Resolvi entrar no jogo.
- Aposto vinte que ela o chuta bem lá e o faz se arrepender de ter nascido.
- Boa Jonas! Eu mesmo tenho vontade de fazer isso.
Me viro tirando a carteira do bolso caso perca a aposta enquanto os rapazes continuam.
- Ela é bonita.
- Fala sério é uma gata.
- Esse Tom é um rato.
Rio e curioso sigo o olhar deles para a janela forçando a vista para ver a cena, mas de repente meus olhos pararam naquele longo cabelo ruivo que estranhamente reconheceria em qualquer lugar tentando se livrar daquele verme, minha garganta fechou brutalmente e quando dou por mim já estava cruzando a porta do bar.
- Se afasta dela Tom.
O velho se virou com o meu tom autoritário cheio de raiva e riu bêbado, meu olhar buscou o dela, e por alguns segundos permaneceu ali, era um olhar inocente, assustado, desesperado para sair dali.
- E quem você pensa que...
O primeiro soco fez o velho cambalear, Só de imaginar ele tentando toca-la fez o segundo atingir seu rosto com ainda mais força o fazendo gemer alto e cair no meio fio coberto de sangue. Senti braços me segurando com força enquanto eu respirava fundo e me forçava a me afastar dele.
- O que você tá fazendo?
Marcos correu na minha direção mandando os caras me soltarem.
- Qual é o seu problema Jonas? Você não pode parar na delegacia de novo, o que deu em você? Esse velho é sinônimo de confusão...
Eu não o escutava mais, não queria escutar, em meio a todos aqueles homens bêbados a olhando com malícia, eu só queria levar ela para o mais longe dali.
- Onde ela tá?
- Ela quem?
A enxerguei em um canto observando a cena como se estivesse prestes a desabar e correr pra qualquer lugar.
- Rebeca!
Abri caminho sem me importar com os resmungos até ela, deixando Marcos para trás aumentando o tom de voz para se fazer ser ouvido mesmo com todo o alvoroço.
- Você está bem? Vem, vou tirar você daqui.
Sua expressão se suavizou, ela ainda estava assustada mas respirou fundo e concordou com um breve aceno.