua bochecha-Temos que tirar Mary de lá.
-Eu sei.
-Mas temos um problema. Não temos nada que comprove sobre a máfia, ou temos?-Digo, me preocupando.
-Eu tenho os arquivos, os que me fizerem ser perseguido por eles, e por você, lembra?-Nate diz, arrancando de mim um sorriso.
É um bom plano, e talvez eu posso viver em família novamente. Eu tinha pensado em uma casa grande, onde todos podemos viver exatamente como uma família... Ah estou muito sentimentalista esses últimos tempos..
Estamos no porão e Nate está soltando Mary.-Antes-Ele diz.-Vamos conversar.
-Não venha com acordos que você não possa manter.-Diz Mary, com os dentes serrados.
-Caso alguém chegue perto de qualquer uma dessas pessoas, eu acabo com você. E você sabe mais do que ninguém, que eu sei conseguir documentos que nunca ninguém conseguiria. Documentos que a polícia nunca irá encontrar. Mas por acidente, eles podem encontrar.-Diz Nate, com os olhos vidrados nos olhos de Mary.
-Eu entendi.-Diz ela, o encarando também.
Esse papo passou bem longe de ser normal, o que Nate sabe de tão importante ao ponto de fazer Mary calar a boca? Tento ignorar esse assunto no momento. Só no momento.
Mary está subindo as escadas, apenas com algema nas mãos.-Tudo pronto.-Bobby confirma.
Ouvimos eles, já começaram a chegar, vieram resgatar minha mãe? Eu só lamento por vocês.
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Prazer, Alicia Carter
RandomAlicia é uma mulher de 21 anos que tem uma vida bem agitada. Seu pai é caçador de recompensas, sua mãe desapareceu quando ela tinha apenas 13 anos. Com 16 anos decidiu seguir os passos do pai, quando em uma dessa desventuras ela encara um caso nada...