Marcos não disse nada por alguns minutos enquanto observava a movimentação em volta, quando espiei pelo canto do olho, pareceu estar refletindo sobre o que dizer, até o interesse pelas gêmeas mesmo que momentaneamente desapareceu. Me recostei na cadeira enquanto secava mais um copo e olhava para as grandes janelas do bar que mal davam vista para fora devido ao aglomerado de homens ali jogando, apostando dinheiro e revistas, fumando e alguns como eu apenas bebendo sozinhos. Com certeza a caixa registradora transbordaria até o fim da noite, o que queria dizer que Marcos também ganharia um bom dinheiro, e se as próximas noites continuassem assim logo poderia se livrar dali, deixando as irmãs e a mãe mais tranquilas.
- Você não é um idiota!
Me virei para Marcos, seu olhar era sério mas não duro.
- É meu melhor amigo, e não tenho amigos idiotas.
- Também não tem muitos amigos.
Isso me fez sorrir também e me senti bem ao sentir que não era efeito do álcool.
- Você me ajudou Jonas, precisei de ajuda e você não hesitou nem um segundo em socorrer a mim e a minha família e por mais que não goste de tocar no assunto é a pessoa mais generosa que conheço e um excelente mecânico por mais que dê mais dor de cabeça ao seu Emanuel do que descanso. Você é uma boa pessoa mas escolhe quem deixa ver isso
Sorri para Marcos, ele era o melhor amigo e um irmão que alguém poderia ter.
- Obrigado, mesmo.
- Relaxa, e escuta você vai sentir quando for pra valer, não complica as coisas.
Concordei com um aceno de cabeça mesmo que não levasse isso a sério.
