Três

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O dia passou o mais normal possível, pela manhã, fui ao psicólogo e tivemos uma conversa renovadora, ela me disse para aproveitar a "ligação" existente entre Harry e eu, segundo a doutora Leila, ele seria um dos pontos chaves para a minha recuperação,  principalmente se ele me conhecer, como eu sinto conhecê-lo.

Harry ficou de me buscar as 21:00. São 20:30 e eu estou sentada enquanto uma maquiadora faz minha maquiagem. Minha mãe fez questão de contratá-la, ela disse que levantar minha autoestisma vai ajudar a "achar quem eu sou de verdade" palavras usadas por ela. A noite está fria, mas eu estou vestida em um vestido um palmo acima do joelho, ele é vemelhor  de renda e tem um decote bonito, foi um presente de Harry. Achei fofo e resolvi usar, apesar de não me sentir muito bem. Pela primeira vez desde que eu acordei,  eu escolhi usar salto.

- Você está pronta! - Emma, a cabeleireira e maquiadora diz.

- Posso olhar no espelho?

- Claro.

Me  olho no espelho e um sorriso nasce em meu rosto. Eu estou linda... Pela primeira vez em muito tempo eu me sinto realmente bonita.

Uma batida na porta é ouvida e Emma abre a porta, Harry está vestido com uma calça preta rasgada, blusa preta e uma jaqueta de couro por cima, ele parece descolado, enquanto eu pareço uma bonequinha, com meus cabelos enrolados. Eu exagerei?

- Você está linda! - Harry cala meus pensamentos e entra no quarto no momento em que Emma sai. - Pronta para se divertir?

- Sim. - Pego minha bolsa de lado e me olho mais uma vez no espelho.

Eu estou realmente bonita.

Saímos do quarto e encontramos minha mãe em frente ao seu quarto. Ela nos dá um sorriso.

- Você está linda, querida. - Ela se aproxima de Harry e colo seus lábios aos dele, eu olho para qualquer lado, menos para eles, esse ato cria uma dor estranha no fundo do meu estômago e eu tenho vontade de chorar, mas sorrio para eles quando percebo seus olhares em mim. Como eu odeio esses problemas sentimentais. - Espero que vocês se divirtam. - Ela sorri.

- Obrigada.

- Você vem dormir comigo, querido? - Ela questiona.

- Claro. - Harry dá um sorriso estranho e eu caminho em direção as escadas, essa situação me irrita profundamente e eu nem sei o porque de tudo isso.

Harry abre a porta do carro e eu entro. Ele dá a volta e senta em seu lugar, o seu primeiro ato é ligar o rádio. Uma música bonita toca, mas eu estranho ele está cantando em português.

- Recuperar suas lembranças, certo? - Harry responde aos meus pensamentos. - Você me disse uma vez  que gostava, então resolvi colocar.

Apenas sorrio para ele.

- Antes de irmos ao nosso local principal, vamos comer hambúrguer e batata frita. - Ele diz animado.

Eu apenas me permito ouvir as músicas que tocam na rádio, elas me trazem uma sensação de paz, apesar de eu não lembrar de tê-la ouvido alguma vez.

- Chegamos. - Harry diz, animado.

O lugar  onde o carro está estacionado é escuro, mas é possível ver um pequeno lanche a uns 3 metros. Quando saio do carro, o frio da noite lambe meu corpo, mas eu tento ignorar.

- Eu ia abrir a porta pra você. - Harry protesta.

- Esse não é verdadeiramente um encontro, então, acho que essas coisas podem ficar de fora.

- O fato se esse não ser um encontro, não impede que eu abra a porta pra você. - Ele reclama.

- Vamos esquecer, ok? - Ele assente e eu deixo que ele abra a porta do lanche para mim.

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