Desessete.

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Dois meses depois.

Eu não sei dizer o que aconteceu, os últimos meses foram o mais confusos de sempre, mas foram bons. De um jeito extremamente estranho, mas  bons.

Harry e eu temos passado muito tempo juntos, ele está focado em fazer a banda crescer e eu tenho o ajudado a postar videos fazendo covers. O resultado foi incrível, ele tem milhares de visualizações e a sua agenda de shows está sempre lotada. Em troca de todo o apoio, ele tem  - tentado - me ensinar a tocar violão, o que não é uma missão fácil, já que eu não levo jeito algum.

As minhas visitas a doutora Anne tem sido frequentes, depois da minha primeira lembrança e do impacto que ela me causou, nós decidimos que deveríamos pegar mais leve, portanto, nossas visitas se resumem a conversas  sobre o mru dia a dia e a lembranças da minha infância.

Zayn me manda mensagens e  me liga  insistentemente, mas eu sempre acabava ignorando. Até a noite de ontem. Harry foi fazer um show em uma cidade a alguns quilômetros e minha mãe estava viajando, eu estava tristemente solitária e resolvi responder a sua  rotineira mensagem de boa noite, a qual ele logo respondeu com um.

" Meu Deus, não acredito que você me respondeu mesmo."

E eu apenas resolvi ver o que ele poderia me proporcionar, respondendo.

" Me desculpe. Estive muito ocupada com as consultas. "

" Tudo bem! Eu sabia que uma hora ou outra você iria me responder. A persistência gera resultados. "

" Acho que hoje é o seu dia de sorte, o que temos pra hoje?"

" Hum.... Talvez nós possamos ir até um parque? "

" Que horas você me busca?"

" As 21:00"

" Não se atrase."

Foi a última coisa que eu respondi antes de começar a me arrumar. Algo me dizia que aquilo era errado, eu estava saindo com Zayn depois de transar e beijar Harry no mínimo 500 vezes no espaço de dois meses. Não que nós tivessemos alguma coisa. Afinal, ele  era namorado da minha mãe, mas nós tínhamos algo mesmo sem títulos, certo? Errado! Ele era da minha mãe e apesar de todos os momentos, de tudo que ele me dizia, no fundo eu sabia que  não passava de um depósito de gala para ele. 

Foi esse pensamento que me encorajou a ir com Zayn. Vestida com uma calça jeans preta, uma blusa de mangas e uma bota sem salto nos pés, eu esperava Zayn na sala de estar.

Eram exatamente 21:00 quando ele me ligou dizendo que estava a minha espera do lado de fora. Caminho até o carro e ele me recebe com um sorriso.

- Você ficou ainda mais linda ou é impressão minha? - Ele me cumprimenta com um beijo no rosto.

-  É só você que ficou ainda mais galanteador. - Ele sorriu.

- E ai, quais são as novidades?

- Nenhuma. Tudo é a mesma.  As consultas, ir pra casa, sonhos estranhos e essas coisas. - Ele me olhou curioso.

- Sonhos estranhos?

- Ah, sim. A Doutora Anne disse que são minhas lembranças.

- Isso deve ser estranho. Eu gostaria de ter te acompanhado durante esse período. É uma pena que você tenha me deixado.

- Eu não te deixei, eu só realmente precisei de um tempo para mim. Dou um sorriso sem fraco para ele.

- Vamos parar de falar nisso e curtir o momento, certo? - Ele entra com o carro em um estacionamento e é possível ver alguns brinquedos a alguns metros.

Existem barracas para todos os lados, crianças correndo e uma música country canta animadamente.

Zayn estaciona o carro e desce, me ajudando a descer em seguida.

- Eu espero que você goste de aventura. - Ele tenta segurar minha mão, mas eu a puxo disfarçadamente. Andar de mãos dadas é intimidade demais.

- Eu não costumo ter medo de brincar.

- Ótimo, pois nós vamos em todos os brinquedos. - Ele sorri animadamente.

Nós caminhamos em direção a bilheteria e ele compra duas pulseiras. Ele me ajuda a colocar a minha e coloca a dele em seguida.

- Onde nós vamos primeiro? - Ele olha ao redor

. - Roda gigante! - Eu respondo animada.

A fila é um pouco grande, mas nós não nos importamos e entramos na mesma. Um grupo de pessoas vestidas de personagens se aproximamEles fazem brincadeiras e Zayn interage com eles.  Um fotógrafo do evento se aproxima  e sugere uma foto. Nós não pensamos duas vezes e fazemos pose  sorrindo em seguida para a câmera.  Os personagens se afastam e  Zayn volta a puxar assunto, mas eu não consigo me concentrar no que ele diz.

Sinto algo vibrar e abro minha bolsa em busca de meu celular. O acho e vejo o nome de Harry na tela. Penso umas três vezes se devo atender, ou não. Mas acabo ignorando e desligando o celular.

Eu não posso fazer isso agora. Não na frente enquanto estou em um encontro com Zayn.

- Quem era? - Zayn questiona.

- Ninguém. - Ele abre um sorriso que eu não consigo entender.

Se eu soubesse que o meu pesadelo começava ali ...

Harry.

O show foi incrível! A energia do lugar era incrível, é tão mágico estar a alguns quilômetros do lugar onde eu vivo e costumo fazer show e a galera saber meu nome, saber de cor as músicas de minha própria autoria. É indescritível saber que meu sonho finalmente começa a dar certo. Umas garotas me visitaram no camarim antes de show e todas estavam emocionadas. Elas choraram e disseram que era minhas fãs! Meu Deus, esse é definitivamente o dia mais feliz da minha vida. Me despeço dos garotos e caminho até k estacionamento. Eu fiz questão de vir em meu carro, pois assim poderia voltar assim que o dia amanhecesse e poderia aproveitar cok Emanuela enquanto sua mãe não chegava. Eu odeio essa situação atual,  Isso é uma merda, mas se essa é a única maneira de tê-la para mim, eu a aceito de braços abertos.

Pego meu celular e o desbloqueio  na esperança de ligar para ela. Eu sempre gosto de ouvir a sua voz antes e depois do show, é uma espécie de  ritual. Antes que eu possa ligar, mensagens do whatsapp chegam. Penso em lê-las depois de ligar pra ela, mas algo me faz ler. Uma conversa em especial me chama atenção, é um número desconhecido, sem foto de perfil e me enviou algumas imagens. Considero ser o fotógrafo do evento, mas meu mundo cai no exato momento em que o download acaba.

Emanuela e Zayn! Eles estão com personagens de um desenho e sorriem animadamente. Respiro um milhão de vezes e disco o seu número. Chama três vezes e ela ignora.

Filha da puta!

Se esse desgraçado encostar um dedo nela ele é um homem morto!
Sem pensar duas vezes, ligo o carro e começo a dirigir em direção a Londres.

(...)

A estrada está cheia de garoa, chego a considerar voltar para o Hotel e ir apenas quando amanhecer, mas a imagem dos dois juntos se repete em minha cabeça a cada vez que tento pensar em outra coisa. Lágrimas de raiva escorrem pelo meu rosto embaçando a  minha visão e tornando ainda mais difícil de enxergar. Pego meu celular e disco o seu número mais uma vez, mas dá direto na caixa postal.

Levanto a visão e encaro a estrada a tempo de ver um clarão me atingir. Um carro vem em alta  velocidade e quando eu tento desviar, ele me acerta em cheio.  Sinto meu corpo ser lançado contra o volante e airbarg ser ativado. Sinto algo escorrer pela minha testa e passo a mão, percebendo que é sangue. Me desespero, mas meus sentidos me deixam e minha visão escurece.

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