Capítulo 37 - Jonas

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   Era a segunda dose de vodka pura que minhas mãos levavam involuntariamente para minha boca, queria ter força para faze-las parar, afastar o copo para longe, levantar da mesa e dirigir para o lugar mais distante possível, mas naquele momento era já estava entregue.

   Eu estava tão fraco e desesperado para afastar aquela sensação de ser um idiota junto com a pesada lembrança das palavras de Anne que esperava ansiosamente em qual copo essas coisas se tornariam só um borrão sem sentido.

  Órfão... Eu era um órfão que só procurava nas pessoas um sentimento que preenchesse o vazio da solidão, e apesar das palavras terem sido doces a fim de me fazer compreender soaram como um soco agudo e doído no estômago, quando ela terminou essa frase ficou bem clara nas entrelinhas mesmo faladas com outras palavras. Senti raiva dela, uma raiva gigantesca e sem sentido só pra depois concluir que sabia o quando esta estava certa.

   O copo já estava vazio novamente quando me dei conta de que repassava mais uma vez a cena na minha mente.

- Aí Marcos pode encher?

   Marcos fez sinal para que esperasse um segundo enquanto atendia no balcão e minutos reapareceu com uma garrafa pela metade de vodka pura em mãos.

- Podia ir para o balcão facilitaria meu trabalho.

- Está muito cheio pra mim.

Marcos encheu o copo e se virou pra mim.

- Então o que houve?

Bebi até quase a metade enquanto ele se sentava.

- Não tem outras pessoas pra atender?

- Já estão bêbados o suficiente.

- Martim não vai gostar de saber que deixou eles saírem com algum trocado nos bolsos e não na sua caixa registradora.

- Ele supera e outra ele está muito ocupado correndo atrás de você sabe quem pra fiscalizar o bolso dos clientes. Agora fala, tá com uma cara péssima até as gêmeas loiras repararam.

- As gêmeas estão aí? Deixou elas ficarem no meio desses caras Marcos?

- Não notou aquelas sereias entrando pela porta? Tive até a sensação de que o tempo parou para elas entrarem com toda aquela beleza e relaxa Jonas eu tô de olho.

   Pelo jeito que olhou para elas, imaginei que a última coisa que Marcos faria era tirar os olhos delas, o que era bom, aquele bar não era muito bem frequentado e ter mulheres lá preocupava os que tinham bom senso.

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