Capítulo 12 - Uma decisão

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REBECA


   O fim de tarde se aproximou, o sol se pôs e o céu começou sua incrível transformação até tudo se misturar em um escuro de uma noite graciosa repleta de estrelas dançantes no céu.

   Minha mãe não tocou mais em nenhum assunto que envolvesse por '' acidente '' André, o que foi um alivio. Apesar de eu ter a certeza de que o fato de termos tido um rápido contato por mensagens dava grandes esperanças a ela de nos acertarmos, apesar de não ter sido por uma nenhuma briga especifica que decidi por um fim.


   Ainda mais com o novo ano a maioria dos meus amigos que ficaram na minha antiga cidade e os único que eu tinha, já estavam todos se preparando para o vestibular e alguns já haviam conseguido passar na faculdade e só estavam aguardando, cada um agora seguia um caminho diferente, um caminho que levasse para a realização de seus sonhos e claro, a sua  felicidade. Parecia haver um impasse só para mim em relação aos meus pais que não tinham dúvidas de onde encontrar a minha por mim.


   Dessa noite não ia passar, depois do fim de tarde incrível que tive com mamãe, acreditei que ela fosse me compreender, entender, fazia muito tempo, muito tempo mesmo que não ficávamos juntas conversando sobre tudo, a escola, a nova casa e até a ouvir contar de suas lembranças do jeitinho só dela que me divertiu muito. Nos aproximamos de novo como mãe e filha, como uma família de verdade, e qualquer aperto no peito e insegurança que haviam me assombrando a algumas semanas, simplesmente desapareceu, como se fosse mais uma saudade de estar com ela. Minha coragem se renovou, e eu sentia com toda certeza em meu intimo que podia ser sincera e contar qualquer coisa a ela, isso me encheu de um entusiasmo que minha vontade era de contar ali mesmo.

- Beca pode ir, suba, tome um banho, eu termino de colocar a mesa. E obrigada por toda a ajuda e por tudo.



   Ela piscou pra mim, daquele jeito cúmplice elegante como sempre. Eu sorri e concordei já me dirigindo a escada e começando subir os degraus.

- A ! E chame seu avô no quarto para jantar, quase não o vi o dia todo.

   Congelei na mesma hora. Vovô ainda não havia voltado e eu não fazia a mínima ideia de por onde aquele velhinho travesso andava.

- C-claro mãe.


  Respondi com a mesma pressa que tratei de subir o restante da escada fugindo de qualquer suspeita ou outra pergunta do paradeiro dele.

  Vovô me aprontava cada uma! mantinha a alma e o espírito sempre jovens e quase sempre vivia aprontando.

   Entrei no meu quarto, fechei a porta e por impulso caminhei devagar até o espelho, era estranho admitir mas eu havia gostado de como havia ficado bonita naquele vestido, talvez fosse o tom do azul ou algum outro detalhe, mas não foi tão ruim trocar as shorts largos por ele, até mesmo os amigos dos meus pais haviam me achado '' linda '' palavras da mamãe, mais ela não costumava mentir, nunca, além do fato de estar estampado em seu rosto que eu havia deixado ela feliz, e só por isso já havia valido a pena.


   O vestido em si, era simples, apenas algumas costuras criando detalhes na saia. Não havia mangas e era justo na cintura com a saia rodada. Pela primeira vez eu gostava do que via, não que eu tivesse complexos de auto estima baixa, minha auto estima era okay, não me importava tanto. Mas o problema era o fato de me achar magra demais, sempre me comparava com o corpo farto e cheio de curvas e volume da minha mãe, ela era linda e eu já estava quase me tornando de maior e nada do meu corpo dar sinais de começar a se '' preencher ''. Porém naquele vestido eu não havia ficado tão magra, estava com uma postura elegante e a curva da minha cintura que dê fato era a única coisa que me orgulhava, estava valorizada. Eu sorri para a outra eu que estava vendo, talvez esse ano eu devesse dar uma chance para minha mãe reformar o meu guarda-roupa.

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