Depois de pelo menos três horas aflição, escuto a campainha tocar, não penso duas vezes antes de correr pelas escadas abaixo. Mas quando chego próximo a porta, uma sensação de medo me atinge. E se for um ladrão ou alguém que pode me fazer mal? Mas, pode ser Harry e ele pode está precisando de mim, certo? Ainda receosa, me a próximo da porta e olho no olho magico. Harry está ali, com ferimentos no rosto. Abro a porta com tanta rapidez, que por pouco ele não cai em cima de mim.
- Harry, o que aconteceu com você? - Passo meus dedos no seu rosto e ele geme.
- Você está sozinha? - Concordo com a cabeça e o puxo para dentro, ele fecha a porta e me acompanha até o sofá. Na iluminação da sala ele percebo que ele está ainda mais machucado do que eu imaginava, duas manchas vermelhas abaixo dos seus olhos, sangue escorrendo do seu nariz marcam sua bochecha, além machucados em sua boca, sua blusa branca está suja de respingos de sangue. Eu estou em total desespero ao notar todos esses detalhes.
- Quem fez isso com você? - Precisono meus dedos em seus lábios e ele geme.
- Não importa, eu só precisava saber se você estava bem. Não veio ninguém aqui, ou aconteceu algo fora do comum, certo?
- Não, eu só.. Eu estava aflita. Você gemeu ao telefone e depois me deixou falando sozinha e agora você aparece assim. - Cubro meu rosto com as mãos.
- Esquece o que aconteceu, tudo bem? - Ele me dá um sorriso forçado e eu reparo que ele não está mais alcoolizado.
- Você não pode esquecer, eu não posso esquecer, nós precisamos fazer um BO e você precisa ir ao hospital. E se...
- Eu estou bem, é sério. O maximo que eu preciso é de um banho.
- Harry.... Olha, eu vou ligar para minha mãe e ela vai te obrigar a ir ao hospital. Ou eu ligo para o hospital, mas você não pode ficar assim.
- Se isso vai te fazer se sentir melhor... Eu deixo você fazer uns curativos em mim, ou sei lá, mas eu não posso ir ao hospital, eles vão me encher de perguntas e você não tem noção do que isso aqui iria virar.
- Harry....
- Não toca mais nesse assunto, por favor. - Ele dá um suspiro profundo e seus olhos parecem tao cheios de medo que eu apenas concordo. - Eu vou tomar um banho no quarto da sua mãe,, você vem comigo? Espera no quarto... Quis dizer. - Ele da um sorriso tímido.
- Eu vou pegar a caixinha de primeiros socorros em meu quarto. - Sorrio para ele e subo as escadas.
Por que eu me sinto tão nervosa quando estou perto dele?
Pego a caixinha em meu banheiro e vou até o quarto da minha mãe, o barulho do chuveiro pode ser ouvido de onde estou e eu apenas jogo meu corpo na cama. Depois de pelo menos 20 minutos o barulho do chuveiro cessa e eu espero por Harry. Mas quando ele sai do banheiro, eu me arrependo de ter entrado ali. Ele tem ainda mais tatuagens do que eu imagina. Mas uma em especial me chama atenção. A borboleta em cima de seu estômago. Eu já vi essa borboleta!
- Aconteceu alguma coisa? - Harry questiona.
- Eu hum... Acho que conheço sua tatuagem de algum lugar? - Soa mais como uma pergunta.
Seus cabelos molhados e sua toalha levemente caída em seu quadril me deixam nervosa.
- Você deve ter me visto jogando futebol uma vez ou outra. - Ele analisa meus traços, como se esperasse que eu acreditasse?
- Você pode vestir uma roupa? - Sai antes que eu consiga segurar e ele ri.
- Eu acho que você vai se sentir mais confortável e hum.... Tá frio, né? - Coloco o cabelo atrás da orelha e olho para qualquer lugar, menos para ele.
Ele ri alto. Sua risada rouca envia arrepios por todo o meu corpo.
- Melhor assim? - Hesito antes de olhar pra ele e se ele tirou a toalha ou sei lá? - Eu estou vestido. - Ele ri.
- Senta logo aqui e para de graça. - Bato no espaço a minha frente.
Ele se senta e eu percebe que ele realmente está vestindo uma calça de moletom, mas continua sem camisa, qual é o problema dele?
- Isso vai arder um pouco. - Digo, e molho uma gaze com soro fisiológico e depois passo por sua boca. Repito o processo pelos menos umas 10 vezes e limpo também sua Sobrancelha, nariz e abaixo doa olhos.
Não consigo evitar prestar atenção em cada detalhe dele. O jeito que sua boca se abre enquanto ele geme quando passo a gaze por seus ferimentos, a forma como sua mão está levemente posicionada em minha perna direita ou até mesmo o jeito que seu cabelo fica extremamente sexy jogado pra trás. O que está acontecendo comigo? Quão vadia eu sou por desejar o namorado da minha Mãe?
- Você dormiu? Hoje a noite eu digo... Você parece tao cansada.
- Eu tenho uma dificuldade para dormir por causa dos remédios, mas hoje parece impossível. - Sorrio triste.
- E se nós dormissemos juntos? - Harry sugere como se fosse a coisa mais natural do mundo. - Só dormir.. Você está com dificuldades para dormir e eu estou assustado com tudo que aconteceu. Nós poderíamos um ajudar ao outro.
- Eu não acho...
- Nós construímos uma parede de travesseiros, eu só preciso me sentir seguro.
- Tudo bem. - Ele me olha incrédulo. - Mas tem que ser no meu quarto.
Eu sinto como se estivesse traindo minha mãe e me sentiria uma vadia se dormisse aqui com ele. E no meu território eu tenho mais poder, certo?
- É sério? - Ele questiona.
- Sim. Mas nós precisamos mesmo apenas dormir, eu estou exausta e...
- Vamos lá. - Ele me puxa pela mão, mas eu retiro a minha ao sentir um arrepio tomar conta de todo meu corpo.
Caminho em sua frente e entro em meu quarto. Ele me segue e não fala nada, apenas observa o quarto encostado na porta.
- Entra de uma vez. Pode ficar a vontade.
Pego os travesseiros e começo a empilha-los um a um e deito lado da pequena muralha que eu mesma construí. Harry se aproxima com cautela, mas aos poucos vai deitando. E eu sinto meu corpo reagir a toda essa proximidade.
- Você pode ao menos me passar o.lençol? - Ele diz, uma risada nervosa é clara em sua voz.
- Claro. - estico o lençol para que ele possa se embrulhar, de forma que estamos os dois usando o mesmo lençol.
- Eu vou apagar as luzes.
- Ok.
E um silencio terrível se instala. Apenas encaro o teto e observo as sombras que a luz vinda da rua causa no teto através das frestas da cortina. E antes que eu possa adormecer de vez, os travesseiros são tirados um a um e braços longos e magros me abraçam. Estranhamente, eu não sinto medo, estresse ou o que eu deveria sentir ao ter o namorado da minha mãe me tocando.
Eu só sinto paz. Como se eu realmente pertencesse à esse lugar e é uma questão de tempo para que eu durma.
O que tem de errado comigo?
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Truths
FanfictionQuando tudo ao seu redor se transforma em perguntas, a única escolha de Emanuela é decidir quais respostas realmente valem a pena procurar. • Segunda temporada de proibida pra mim. • 1ª temporada: proibida pra mim. 2ª temporada: truths 3º tempo...