Capítulo 18

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    Vovô entrou com seu Emanuel para dentro da casa para conversarem e tomarem um bom café quente regado de lembranças.

   Retirei meu celular do bolso da jaqueta jeans, já com a bateria no fim e tentei iluminar o caminho que havia vindo com vovô até a entrada da fazenda.

   A luz fraca da varanda iluminava o suficiente para encontrar o padrão sem dificuldade e com cuidado acender o interruptor. Me virei olhando em volta, acompanhando com o olhar uma a uma todas as luzes da fazenda irem se acendendo. Em poucos minutos o lugar todo estava iluminado.

   Era lindo! As peças de carro ao lado da casa traziam um charme ao lugar, que era incrivelmente bem cuidado. A casa toda era rodeada por um verde vistoso e muito bonito, mas acima havia uma pequena fonte para pássaros e quase uma floresta de enormes jabuticabeiras. Continuei a subir adentrando as árvores e meio aquele silêncio todo pude ouvir o som de água corrente em algum lugar. Quanto mais me aproximava,mas o som ganhava força e mais a casa ficava para trás, não demorou muito para enxergar mesmo em meio as árvores uma cachoeira de água cristalina.

   Me aproximei com cuidado para aonde estava pisando, usando como auxiliar a luz do meu celular para me desviar de galhos pontudos, teias de aranha nas árvores e espinhos.

   Já havia me afastado um pouco da fazenda e suas luzes e claridade estavam ficando para trás, porém a cada passo, mas o som da correnteza se chocando a pedras virava o único som do lugar. Não demorou muito até vê-la... Uma cachoeira gigantesca escondida por trás de tantas árvores. Era extraordinário, a água descia em fúria e beleza, conseguia sentir os pingos gelados espirrando por todo lado, tocando minha pele fazendo com que eu me arrepiasse instantaneamente.

   Quando dei por mim estava sorrindo, era o lugar mais bonito em que eu havia estado e a escuridão da noite apenas trazia um charme a mais aquele momento. Do lugar onde estava conseguia ver claramente o céu limpo sem as copas das ávores...Longe da cidade ele era ainda mais surreal. Estava inteiramente estrelado com rastros de luz junto as estrelas, lembrava uma pintura, uma arte, criada com paixão e calmaria. A lua pareia ter sido colocada somente como um detalhe a mais que acabou fazendo toda a diferença.

   Aquele momento era como uma suave poesia... A brisa serena que tocava meu rosto passeava e dançava entre meus cabelos era a melodia silenciosa da natureza que preenchia aquele lugar.

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